MARK ⇾ A Verdade que Diz o Coração

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É engraçado imaginar como coisas assim podem acontecer, mas sanduíches de bacon sempre me farão pensar naquela canção

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É engraçado imaginar como coisas assim podem acontecer, mas sanduíches de bacon sempre me farão pensar naquela canção. Só de imaginar, já escuto a melodia tomando meus pensamentos. E cá estou eu, sentado na frente da televisão me martirizando com propagandas de fast-food e cantarolando uma música da qual não sei o nome.

— Mark, onde esteve após o café da manhã?

— Doninha dedo-duro... — Murmurei me endireitando na poltrona.

Sohui se posicionou em frente a tela da televisão com alguns lençóis em mãos.

— Quantas vezes preciso dizer, não suba no muro atrás da clínica sozinho!

— Eu não estava sozinho, aquela doninha, digo, Wooyoung estava comigo.

— Claro que estava... — Balançou a cabeça. — Sei que gosta de tocar ao ar livre, mas, tome mais cuidado, por favor. E se algo lhe acontecer e ninguém estiver por perto?

— Relaxa, sei quais são os meus limites. Não vou me arriscar demais.

Sohui semicerrou os olhos e apontou para a fila em frente ao balcão.

— Não esqueça de pegar seu correio, hoje é sexta-feira. Seus amigos enviaram algumas coisas essa semana.

Meu sorriso não escondia a animação, quase me levantei num pulo, porém me policiei apenas por Sohui estar aqui.

— Espero que não tenham surpresinhas desagradáveis dessa vez, Mark.

— Ei, eu já disse, a revista para maiores foi uma brincadeira idiota dos meus amigos! — Minhas bochechas ruborizaram.

— Sei, só não se exalte tanto, faz mal para o coração. — Ela riu apertando minha bochecha.

— Uau, você é hilária. — Enfiei as mãos nos bolsos seguindo a direção contrária.

Como eu odiava quando ela me tratava como criança por ser cinco anos mais velha. Contudo, odiava-me ainda mais por parecer um idiota ficando tímido com qualquer coisa. Não importava quanto tempo passasse, eu ainda me via naquele garotinho que não podia fazer educação física e gaguejava falando com estranhos. Maldito coração. Por muito tempo me vi como uma história triste e culpei minha saúde por estar sozinho. Entretanto, em uma tarde ensolarada, dez anos atrás, minha perspectiva mudou. Enquanto eu desenhava no meu caderno ignorando os outros que brincavam no jardim — não poderia me juntar a eles de qualquer maneira —, a cozinheira do orfanato decidiu me fazer um sanduíche de bacon. O cheiro de manteiga derretida se casava muito bem com a canção que ela sussurrava à medida em que fritava os ovos. Lembro bem de que, por um momento, fechei os olhos para prestar atenção na voz carinhosa que me abraçava lentamente.

— "Não preciso nem dizer... Que não valho muito. Mas sigo mesmo tropeçando... Aprendendo aos poucos que viver é bom. Repita comigo... É melhor se arriscar do que se arrepender."

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