Chamando

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E eu queria muito perguntar ao Tyler sobre esses possíveis segredos, mas tinha medo da reação dele e por um lado meus sentimentos por ele não deixavam, eu estava começando a achar que o amava, o amava muito, talvez eu tivesse me precipitando mas eu também tinha medo do que eu poderia descobrir.
Quando chegamos em casa eu olhei em direção da floresta e senti que deveria ir lá, não era a primeira vez que eu sentia isso.

_Thomas o que foi? Não vai entrar?-perguntou a Cler.
_Vou sim mas antes eu tenho que ver uma coisa, avisa pra mãe que eu já volto!

Entreguei minha mochila pra ela e fui em direção da floresta, eu conhecia muita coisa por ali, eu cresci andando por essa floresta com meu pai, entrei de mata a dentro e aquela sensação só aumentava era como um imã e não fazia ideia do motivo, já estava bem afastado de casa e parei no meio de uma clareira e aquela sensação parou, eu olhei pra todos os lados e não vi nada além das árvores, e a única coisa que dava pra se ouvir era o barulho do vento nas árvores e o canto dos pássaros, estava nublado e uma brisa fria percorria pelo meu corpo, eu sabia que havia um motivo para mim estar ali.

_Eu sei que é você!-gritei.

E o que eu ouvi de volta foi o som da floresta.

_Me responda eu sei que foi você que me trouxe aqui!

Eu sei que parecia loucura estar gritando no meio do nada mas a essa altura eu já tinha visto tanta coisa que não me importava mais em estar ali. Do nada ouvi um canto de corvo se aproximando e foi quando ele apareceu e pousou na minha frente.

_Eu sabia!

Ele ficou me olhando e mais uma vez ele parecia me entender.

_Eu sei que parece loucura, mas eu sei que você me entende, só que eu não sei como te entender!

O que aconteceu ali bem na minha frente me fez ficar imóvel, aquele corvo se transformou em um homem e não foi em qualquer homem, era o homem dos meus pesadelos o homem da macieira como isso era possível?

_Então era...era você o tempo todo!
_Essa sua expressão, eu já esperava por ela.

Aquilo era surreal, eu lembro bem do rosto dele dos meus pesadelos e daquela noite no hospital.

_Quem é você?
_Na hora certa você terá todas as respostas que precisa Adriel.
_Adriel? Porque você me chama de Adriel?
_Eu já disse que tudo será esclarecido na hora certa, a única coisa que você precisa fazer é manter a chave segura, não a tire da sua casa, se fizer isso estará correndo perigo.

Ele falava com uma serenidade e uma calma tão grande que trazia um pouco de paz.

_O que é aquela chave? Pelo menos me conta isso!
_Essa sua pressa é o que te atrapalha Adriel, paciência.

O que ele quis dizer com isso?
Então ouvimos o som de outro corvo vindo do outro lado da floresta e foi então que aquele homem voltou a ser um corvo e saiu voando em direção ao som e foi nesse momento que alguém me chamou.

_Thomas!
_Pai?
_O que está fazendo aqui no meio da floresta? É porque estava gritando?-perguntou ele.
_Eu vim ver uma coisa, e o senhor?
_Vim ver algumas armadilhas que coloquei, mas que coisa é essa que você veio ver?
_Eu achei que tinha visto uma lebre e corri pra ver se achava a toca dela mas a perdi de vista!
_Você não deve ficar andando sozinho pela floresta, pode acabar se perdendo!
_Eu conheço bem essa área pai, mas tudo bem eu não faço mais isso.

Voltamos pra casa e quando entrei minha mãe estava falando pelos cotovelos.

_Mas onde você estava Thomas!
_Eu fui na floresta mãe e encontrei o papai!
_Você não pode fazer isso sair sozinho na floresta!
_Mãe eu não sou mas uma criança vocês tem que parar de me sufocar tanto!
_Eu só me preocupo com você é perigoso andar pela floresta!-disse ela.
_Eu não quero discutir com vocês, eu vou pro meu quarto!

O CLÃ DOS CORVOS  Onde histórias criam vida. Descubra agora