What you want?

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Sebastian

A amiga de Emma estava parada na minha frente segurando o grande copo de chocolate quente que eu havia pago para ela e me olhava de um jeito engraçado que, se não fosse a enorme aliança no dedo dela e as 300 vezes em que ela citou o marido e o filho, eu poderia jurar que ela estava tentando chamar a minha atenção.

- Por isso acho que você deveria conversar com ela. – a mulher tomou um gole do chocolate quente e olhou para o caro relógio no pulso.

- Ela não pareceu muito contente em me ver.

- A Emma não vem tendo os melhores dias da vida dela, mas eu acho que ver alguém além da irmã, da mãe e de mim vai ser legal.

- Com tanto que essa pessoa não seja eu.

- Você é bonito demais para ter esse tipo de pensamento. – ela deu risada. – Vocês foram amigos anos atrás, talvez tenha sido um choque que você ficou famoso e virou tudo isso ai. – ela apontou para mim. – E ela, bom, está um tanto acabada, mas eu juro que quando ela toma banho ela fica bonita. – ela disse em tom de brincadeira e se levantou. – Ela ainda mora no mesmo lugar, ia se mudar, mas ainda está no processo.

- Vou ver se penso nisso.

- Não, você VAI visita-la. O destino está dando uma chance para vocês se reencontrarem. – ela deu um tapinha na minha coxa. – E sim, isso é uma ordem, porque eu sou mãe e você PRECISA me obedecer. Eu preciso ir, ou a criatura vai acabar derrubando minha casa. – ela suspirou. – As vezes me questiono porque quis ser mãe. Enfim, até logo Sebastian, foi muito bom conhece-lo. – ela acenou e sumiu da minha frente.

Olhei a amiga de Emma se afastar e toda a conversa que eu havia repassado com ela começou a fervilhar , eu sabia que no fundo eu tinha que visitar Emma, só que eu fui negligente em muita coisa que eu tinha certeza que ela não me perdoaria. Por isso eu apenas levantei e fui embora, deixaria para que minha cabeça fizesse o trabalho de esquecer.

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Alguns dias depois...

Ok, eu devia ter esquecido da Emma e de todo aquela cena estranha, mas mesmo depois de um pouco mais de uma semana, eu dormia e acordava pensando nela, em como ela estava e, principalmente, se ela conseguiria me perdoar. Nós costumávamos ser melhores amigos, mas a vida tinha afastado a gente.

Como nos outros dias, eu levantei da cama depois de uma noite mal dormida, eu tinha que fazer alguma coisa, ainda que fosse só vê-la de longe. Fui até o pequeno cômodo aonde eu guardava uma caixa com coisas antigas, a peguei e levei até a cama, me sentando e a abrindo.

Esperava encontrar ali apenas fotos e outras lembranças, mas acabei me deparando com um envelope meio amarelado e fechado, o peguei na mão e vi meu nome escrito no meio, reconheceria aquela letra em qualquer lugar. Senti o peito apertar e um peso de culpa caiu sobre mim por ter me esquecido daquilo e por nunca tê-la aberto.

- Vamos lá... – eu disse para mim mesmo e abri a carta.

Ler aquela carta era como voltar a ver um filme que eu já tinha amado, mas que fazia anos que não assistia, ainda mais porque eu sabia o final daquilo e de como era doloroso, mesmo assim eu li até o final e, ao terminar, percebi que meu rosto estava molhado das lágrimas que eu havia derrubado.

- Por que você não isso antes? – eu passei a mão no rosto e já sabia o que deveria fazer, a amiga de Emma tinha razão, talvez o destino tivesse dado um jeito de fazer a gente se encontrar.

Liguei para Charlotte, ela havia me passado o celular quando conversamos, peguei todas as informações que precisava e, em seguida fui tomar banho para encontrar Emma aonde ela trabalhava.

You left me || Sebastian StanOnde histórias criam vida. Descubra agora