LUCAS ⇾ Sonho lúcido

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Celeste, como gosta de ser chamada, cresceu com uma habilidade que considera única: o poder de ter sonhos lúcidos

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Celeste, como gosta de ser chamada, cresceu com uma habilidade que considera única: o poder de ter sonhos lúcidos. Todas as noites depois de dormir, Celeste é capaz de criar o seu próprio mundo com regras singulares, seres e inúmeras possibilidades de realizar o que não consegue quando está acordada. Governante desse universo imaginário, Chunghwa se auto nomeou Celeste, pois ama a tonalidade azulada entre a cor ciano e o azul, desejando acabar com as dúvidas do que é capaz de fazer assim como a cor celeste, que anula qualquer teoria que diz não existir até aparecer no céu do meio-dia.

Os últimos quatro meses esgotaram muito da energia emocional de Chunghwa. A garota começou a detestar a sua própria escolha de faculdade e enjoar dos hobbies que tanto ama, como desenhar. Todos os dias a caminho do cansativo trabalho de meio-período em um asilo, Chunghwa desenha o cenário que irá sonhar durante a noite. Presta bastante atenção aos detalhes e pensa exatamente onde este novo espaço irá se conectar ao seu mundo. Visto de longe, o seu universo imaginário é composto por ilhas flutuantes. Ela sente orgulho quando vê tudo o que criou em momentos onde não sabe exatamente o que mais colocar nas ilhas ou se deve criar mais uma; Celeste observa de cima o que nunca poderá realmente vivenciar.

A nova ilha é uma floresta escura. As árvores com folhagens densas deixam o caminho difícil de ser visto mesmo durante o dia, e é possível encontrar carros e vans abandonados por trilhas onde a grama é seca e não há vida animal. Chunghwa não sabe o porquê de repente este mundo veio à mente para ser desenhado, mas é como se algo estivesse chamando o seu segundo nome, Celeste, dia e noite durante os últimos quatro meses. Somente agora Chunghwa foi capaz de se acomodar em seus pensamentos torturantes sobre si mesma para, enfim, desenhar o cenário em seu tablet. A garota desenha com veemência, segurando de mão fechada a caneta touch. Não há como adicionar cores claras que representam vida no cenário, esta será a primeira ilha obscura de seu mundo imaginário, um marco que não se orgulha.

Satisfeita com os traços desenhados, Chunghwa tira a ponta da caneta da tela. O cenário carrega um grande peso visual. Ela não consegue explicar para si mesma o porquê de um lugar tão mórbido que poderia se tornar um cemitério pós apocalíptico. Olhando assustada para fora através da janela do ônibus, Chunghwa considera precisar de um terapeuta.

O dia em seu trabalho é, em sua maioria, muito calmo. Pode-se dizer que ajudar os idosos a se levantar e a locomover-se pela sala de entretenimento é a principal tarefa do dia, e isso é o que mais agrada Chunghwa. Muitos velhinhos não se lembram de seus familiares, e a jovem acaba se tornando uma filha para a maioria deles. Ao mesmo tempo que isso entristece o seu coração, uma pontinha flamejante flutua ao redor dele; um indício de felicidade por estar viva e ainda ser útil em poder ajudar outros.

Por gostar de criar as coisas imaginárias que vivem, Chunghwa não reage muito bem quando alguém passa por cima de suas criações, isto é: de alguma forma estragá-las, modificá-las ou dizer o que não deve.

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