Like first date

429 48 1
                                    


Sebastian

Depois que nós tomamos banho, Emma pediu para que eu dormisse com ela no quarto, porque aparentemente estava tarde para eu ir para casa e o sofá da sala não era muito confortável para dormir. Com muita relutância, e pensando no que havia acontecido na piscina, eu acabei aceitando e era ali que eu me encontrava, deitado na cama dela a admirando de longe passar cremes no rosto e nas mãos.

Durante muitos anos eu a havia admirado de longe e estava fazendo a mesma coisa naquele exato momento. Eu podia dizer qualquer coisa sobre ela: qual dente ela tinha quebrado, o problema com olheiras que pareciam até um pouco pior, mas que eu adorava mesmo assim, os dedos dos pés que não eram lá muito bonitos, e as mãos com dedos longos. Eu adorava tudo nela, e adorava olhá-la assim ao longe, ela poderia passar duas horas passando creme que eu não me importaria em olhar.

- O que foi? – ela perguntou me olhando e passando a mão pelo pescoço. – Tem alguma coisa errada? – ela franziu o cenho.

- Não. – eu abri um sorriso, eu podia ser sincero e dizer que a estava admirando, mas resolvi esconder isso. – Você demora demais.

- A gente precisa se cuidar. E você deveria fazer o mesmo. – ela pegou uma bisnaga de creme e jogou para mim, como ela era péssima de mira acabou caindo no chão. – Bom, é para essas suas linhas de expressão.

- Você é ótima de mira, Emma. – eu me abaixei e estiquei para pegar a bisnaga e, sem querer, acabei olhando para a bunda dela, eu não devia ter feito isso.

- O que você vai querer para o café amanhã? – ela deu uma boa olhada em si pelo espelho e, na minha cabeça, eu afastava todo e qualquer pensamento impuro que estava tendo com ela, não era necessariamente minha culpa, afinal, eu sempre senti uma atração enorme por ela e o que havia acontecido antes somado ao conjunto de shortinhos e regata de seda que ela estava usando era uma bela fonte de criação para pensamentos impuros. – Sebastian, eu estou falando com você. – ela chamou a minha atenção e só então percebi que ela já havia saído do banheiro e estava parada na minha frente com os braços cruzados.

- Desculpa. – eu engoli em seco. – Eu me distrai.

- Posso saber com o que? – ela deu a volta e se sentou na cama ao meu lado.

- Você não vai querer saber. – eu cruzei os braços para evitar tocá-la.

- Mas eu quero sim.

- Você vestida desse jeito está me distraindo muito. – eu não queria olhá-la, tinha medo da reação dela.

- Quer que eu me troque? Se bem que esse pijama é velho, não tem nada de mais nele.

- Você já me deu material suficiente, mesmo que você se vista de papai noel eu não vou conseguir tirar essa imagem da cabeça.

- Está bem. – eu percebi que ela se movimentou e quando virei para olha-la, ela estava se enfiando embaixo das cobertas.

- Você sabe que eu não vou fazer nada, não é?

- Eu sei. Só não queria te deixar desconfortável.

- O problema é que você é muito bonita.

- Ta bom. – ela soltou uma risada.

- Eu estou falando sério. E se não fosse esquisito, eu faria muito mais com você do que só aquilo na piscina. – ela me olhou com os olhos arregalados e eu me odiei por ter revelado tudo aquilo para ela. – Vou parar de falar, melhor nós dois irmos dormir. – eu me ajeitei e entrei de baixo das cobertas.

- Eu não tenho camisinha aqui. – ela soltou.

- Que?

- Para a gente fazer sexo, você sabe, precisamos de camisinhas e eu não tenho aqui. – ela fez uma cara que foi extremamente fofa para mim e, imediatamente, eu a abracei e dei um beijinho na testa dela.

- Você é muito bonitinha. – eu a aconcheguei em meu peito e acariciei o braço dela.

- Eu não quero ser bonitinha para você. – ela se afastou e olhou para mim. – Eu nunca senti essa necessidade, mas eu quero ser sexy para você. Principalmente se a gente for realmente fazer isso.

