× CAPÍTULO NOVE ×

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∆ Aviso: capítulo longo.

CERTO, EU HAVIA estragado tudo

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CERTO, EU HAVIA estragado tudo... De novo.

Definitivamente aquela pequena visita á Velaris fora uma péssima decisão, considerando tudo o que aconteceu a seguir. Não só eu havia encontrado meu parceiro, como praticamente acabei enviando minha prima de segundo grau para uma morte certa.

Fazia alguns minutos desde que chegamos ao escritório particular de Tarquin - uma sala ampla e aberta que tinha uma vista incrível de toda a cidade e do mar além dela.

Nestha encontrava-se sentada em uma grande cadeira estufada atrás da mesa principal - a cadeira de Tarquin. Fiz questão de bufar quando ela se acomodou lá, ereta e imperturbável, sua... energia dominando o lugar.

Recebi um olhar de escárnio, mas nada mais. O que foi decepcionante considerando que, se eu não poderia me ocupar atormentando minha tia, precisaria enfrentar meus próprios pensamentos. E, por mais que Nestha Archeron fosse tão desagradável quanto eu ouvi dizer, minha mente era mil vezes pior do que ela.

Azriel estava sentando na outra extremidade do sofá em que eu me acomodei, encarando-me intensamente sem nem ao menos disfarçar. Eu poderia dizer que ele estava desconfortável por estar no meio da sala, em um lugar tão aberto e vulnerável, mas mesmo assim ele ficou lá, o mais próximo de mim que pode e em nenhum momento seus olhos me deixaram.

Droga, ele era persistente. 

Mas, mesmo se eu quisesse, não podia prestar atenção em meu parceiro naquele momento. Não quando meus pensamentos iam e vinham como flechas, atingindo-me uma por uma e perfurando meu corpo.

Apesar de eu me certificar de que minha postura fosse relaxada e neutra, eu estava longe de me sentir assim. 

Era culpa minha. Tudo culpa minha e do meu egoísmo.

Eu deveria ter partido para Vallaham no mesmo dia em que fugi de Hybern, mas eu tinha que ir dar uma espiada em meu antigo lar. Eu tinha que ir até Velaris e colocar toda a minha família em risco fazendo isso.

Merda, eu deveria estar protegendo eles da fúria de Hybern, mas eu acabei arriscando a segurança deles ainda mais. Dizer á Azriel que eu era uma inimiga hyberniana tinha sido a melhor ideia que eu consegui pensar naquele maldito dia nas montanhas, eu não fazia ideia de que isso faria tudo ir para o inferno...

Precisamos pensar em tudo, criança. Não podemos nos dar ao luxo de falhar, você não pode falhar. Nunca.

E eu nunca errei, nunca me permiti falhar enquanto crescia em Hybern. Mas agora que isso realmente importava, que era a minha família em jogo, eu acabei falhando miseravelmente. Se ela me visse agora, provavelmente riria do meu fracasso.

A escuridão se aproximou lentamente de mim, mais uma vez. Eu sabia que deveria expulsa-la, tentar afastar aquela sensação horrível, mas eu não fiz isso. Pelo contrário, eu a deixei se infiltrar dentro da minha alma, suas garras gravando em meu coração e, apesar da dor fantasma que se abateu sobre mim, eu não fiz nada para parar aquilo.

{ A COURT OF SHADOWNS AND DARKNESS }Onde histórias criam vida. Descubra agora