Capítulo 5

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Durante quase todo o jantar eu fiquei calada, falando apenas quando me convocavam. Estava super desconfortável com a situação e talvez meu silêncio mostrasse antipatia, fazendo com que o Agreste não me quisesse com o seu filho. Ai como eu queria por fogo naquele maldito contrato!

— Pode acreditar, a Marinette é uma garota brilhante e com certeza vai ajudar seu filho a ser uma pessoa melhor — diz meu pai, fazendo a propaganda dele.

— E cada vez mais eu me sinto como um produto — sussurro enquanto mexo na minha comida.

— Sim, nossa filha é um ótimo exemplo. Uma garota muito esforçada.

Eu olho incrédula pra eles

— Parem de falar como se eu não estivesse aqui, pelo amor de Deus! — falo revirando os olhos — não aguento mais essa propaganda barata — passo a mão pelo meu cabelo, bagunçando um pouco. Eu normalmente não faria isso, mas pra fazer o homem desistir de mim e ir atrás de outra candidata sou capaz de tudo. Tenho certeza de que muita gente adoraria passar 5 anos com Adrien Agreste. Por que não Chloé?

— Marinette! Aqui não é lugar e nem hora pra isso! — dona Sabine diz bem baixinho enquanto aperta minha perna.

— Ah, claro! Eu tenho que passar uma boa impressão. Uau! Perdão se estraguei isso — coloquei uma mão no coração e usei do meu poder máximo de sarcasmo e drama.

— Então Gabriel, como eu ia dizendo — ela pigarrea — a Marinette é uma menina de ouro e tenho certeza de que é ideal pro seu filho. Desculpa se ela está um pouco alterada, garanto que não é sempre assim. — Ela me olha de canto de olho, claramente desconfortável.

— Isso é o que veremos — ele responde fixando seu olhar em mim.

Sinceramente, eu estou chocada, esse momento é completamente ignóbil. Olho para frente e vejo o Adrien segurando o riso. Observo os adultos conversando sobre nosso futuro e sobre como daremos belos netos. Isso é ilusão de mais até pra mim, eles realmente acham que nosso relacionamento vai da certo? Meu Deus, isso chega a ser engraçado de tão ridículo. Netos?!

— Muito obrigada por nos receber — diz meu pai, estendendo a mão para cumprimentar o Sr. Agreste — a comida estava ótima.

— Foi um prazer rever ambos depois de tanto tempo — diz Gabriel sério. Tô começando a achar que esse cara é incapaz de expressar um sorriso.

Depois do pequeno teatro de despedida que eu e o Adrien fizemos, nós formos pra casa. Finalmente! Aquele jantar tava virando uma tortura para mim.

Logo após deixarmos a casa eu comento com os meus pais sobre o quanto aquilo foi repugnante.

— Você tem que entender que isso vai nos salvar, você é nossa única esperança — minha mãe diz enquanto cobre o rosto. Eu apenas a encaro e volto a observar meus pés, coisa que fiz durante todo o caminho, já que andamos silenciosamente até chegarmos em casa. Não sabia o que falar e se eu abrisse a boca seria apenas para reclamações. Bem... Talvez eu esteja exagerando ou sendo mimada de mais, tudo bem que e vou perder alguns anos da minha vida, de certa maneira, mas vou poder ostentar de muitas coisas. Apesar de não me sentir confortável com a situação, sei que é necessário e temos que fazer sacrifícios. Apesar de ser difícil, nem sempre as coisas saem como queremos.

Chegando em casa escuto meu celular tocando no andar de cima e vou correndo pegar. Não dá tempo, então ligo novamente. É a Alya.

— Oi? — digo assim que ela atende, me jogando na cama.

— Eai Mari, lembra que combinamos de sair hoje? — ela pergunta, animada.

— Não sei não, não estou me sentindo bem — respondo e escuto resmungos da parte dela.

Sweet Illusion Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora