Maria a Louca

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13°51'45.3"S 42°48'51.4"W 26/08/2005


— O que acha que ela tá fazendo? — Perguntou Lisandro —— Não faço a mínima ideia! — Respondi —— Eu não consigo entender qual o propósito daquilo? — Disse ele —— Talvez não haja nenhum. — Falei —— Dizem que ela sempre foi assim, desde criança. — Contou Lisandro —Eu e Lisandro estávamos sentados sobre a caixa d'água de concreto que ficava no cruzamento da estrada principal que ligava Matina a Igaporã e a estreita estrada que dava acesso à casa dos nossos avós. Assistíamos intrigados o "ritual" feito por Maria a louca, ela era uma mulher negra e robusta que deveria ter mais de 50 anos de idade, ela era conhecida por toda aquela microrregião entre as duas cidades, devido à história de vida dela e suas excentricidades. Maria era quase uma lenda na região, muitos tinham medo dela e evitavam passar por perto quando a encontravam na estrada. Alguns até passavam pela cerca de arame farpado para dar a volta e não ter que passar perto da louca. Maria tinha feito uma fogueira perto da estrada e pôs uma chaleira enferrujada sobre as brasas e depois ficou andando em círculos e falando coisas sem sentido. Eu e Lisandro assistíamos intrigados à aquela cena que ficou ainda mais engraçada com a chegada do marido da louca, um velho que tinha por volta de 70 anos de idade e mancava da perna esquerda. Eles eram um casal realmente excêntrico e por isso combinavam muito, pois faziam suas loucuras juntos para a alegria dos espectadores. Enquanto Maria mexia o conteúdo da chaleira com um pedaço de pau, seu esposo, João, arrancava folhas de mato e fazia um pequeno monte ao lado da fogueira. Ao terminar de preparar o monte de folhas, João se aproximou dele inclinou o corpo para frete e começou a escarrar e cuspir em cima das folhas. — Mas que diacho esse cara tá fazendo? — Questionou Lisandro —— Para ele aquilo deve ter algum sentido... ou não. — Disse eu —— Lisandro, você mora aqui a vida inteira! Já deveria estar acostumado com esses dois. — Falei —— Não dá pra se acostumar com isso! — Disse ele —João agora além de cuspir em cima das folhas, andava em círculos e Maria ainda mexia o conteúdo da chaleira. João para de girar em volta do monte de folhas, endireita o corpo e faz um sinal para Maria indicando para que fossem embora. Maria concorda e retira a chaleira do fogo, mas larga imediatamente. — DISGRAÇA! DISGRAÇA! DOS INFERNOS!!! SUAS PUTAS DO CÃO QUE VEM ATAZANAR A VIDA DOZOTO, VAI MORER TUDO ESTRIBUCHANDO NO MEIO DAS CAPUEIRA FI DE SATANAIZ DA DISGRAÇA!!! — Xingou Maria —Eu e Lisandro não resistimos e caímos na gargalhada vendo aquilo. Mas nossa alegria não durou muito, pois tivemos que correr para escapar de Maria que começou a nos perseguir com um pedaço de pau. Corremos muito e quando Maria percebeu que não conseguiria nos alcançar, ela lançou o pedaço de pau com toda a força que tinha, eu acompanhei o percurso dele no ar e quando percebi que ele iria me atingir, saltei de lado caindo de costas na areia, mas rapidamente me levantei e continuei correndo. Lisandro estava à minha frente correndo sem olhar para trás, olhei para trás e Maria havia desistido de nos perseguir. Retornou para junto do seu companheiro de loucuras.Após o almoço, todos foram tirar um cochilo, menos eu que não sou chegado a pequenos cochilos vespertinos, pois eles me deixam desorientado. A minha lógica é a seguinte, ou eu durmo ou não durmo. Se for para dormir tem que ser por um período longo. Entediado, eu resolvi dar uma caminhada, mas antes me preparei, pois o sol estava rachando! Pus minha a vestimenta adequada, calça jeans, camisa de manga comprida, botas, boné e por fim passei protetor solar nas partes expostas ao sol. Peguei a estrada sentido Igaporã, subindo uma imensa ladeira calçada com paralelepípedos. Quando terminei de subir, já estava exausto e suado, então sentei-me em uma pedra à beira da estrada. Após recuperar o fôlego e secar o suor do rosto continuei caminhando até a bifurcação onde o caminho da direita levava a Igaporã e o da esquerda levava à comunidade de Olho D'água. Segui o da esquerda, uma estrada com terra fofa e vermelha como sangue, aliás toda a terra daquela região era vermelha. Deixei a estrada principal e peguei um carreiro cercado de Umburanas e com terreno bem acidentado, eu não