Capítulo 6

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Talvez você esteja se perguntando, como é possível que, em pleno século XXI, em uma dinâmica ocidental, esteja acontecendo um casamento arranjado? A verdade é que meus pais poderiam perder minha guarda caso eu os denunciasse, mas é claro que eu não faria isso, não quero nem pensar nas consequências desse ato. Sem falar naquele contrato, que foi o que selou tudo, por isso resolvi aceitar que esse vai ser meu destino. Estava pensando no lado positivo dessa união: se o casamento for com divisão de bens, eu posso extorquir o Adrien depois. Brincadeiras a parte, não posso permiti que a mídia saiba que estamos nos casando, nossos pais querem fazer um grande evento sobre esse acontecimento catastrófico, mas eu não posso permitir isso, seria um desastre voltar pra escola depois de algo assim acontecer, por isso resolvi falar com o Adrien sobre o assunto. A mídia não precisa saber do casamento, acharem que ele não é mais um rebelde já basta.

— Ei, a gente precisa conversar — falei me sentando em seu lado na sala de aula. Resolvi aproveitar esse momento, já que não tem ninguém por ser intervalo.

— Perto demais saco de farinha, perto demais. — Falou ele, se levantando. Irônico para quem costuma se aproximar de mim a essa mesma distância para provocações — o que você quer?

— Nossa, não precisa ser tão grosso. Só queria esclarecer umas coisas antes do casamento e... — fui interrompida bruscamente.

— Não fala isso tão alto! Quer que alguém escute?! — ele sussurra.

— E... — prossegui, demostrando minha irritação com a interrupção — dizer que acho desnecessário fazer um evento grande. Por favor! Nem um de nós quer uma escola toda sabendo, precisamos ser discretos.

— É verdade, imagina a vergonha... — Falou com uma expressão de desespero no rosto.

— Então eu pensei que você poderia convencer o seu pai — dei de ombros.

— Convencer pra quê?

— Pro casamento não ser público Adrien, pra ter pouca gente — falei como se tivesse falando com uma criança — não escutou o que eu disse antes?

— Ah! Eu posso tentar. Agora vaza — disse voltando para seu lugar.

— PUFTT! — me sentei e fiquei revisando a matéria enquanto a Alya não voltava.

— Por que você não saiu? — Alya perguntou ao voltar para a sala, pouco antes do fim do intervalo.

— Tava conversando com o Adrien — comentei sem dar atenção.

— Adrien?

— Eu disse Adrien? — Dei uma risada nervosa — eu quis dizer Damien. É um amigo  virtual com quem eu converso faz um tempo — dou uma risada novamente. Spoiler: ele nem existe.

— Hum — respondeu ela desconfiada, mas deixou isso de lado — sabe o que eu descobri sobre o Nathaniel? Ele desenha muito bem e tava me mostrando alguma de suas obras.

— Como assim? Você conversou com ele? Ele falou de mim?

— Respira Marinette, deixa eu terminar. E não, ele não falou sobre você — esperou pra ver se eu tinha mais algo a acrescentar e prosseguiu — como eu ia dizendo, um dos desenhos tem você em...

AI, AI, AI! É SÉRIO? — Falei alterada

— Marinette, poderia se acalmar? — Disse a professora com rispidez — abram na página 24, continuem a fazer a atividade iniciada ontem e sem conversas paralelas — disse direcionando o olhar para mim.

— Então — sussurrou — era um esboço, mas estava claro que era você, tanto que ele não me deixou ver direito — balançou a cabeça ao dizer isso — Isso não importa, o que importa é que eu instiguei ele a te convidar pra sair — fez uma pausa melodramática — e acho que ele vai — cantarolou em um tom muito sugestivo.

Sweet Illusion Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora