Capítulo 3

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— Meu amor, tem como assinar isso? — pergunta minha mãe. Percebo que ela está com raiva de algo.

-— Depende do que for... — disse pegando o papel. Quando eu ia começar a ler tiraram de minha mão — Eii — reclamei.

— Só assina por favor.

— Beleza — falei estranhando e comecei a fazer minha assinatura com uma caneta que estava em minha bolsa. Entreguei pra eles quando terminei - o que é isso? - Questionei franzindo o cenho.

— Filha. Você vai ter que... — Ele começou, porém foi interrompido por um belo tapa na boca dado por minha mãe.

— Temos que ir com calma, você não pode chegar e simplesmente dizer algo assim, ela vai se revoltar — falou irritada.

— E vocês acham que se falarem com calma ela vai ficar de boa? — Falou meu irmão entrando na cozinha segurando uma maçã em sua mão direita.

— Não falem como se eu não estivesse aqui! — disse um pouco alterada — digam logo, parem de enrolar!

Eles se entreolharam preocupados.

— Filha — disse minha mãe com toda a calma do mundo — entenda que nós te amamos e só queremos o seu melhor, mas isso será necessário.

— Isso o que? — Perguntei começando a perder o último resquício paciência que me restava.

— Olha meu amor. Você sabe que estamos passando por algumas dificuldades. Principalmente em relação ao dinheiro. Estamos sem luz, porque não temos dinheiro para pagar, não tem como ter uma padaria sem ter energia filha! Então o seu pai arrumou um jeito de melhorar a nossa condição - falou olhando para ele. Se seu olhar matasse... Pobre do meu pai.

— Vão fazer o que? Me colocar em um bordel?! — Falei rindo.

— Quase isso — disse meu irmão se jogando no sofá. Meu riso parou imediatamente

— Não tem nada a ver com isso Luka! — dona Sabine deu um tapa na coxa do meu irmão, que deu um pequeno gemido de dor — nós fizemos um contrato com um antigo amigo nosso. Ele é muito rico e vai nos ajudar, porém tem uma condição — ela exitou antes de continuar — O filho dele... O filho dele tem problemas comportamentais, e você vai ter que se casar com ele — ela para de falar e espera a minha reação.

Eu olho para ela descrente. Não é possível, eles só podem está brincando com a minha cara.

— Onde estão as câmeras? — Perguntei olhando ao redor, eles se entreolharam nervosos e eu estava começando a ficar também — não, eu me recuso a acreditar — dei uma risada — vocês não me trocariam por dinheiro assim! Trocariam? — Eu começo a andar de um lado para o outro mexendo em meu cabelo.

— Não é bem assim filha, não estamos te trocando, mas é algo necessário, faça isso por nós... Somente por cinco anos.

— Cinco anos? — parei indignada — vocês querem acabar com a minha vida? Eu vou ter que passar cinco anos com alguém que eu... Nem conheço! — Minha cabeça girava e eu não conseguia absorver as informações.

— Marinette, nós precisamos desse dinheiro. Faça esse sacrifício por nós — meu pai apelou.

Olhei dele para a minha mãe, incrédula com aquilo. Respirei fundo.

— Eu não vou fazer isso — disse calmamente, mas com muito ódio na voz, enquanto sentava brutalmente no sofá.

— Você só precisa fazer com que ele entre na linha. A mídia!! — ela tenta chamar minha atenção com gestos — as pessoas tem que pensar que ele mudou e não podem saber que é um casamento arranjado! Isso vai nos salvar filha... — Minha mãe terminou sua insistência e eu estava sem palavras.

— Bom saber o quanto eu valho para vocês! — Disse indo na direção da escadaria.

— Deixa de ser egoísta! — Gritou o meu pai enquanto eu entrava no meu quarto e batia a porta do mesmo — se... — não escutei mais nada, só comecei a chorar. As lágrimas escorriam pela minha face e eu tentava limpa-las desesperadamente, tremendo descontroladamente. Eles querem que eu sacrifique cinco anos da minha vida por dinheiro? Querem que eu passe cinco anos sem me envolver com ninguém porquê estou "comprometida"? Não irei assinar esse maldito contrato! Me chamem de egoísta se quiserem, mas eu não vou morar, muito menos casar, com uma pessoa que eu não conheço!

Espera... Só agora que eu percebi que eu já assinei aquela merda de contrato! Bato em minha própria testa parando de limpar as lágrimas.

Eu posso arranjar um emprego. Eles não pensaram nessa possibilidade? Escuto um batido na porta que faz com que eu saia dos meus devaneios.

— Não quero falar com ninguém — tentei soar confiante. Falhei miseravelmente.

— Precisamos conversar - escuto a voz de minha mãe — filha, por favor.

— Entre — disse enquanto me deitava de forma que ela não conseguisse ver meu rosto — Eu não acredito que fizeram isso comigo... — falei. Mais pra mim do que pra ela.

— Foi necessário meu amor.

— Necessário? — perguntei me sentando — eu poderia arrumar um emprego! Não vejo problema nisso. Mas me casar com um desconhecido? Isso foi longe de mais, até para vocês. E o Luka? Ele trabalha também!

— O Luka não recebe muito e você é muito jovem. Seria difícil arrumar um emprego para você...

— Justamente. Eu sou muito jovem para me casar também! Vocês estão fazendo com que eu sacrifique a minha juventude. Mãe, Essa foi a gota d'água, eu nunca vou perdoar vocês — eu sei que é mentira. Sei que não vou ficar com raiva deles para sempre, mas eu nunca vou me esquecer do que estão fazendo... — Saia daqui — falei apontando para a porta. Ela ficou parada olhando para mim — SAIA DO MEU QUARTO! — Gritei me levantando e observei ela saindo. O pior nem foi terem cogitado essa ideia e sim me fazer assinar aquele papel, me fazer colaborar sem nem saber. Me joguei na cama e voltei a chorar. Fechei meus olhos e fui apagando, o sono me agarrou como um grande amigo. Dormindo os problemas fogem da minha mente, minha respiração estabiliza e o meu coração se acalma... Tudo é tão lindo no mundo dos sonhos, sem casamentos arranjados ou pais desnaturado, é tudo lindo...

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CONTINUA...

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Sweet Illusion Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora