XIAOJUN ⇾ Nosso mais importante desejo

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(Narrado por Zhang L., "O.C")

 Como era de se esperar, no feriado de Ano Novo minha família insistia para que eu ficasse em casa e recebesse os tios do exterior que faziam questão de voltar ao lar para passar as festas fazendo suas piadas sem graça e me perguntando porque eu a...

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 Como era de se esperar, no feriado de Ano Novo minha família insistia para que eu ficasse em casa e recebesse os tios do exterior que faziam questão de voltar ao lar para passar as festas fazendo suas piadas sem graça e me perguntando porque eu ainda não tinha arrumado um namorado. Tão típico e agradável!

Mas decidi que eu não aceitaria isso naquele ano.

Depois de fazer um acordo com minha mãe e convencer meu melhor amigo a fazer o mesmo com a sua, o feriado seria totalmente diferente ao menos uma vez na vida. Eu precisava que fosse diferente, pois não teria outra oportunidade.

Há cerca de sete meses, numa consulta de rotina ao médico, eu fui diagnosticada com diabetes em nível avançado e, graças a essa condição, ficaria cega em questão de um ano. O tempo estava passando rápido, e o meu medo aumentava ao pensar em não enxergar mais o mundo como eu gostava de admirar. Por isso, o plano era aproveitar o momento mais bonito de todos, o Ano Novo Lunar.

É claro, seguiria a tradição para com nossos parentes, e particularmente detestaria estragar o que minha mãe planejava com tanto carinho. Obviamente, para impressionar minha avó e ficar com boas impressões nas conversas dos familiares que não estariam conosco, a decoração e a recepção do feriado trazia sérios conflitos que me deixavam maluca.

Fazer grandes almoços cheios de gente era animador, assim como trocar os hongbāo*, ou ganhar tanto chocolate a ponto de ficar com enjoo por causa do cheiro, era extremamente divertido. Todos os mais próximos sabiam o quanto eu gostava de chocolate, e por isso a cada ano era o que eu ganhava de muitas pessoas. Não diria que eu estava enjoada disso, mas, culpava aqueles doces por terem me condenado a uma vida sem a visão.

No ano anterior, tanta coisa aconteceu ao ponto de me fazer sentir que a maré de azar estava me seguindo, meus planos de estudo deram errado, amizades foram desfeitas e meu coração estava partido. Infelizmente, tudo isso me deixava com muito medo de correr atrás das coisas que eu mais desejava.

Talvez não houvesse em quem contar, meus amigos estavam muito ocupados com as celebrações. Bem, nem todos, é claro.

ㅡ Ei, Zhang. ㅡ ouvi o sussurro tímido vindo debaixo da varanda de casa, fazendo-me perder a concentração enquanto pendurava lanternas na porta de entrada.

Desci do banquinho no qual me apoiava para alcançar a soleira da porta, encontrando o doce olhar de Xiao Dejun, meu melhor amigo, trajando um hanfu* vermelho de seda extremamente refinada e seus velhos óculos arredondados.

Naquele horário, perto das nove horas da manhã, tradicionalmente meus pais começavam a preparar todo o necessário para o almoço, seguindo como a vovó Zhang queria, caso contrário, ela teria um infarto. E a piada de mal gosto não vinha da minha boca, e sim do meu irmão mais velho, o qual não tirava aquelas pernas pesadas do sofá para me ajudar com a decoração.

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