I don't want to forget him

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Emma

Eu achava que Sebastian estava sendo apenas educado comigo e com a minha família e que eu nunca mais o veria, mal acreditando quando eu o vi chegar no hospital para levar minha irmã e meu sobrinho para minha casa.

Quando chegamos, ele ajudou a minha irmã a subir as escadas com um braço, enquanto segurava a cadeirinha com o pequeno Carl, e mais umas malas, do outro lado. Pela primeira vez em muito tempo eu pude sentir amor dentro da minha própria casa.

- Parece que Carl vai ter uma figura masculina bem presente. – minha mãe comentou e foi caminhando até a cozinha, eu a segui.

- Péssima influencia, eu diria. – eu soltei a piadinha e minha mãe balançou a cabeça.

- Sebastian é uma boa pessoa, Emma. – ela foi até a geladeira e pegou a caixinha de leite.

- Eu sei disso. – eu apoiei na ilha com os braços. – Só não acho que vocês devam ficar muito contentes com a volta dele, ele não vai ficar.

- Não acho isso. – ela pegou uma caneca e encheu com leite.

- Vocês estão achando que ele vai adotar o bebê da Anna como se fosse filho dele? Ele não adota nem um cachorro, que dirá um bebê. O máximo que vocês vão conseguir dele é se decepcionar, quando sem mais nem menos ele for embora.

- Emma. – minha mãe disse de forma firme e me encarou. – Me desculpe, mas eu vou ser dura com você. Não foi só você quem perdeu alguém.

- Eu sei disso, todo mundo amava o John, só que...

-...só que nada. Eu entendo que ele era seu marido, a pessoa que você queria passar o resto da sua vida junto e que quando ele morreu todos os planos que você tinha feito para a vida de vocês foram embora junto com ele, não se esqueça, eu já passei por isso.

- Eu sei mãe, sinto muito. – eu sabia que ela estava certa.

- Só que o Sebastian também perdeu alguém. Muito antes de ser SEU marido, o John era o melhor amigo dele. Era importante para ele.

- Eu também era amiga do Sebastian, ele me abandonou quando eu mais precisei. – eu olhei para a minha mãe que tinha uma cara engraçada.

- Vou falar para você a mesma coisa que eu falei para o Sebastian: quando seu pai faleceu, era impossível para mim ficar olhando para você e a Anna, vocês me lembravam muito ele, ainda lembram, só que eu tinha que continuar, eu não tinha como fazer como você e ele de "escapar", cada um a sua maneira.

- O que você quer dizer com isso?

- Não deve ter sido fácil para ele te encarar Emma. Vocês três eram quase uma mesma pessoa, eu tenho certeza que para o Sebastian era muito difícil te olhar. Não havia nada que separasse a sua figura do John, ou havia? – ela levantou uma sobrancelha e eu sabia o que ela estava insinuando.

- Nunca houve.

- Então. O jeito do Sebastian de sofrer foi tentar esquecer até o ponto em que falar dele não viesse com uma carga de dor, e o seu jeito de enfrentar a morte de John foi se apegar a essa dor e achar que era a única que merecia isso, o que é meio egoísta. Você ainda faz isso e passou da hora de parar. Você não ia querer ele vivo, eu sei disso. – ela pegou na minha mão. – Você precisa deixá-lo ir. – ela pegou na minha mão, desde que John havia falecido minha mãe nunca havia sido tão sincera comigo e, talvez, eu estivesse precisando disso.

- Eu não quero esquecê-lo.

- Quem disse que é para você esquece-lo? Você nunca vai esquecer ele, só não precisa lembrar dele com tristeza todos os dias da sua vida. Quando foi a última vez que você lembrou dele com um sorriso no rosto? – ela tinha razão, até dois dias atrás, quando fui ao cemitério com o Sebastian, eu nunca havia lembrado do meu marido com alegria. – John ia querer que você fosse feliz, que se apaixonasse, amasse alguém e construísse uma família.

You left me || Sebastian StanOnde histórias criam vida. Descubra agora