I don't apologize for what I feel

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Emma

Estava na sacada do meu quarto observando o lado de fora sem querer pensar nos meus problemas atuais que, segundo a minha irmã, era só dizer uma palavra e eles já não seriam meus problemas mais: sim ou não. Mas ai que morava a minha dúvida, se fosse sim, eu tinha medo de estar colocando Sebastian dentro de uma mentira, fazia muito tempo que eu só sobrevivia e não sabia identificar muito bem alguns sentimentos e nem se eu conseguiria sentir alguma coisa outra vez. Já, se fosse não, eu o iria perder para sempre, eu não teria Sebastian mais ao meu lado em nenhum sentindo, e eu não queria isso.

- "Emma Woodhouse, bonita, inteligente e rica, com uma casa confortável e bem localizada, parecia reunir as melhores bênçãos sobre a sua existência e vivera até perto dos vinte e um anos em ambiente no qual havia pouquíssima aflição ou preocupação." – eu me lembrei do trecho de Emma, de Jane Austen, que minha mãe recitava para mim todas as vezes que eu parecia ter um problema maior do que ele realmente era. – Infelizmente deixei de ter 21 anos faz bastante tempo. – eu traguei a última pontinha do cigarro de maconha que havia roubado da minha irmã, Anna sendo mãe tinha mais vantagens do que eu imaginava.

Joguei a pontinha restante no cinzeiro e tentei afastar a fumaça, foi quando notei que a porta da sacada estava sendo aberta, virei para trás e encontrei Sebastian parado ali, ele parecia acabado, mas continuava lindo.

- Você não deixou nem um pouco para mim? – ele entrou no pequeno espaço e eu comecei a tossir engasgada um pouco com a fumaça e a surpresa pela aparição dele. – Quando tempo faz que você não fuma isso? – ele se apoiou lateralmente no parapeito e me olhou.

- Sei lá, uns 3 anos? – eu coloquei a mão na frente da boca.

- Praticamente voltou a ser virgem nisso.

- Fiquei mais de três anos sem transar e isso não me fez voltar a ser virgem, fez? – eu não sei porque, mas mesmo estando incomodada e triste eu não conseguia não flertar com ele.

- Com certeza não. – ele balançou a cabeça e abrindo um sorrisinho lateral. – Eu vim para ter uma conversa séria com você e você está querendo falar de sexo? Isso pode acabar tendo um resultado diferente do que eu queria.

- Que seria...

- Conversar e depois transar com você, mas está quase sendo ao contrário. – os dedos dele pousaram no meu ombro nu.

- Aqui? Na sacada aberta?

- Eu tinha pensando em entrarmos, mas se você estiver disposta... – ele deu um beijinho no meu ombro e eu me arrepiei inteira. - ...posso ser bem criativo.

- Cala a boca, Sebastian. – eu coloquei a mão aberta no rosto dele e o tirei de perto de mim. – A gente precisa mesmo conversar. Vamos entrar. – eu me virei e entrei no meu quarto e esperei que ele entrasse também. – Por favor... – eu apontei para a cama e ele se sentou, em compensação eu encostei as costas na parede ao lado da porta da sacada e fiquei de pé olhando para ele.

- Longe assim?

- Para não correr o risco de transformar essa conversa em sexo. Eu preciso conversar com você também.

- Quer começar?

- Pode falar primeiro. – eu só estava tentando adiar a minha parte, para ser sincera.

- Aquilo que eu falei ontem, era verdade Emma. Eu preciso te pedir desculpas talvez pela forma que eu disse, mas não pelo que eu sinto por você e senti. Eu sei que podia parecer errado gostar da mulher do meu melhor amigo, mas eu nunca fiz nada para prejudicar o relacionamento de vocês dois, você sabe disso. A gente teve um beijo, eu sei e fiquei me sentindo culpado por semanas com aquilo, mas do contrario eu só gostava de você de longe. Eu nunca ia acabar com a minha amizade com o John e com o que vocês tinham, mesmo porque eu não tinha nada pra oferecer para você, nem mesmo a segurança de que eu fosse ficar pro resto da minha vida com você. – ele parou para respirar e eu senti na necessidade de falar alguma coisa.

You left me || Sebastian StanOnde histórias criam vida. Descubra agora