tinha certeza, mas talvez aquele fosse o caminho certo. O silêncio era quase total, quebrado apenas pelo canto da Fogo-Pagou e outros pássaros. Ao longo do carreiro percebi que ele ia se estreitando cada vez mais, parecia que ninguém havia passado por ali há tempos, mas com uma análise mais minuciosa, percebi que havia alguns galhos de Umburana quebrados e pegadas de pés descalços que pareciam recentes. Depois de desviar de muito mato e quase ter o olho perfurado por um galho seco de Umburana, me deparei com um colchete velho, os paus estavam apodrecendo e os amares enferrujados, abri, passei e fechei novamente. O mato alto ficou para trás, agora o terreno estava tomado por capim. "Ainda bem que estou usando calças, essa porra em contado com a pele provoca uma coceira desgraçada!" Segui o carreiro que continuava pelo capinzal. O capim terminava em uma cerca de estacas de Aroeira e adiante já era possível avistar uma velha casa de adobo cercada de Algarobeiras e alguns pés de Jasmim. Fiquei debruçado na cerca observando o local e pelo que Lisandro tinha me falado o lugar só podia ser esse. De repente, ouvi um barulho! Então me agachei atrás da cerca e continuei observando através das frestas. Um velho magro e de cabelos brancos passou pelo terreiro e foi em direção a um cercado, como ele saiu do meu campo de visão, mudei de posição de forma que eu pudesse acompanhar sua atividade. Já dentro do cercado, ele amarrou uma corda na alça de um balde e o lançou em uma cacimba, após puxar o balde, o velho o carregou com certa dificuldade, entortando o corpo para o lado contrário da mão que segurava o balde. Ele despejou o conteúdo do balde no cocho das galinhas e retornou para casa. Eu estava quase me levantando quando o velho voltou acompanhado de uma velha gorda vestida com roupas esfarrapadas. O velho trazia uma enxada no ombro e a velha um facão na mão direita, os dois foram até a cerca viva de Umburana. A doida começou a cortar as pontas das galhas mais finas enquanto o louco limpava uma área cheia de mato. Maria recolheu o monte de galhas e pôs na área circular capinada por João, em seguida os dois foram para debaixo de um dos pés de Algaroba. João pegou o machado e lascou um pouco de lenha, depois os dois retornaram cada um trazendo um pouco, Maria arrumou a lenha cuidadosamente sobre as galhas de Umburana, primeiro ela pôs uma camada de lenha e depois outra de capim seco, depois outra camada de lenha. O velho tirou um isqueiro do bolso e ateou fogo na fogueira, com a ajuda do vento as lavaredas tomaram conta de tudo. O casal insano se afastou alguns metros ficando na direção da fumaça. Assisti por um tempo e depois fui para casa rindo pra caramba. — E aquela negrinha lá do Vira Mundo que dizem que dá para todo mundo, você já tentou uma aproximação? — Perguntei —— É complicado! — Respondeu Lisandro —— Por quê? — Perguntei —— Eu não tenho muito jeito com as mulheres. — Respondeu Lisandro —— Não precisa de jeito, basta ter lábia. — Falei —— Eu tenho lábia! — Disse ele —— Não, você não tem! Você pensa que tem, isso é diferente! — Afirmei —— Mas eu falo muito, sou simpático, engraçado e converso com todo mundo, mas com as mulheres eu não consigo ter nada além de amizade. — Explicou ele —— Lisandro, guarde bem essa dica que vou lhe dar... se você quer comer uma mulher, não banque o engraçadinho simpático, diga a elas o que elas querem ouvir. — Expliquei —— E o que elas querem ouvir? — Perguntou ele —— Isso você terá que descobrir. — Respondi —Naquela semana eu fui diariamente até a casa dos loucos para assistir o seu espetáculo privado. Após explorar um pouco, encontrei um lugar melhor na arquibancada natural do sertão que me dava uma vista privilegiada do show. A poltrona era uma galha de Umbuzeiro que não oferecia muito conforto, no entanto oferecia anonimato para o espectador que não gosta de atrapalhar o artista durante sua performance. Enquanto observava Maria fazer alguns riscos no chão e depois sapatear sobre eles, eu pensava em quanto meu primo Lisandro era idiota, ele já tinha 15 anos e estava louco para transar, ele se masturbava 8 vezes por dia olhando para uma revista que ele guardava dentro do oco de uma árvore no mato. Até aí tudo bem, mas o problema era a imbecilidade dele, ele tinha um monte de primas que brincavam de esconde-esconde com ele no mato e ele apenas brincava normalmente sem tentar levar a brincadeira para um nível mais avançado. Andréia e Paula eram nossas primas de segundo grau, ambas filhas de irmãos da nossa avó, todo domingo vinham até a casa dos meus avós, proseavam um pouco e depois voltavam para o Olho D'água através de um atalho pelo Morro da Maria Joana. Elas quase nunca ficavam mais de uma hora e sempre pareciam ter presa de ir embora, isso sempre me causou certa estranheza, mas eu nunca tinha chegado a nenhuma conclusão. Até o dia que a Paula deixou cair um objeto de plástico branco com uma parte de metal em uma das extremidades, como ela o recolheu muito rápido, eu não pude ter certeza do que se tratava, então para ter certeza, resolvi seguir as duas no seu caminho de volta. Mantive uma distância segura durante todo o percurso, mas pude ouvir sobre o que elas falavam e para onde iriam, então peguei um atalho e cheguei lá antes delas, fiquei escondido no mato. Eu assisti àquela cena agoniado, tive que me segurar para não interferir, mas consegui graças a minha mão direita que ajudou a aliviar a minha tensão. Quando as duas foram embora, retornei imediatamente para casa para preparar o plano. No domingo seguinte foi a mesma coisa, as duas vieram e foram prosar com os velhos, mas antes delas irem embora, chamei Lisandro para vir comigo e no caminho eu lhe expliquei tudo. — Caim para onde estamos indo? — Perguntou Lisandro —— Para o paraíso! — Respondi —— Como assim cara? — Questionou ele —— Você quer foder, não quer? — Perguntei —— Sai fora caralho! Tá me estranhando? — Disse Lisandro —— Não comigo, com garotas. — Expliquei —— QUE GAROTAS??? — Quis saber ele —— Andréia e Paula. — Expliquei —— Você endoidou de vez? — Perguntou Lisandro —— Nunca estive tão lúcido. — Respondi —— Isso é loucura cara, por que você acha que elas vão dar pra gente? — Questionou ele —— Pode ter certeza que vão! — Afirmei —Eu e Lisandro nos posicionamos exatamente onde eu tinha ficado da última vez, após uns 40 minutos o silêncio do mato foi quebrado pelos passos das duas. Andréia tirou 2 colchonetes enrolados que estavam debaixo de um monte de folhas e galhos, ela os desenrolou e os estendeu no chão. Do mesmo esconderijo, Paula tirou um pequeno saco plástico e de dentro retirou 2 cigarros de maconha, ficou com um e entregou o outro para Andréia. Retirei minha máquina fotográfica digital do bolso, liguei-a e desativei os efeitos sonoros, dei um zoom e consegui capturar o momento exato que as duas fumavam o seu baseado tranquilamente e depois capturei o melhor do show, o momento que as duas faziam um 69 delicioso. Então já com as evidências daquele crime hediondo que ia contra a moral e os bons costumes eu e Lisandro damos o bote. — POSSO BRINCAR TAMBÉM? — Falei alto —O susto que as duas levaram foi quase hilário, elas saíram uma de cima da outra as presas e se esconderam atrás dos colchonetes com olhos arregalados de pavor. Eu teria dado risada daquilo, mas estava muito excitado para isso. As duas ficaram em um estado de transe, pareciam não acreditar que aquilo estivesse acontecendo. — Então primas queridas, o negócio é o seguinte... vocês vão dar pra gente e fazer tudo o que mandarmos, entendido? — Expliquei —— Não, cê tá doido, nóis não quer! — Disse Andréia —— Pelo amor de Deus, não conta isso pra ninguém! — Pediu Paula —— Não se preocupem meninas, eu não vou contar nada, bastas vocês transarem com a gente. — Falei —— De jeito nenhum! — Disse Andréia —— Então eu vou ser obrigado a contar para toda a família sobre as maconheiras lésbicas que fazem uma deliciosa sacanagem no mato. — Disse eu —— Pode contar, ninguém vai acreditar no cê! — Falou Andréa —— E se eu mostrar essas fotos? — Falei retirando a máquina fotográfica digital do bolso e mostrando a elas —Quando as duas viram a máquina fotográfica na minha mão o desespero tomou conta delas e começaram a chorar. — Calma meninas, não precisam se desesperar, nem eu nem Lisandro vamos contar nada do que vimos aqui. Basta vocês me obedecerem, então eu entregarei o cartão de memória contento as fotos para que vocês quebrem. — Expliquei —As duas choraram por um tempo até que a Paula deixou o colchonete cair.— Tá bom! — Concordou ela —Andréia hesitou um pouco, mas vendo que não havia outra saída, também cedeu à nossa vontade. — Ok, vamos organizar isso aqui! Lisandro, esconda a câmera em um lugar seguro! Andréia, você vai dar para o Lisandro! E você Paula, vem comigo! — Ordenei —Fui com Paula para um local mais afastado para deixar o Lisandro que era acanhado mais à vontade. Abaixei as calças e mandei ela trabalhar no meu cacete. Depois ordenei que ela ficasse de quatro e iniciei a penetração enquanto massageava seus fartos seios.— Caim já chega, por favor! — Pediu ela —— Cala a boca! Só chega quando eu quiser! E é melhor você rebolar no meu cacete bem gostoso se não quiser que seu pai veja a foto de você chupando a buceta da Andréia! — Ameacei —Deitei no colchonete com as mãos atrás da cabeça enquanto Paula descia suavemente encaixando sua bucetinha apertada na minha rola. Paula rebolou gostoso seguindo todas as minhas ordens. Ordenei que ela ficasse de joelhos, segurei em seu cabelo enquanto ela chupava meus testículos. Finalizei ejaculando em seu rosto e espalhando o esperma por toda a sua face.— Caim me dá o cartão agora, por favor! — Pediu ela —— Relaxa! Você cumpriu sua missão, eu vou te entregar o cartão, fica fria! — Falei —Quando chegamos, Lisandro estava encostado em uma árvore com cara de idiota e Andréia estava sentada no colchonete de cabeça baixa. — Lisandro vá buscar a câmera! — Mandei —— ...... A tá, já vou. — Disse ele —Eu havia configurado a câmera de modo que as fotos fossem salvam tanto no cartão de memória como na memória interna, desse modo eu poderia facilmente ludibriar as duas fazendo-as acreditar que a evidência havia sido destruída e depois mostrar as fotos para a família, mas isso também iria me comprometer, pois elas poderiam alegar chantagem e estupro da minha parte, então resolvi não revelar nada. — Caim, você é o cara! Como você conseguiu planejar isso tudo? — Elogiou-me Lisandro —— Lisandro, basta observar com atenção tudo que ocorre ao seu redor e então você perceberá que as oportunidades estão na sua frente. — Expliquei —— Cara, foi muito bom! Ela chupou meu pau, eu comi ela de quatro, fiz tudo como nos filmes! — Disse ele —— Quanto tempo durou? — Perguntei —— Sei lá, acho que uns 5 minutos. — Respondeu ele —— É... Nada mal. — Comentei —Em outro dia.Minhas mãos estavam ardendo e em carne viva, pois as bolhas haviam estourado, mas eu estava satisfeito, pois o trabalho tinha ficado impecável. Foi uma noite inteira de trabalho extremamente cansativo que valeria a pena quando os dois pegassem no careiro pela manhã. O sol já estava nascendo quando a fumaça começou a sair pela chaminé, logo depois a porta se abriu e Maria saiu com uma cuia nas mãos e lançou milho às galinhas. Logo em seguida João encheu o cocho com água, depois foi lascar um pouco de lenha, Maria agarrou uma galinha pelas asas, apalpou seu corpo depois a soltou. Os dois entraram novamente, lá ficaram batucando no que parecia ser panelas e depois de um bom tempo eles saíram. João caminhava na frente com um embornal no ombro e Maria vinha logo atrás arrastando um cavador, meu coração acelerou, a hora tinha chegado. Saí de onde estava e fiquei deitado no chão atrás de um tronco de Mulungú observando os dois atrás de um espaço entre o tronco e o chão. Percebi que meu plano não funcionaria 100%, pois os doidos não caminhavam lado a lado... então me preparei para agir logo que o que estava na frente caísse. Assim que João caiu, Maria parou imediatamente, soltou o cavador e ficou olhando para o marido trespassado por espetos dentro do buraco que eu havia cavado durante toda a noite e coberto com uma camada de finas varas e folhas deixando a armadilha imperceptível. — E ai velha louca! — Provoquei —— FI DI PUTA DUS INFERNU, DISGRAÇADU! EU VOU TI RANCÁ AS TRIPA PELO CÚ!!! — Ameaçou ele —Maria jogou o cavador em minha direção, desviei facilmente, ela pegou um pedaço de pau deu a volta no buraco e veio atrás de mim. Nesse instante, uma ideia surgiu em minha mente! Corri pelo mato mantendo uma distância curta de Maria. Enquanto corríamos eu a provoquei com insultos fazendo-a se enfurecer ainda mais. Então eu a atraí de volta para o carreiro e acelerei deixando-a um pouco para trás, desci dentro do buraco numa parte sem espetos no canto e me preparei. Quando Maria surgiu, eu a lacei pelo pescoço e puxei num rápido movimento que não possibilitou nenhuma chance de reação. Maria caiu em cima dos espetos ao lado de seu marido.

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