- Fazer isso?

- Transar. – ela soltou. – Eu sei que eu disse que não ia te pedir isso mais cedo, só que se você estiver disposto a fazer isso, eu também estou. Só preciso me preparar um pouco e eu não gostaria que fosse aqui.

Eu não estava acreditando muito no que ela estava me pedindo, era meio esquisito a forma como estava sendo e eu estava revivendo dias da minha adolescência, marcando para fazer sexo, e eu entendia perfeitamente o que ela queria dizer com "não gostaria que fosse aqui", eu também não queria transar com ela na cama em que ela dormia com John.

- Eu tenho uma ideia.

- Qual?

- A gente vai viajar um final semana, só você me falar quando quer, e ai a gente tem um tempo só pra nós. Vamos deixar tudo de lado nesse tempo, vai ser como se a gente estivesse se conhecendo.

- Tipo primeiro encontro?

- Exatamente. – eu acariciei o rosto dela e queria muito beijá-la, mas se eu o fizesse sabia que não ia ser apenas um beijo, então permaneci aonde eu estava. – Só que a gente vai estar em uma casa e você vai poder fazer o que quiser.

- Tipo dar um tempo na Emma viúva? – ela disse de uma forma meio mórbida e eu fiquei triste imediatamente.

- Se é isso que você quer, sim. Você vai poder fazer o que quiser, eu só quero que você se sinta a vontade e se dê um tempo.

- Talvez a gente tente algumas coisas tipo cinquenta tons de cinza? – ela disse rindo.

- Eu não sou do tipo que curte isso, mas se você quiser tentar. – eu dei de ombros. – Eu até compra algumas coisas na internet.

- Você estaria mesmo disposto a isso?

- Você quer?

- Definitivamente não! – ela estava dando risada. – É demais para mim, o máximo que eu já consegui foi uma fantasia de mulher gato, você sabe o quanto o John era nerd.

- Mulher gato? – eu fiz uma careta. – Não, espera, foi aquele halloween?

- Foi.

- Por isso os dois estavam agindo esquisito.

- Quando você está com alguém durante muito tempo tem que inovar nas coisas. – ela me olhou. – Vai dizer que você nunca fez nada estranho com ninguém?

- Uma vez eu estava saindo com uma mulher e a gente ainda não tinha chegou aos "finalmente", só que ela queria muito isso e uma noite quando a gente ia sair eu acabei ficando doente, muito doente e ai ela veio com uma roupa de enfermeira e uma maleta, só que tudo era extremamente vermelho. Foi esquisito, porque eu mal conseguia ficar sentado, então ela teve que vir por cima e cada pulo era como se eu fosse vomitar catarro.

- Que nojo.

- Isso foi realmente nojento e não em um sentido positivo. – eu peguei na mão dela e acariciei. – Eu senti muita falta disso.

- Sexo doente?

- Não se faça de desentendida. Eu senti falta disso, de mim e você. Eu lembro que a gente ficava horas conversando sobre essas coisas e das gracinhas que você fazia quando eu estava com uma garota nova.

- E eu senti muito a sua falta, em tudo. Durante muito tempo eu desejei que você estivesse aqui, porque eu precisava de você.

- Sabe tem uma coisa que eu nunca te contei. – aquilo estava emocional demais, então eu tinha que reverter as coisas.

- O que?

- Uma vez quando saímos só eu e você porque o John tinha ido a uma conferência, uma mulher chegou em mim quando fui pegar bebidas para nós e perguntou se eu e você não estávamos a fim de um ménage.

- Não!

- Pois é, mas eu disse que a gente era monogâmico demais para isso.

- Não acredito que você fez eu perder um ménage! Péssimo amigo, péssimo mesmo. – ela disse rindo. – Acho que a gente precisa dormir, eu tenho que dar aula amanhã.

- Tem razão, já está tarde. – eu deitei e ela fez a mesma coisa que eu. – Boa noite Emma.

- Boa noite, Sebastian...

You left me || Sebastian StanOnde histórias criam vida. Descubra agora