Hóstias do Pecado

508 15 1
                                    

— Caim, filho mio, finalmente è arrivato! — Disse o Padre César —— Padre César, parece preocupado, o que ocorre? — Perguntei —— È la ragazza, ela não está bene! — Respondeu ele —— Qual delas? — Perguntei —— La pequena que io fondare na rua! — Respondeu ele —— Sim claro, agora me lembrei! Aquela moreninha que o senhor encontrou caminhando sozinha próximo daquela favela no bairro Beija Flor! — Falei —— O que aconteceu com ela padre? — Questionei —— La ragazza está doente ela tem febbre diarrea e vomita molto! — Disse César —— E você me chamou aqui só por isso? — Indaguei —— Caim, il bispo vai chegar daqui a due ore e io no sei o que fare com ela! — Disse ele —— Por que não leva ela para sua casa? — Sugeri —— Io no posso sair daqui con la ragazza! Io estou sendo investigado pelo Vaticano, io estou sendo vigiado. — Explicou ele —— Poderíamos retirar a menina dentro de uma mala ou outro objeto semelhante. — Propus —— No Caim! Se saímos daqui con qualsiasi objeto sospetto eles vão desconfiar e virão averiguar! — Disse o padre —— Então não poderemos sair da igreja com nenhum objeto suspeito, se é assim como o senhor diz, eles irão me interceptar de qualquer maneira quando eu sair daqui. — Falei —— Exato! Quando você mette il piede fuori da igreja eles irão te ispezionare! — Disse César —O Padre César estava em uma situação muito complicada, a visita do bispo o pegou de surpresa e para complicar ainda mais, espiões do Vaticano estavam na cidade. Ele sempre foi cuidadoso com seus brinquedos, sempre os guardou muito bem em sua casa e raramente os trazia para a igreja, mas dessa vez ele resolveu arriscar um pouco e trouxe a menina de 9 anos que ele encontrou próximo da favela. Os pais provavelmente deviam ser usuários de drogas que não davam a mínima para a garota, pois ela estava imunda! As unhas cheias de sujeira, o cabelo embaraçado e sujo, ela cheirava mal. Então o bom padre cuidou dela, deu banho e limpou muito bem seu pequeno e jovem corpo, penteou seu cabelo e deu muito carinho. O tempo estava se esgotando e logo o bispo chegaria para a visita e ele iria querer ver todos os cômodos da igreja, estávamos em um beco sem saída. Na verdade, ele estava, pois eu poderia ir embora e deixá-lo se lascar, mas eu sabia que se o ajudasse, ele ficaria em dívida comigo e eu adorava cobrar favores. Mas o que eu poderia fazer? Não havia como sair com a menina sem ser pego pelos agentes do Vaticano e também não havia onde esconder uma menina doente que fazia muito barulho. Analisei por um bom tempo as partes da igreja, quando estudava os fundos, percebi que um groso cano de metal passava rente a parede e ao seu lado havia uma porta de ferro. Girei a maçaneta e abri, vi uma escada, mas estava tão escuro que não consegui enxergar quase nada, tateei a parede e consegui encontrar o interruptor. As luzes se acenderam e pude descer os degraus com segurança, ao chegar lá embaixo, vi novamente o cano metálico, ele descia até um forno à lenha. Ao lado do forno havia uma mesa grande com várias assadeiras e utensílios de cozinha, perto da mesa estava uma pilha de sacos de farinha de trigo, em uma das assadeiras tinha hóstias recém-saídas do forno. Com certeza o bispo também iria querer entrar naquele cômodo, então esconder a menina ali estava fora de cogitação. Subi as escadas e fui ao encontro do padre César, ele estava em um dos bancos da igreja de cabeça baixa e com as mãos no rosto. Quando ele me viu chegar, veio correndo e se ajoelhou aos meus pés. — Ti prego! Per amor di Dio mi ajude! O vescovo acabou de ligar, ele já está a caminho! — Implorou ele —— Calma! Deixe-me pensar...... vamos fazer o seguinte, você vai recebê-lo como se nada estivesse acontecendo e vai mantê-lo ocupado e distraído o máximo de tempo possível, enquanto eu fico com a garota no porão. Faça com que lá seja o último lugar a ser visitado pelo bispo! — Expliquei —— Ma Caim, no vai dar certo, lui vi vedrà com a ragazza de qualquer jeito! — Disse ele —— Apenas faça como eu disse! Confie em mim! — Insisti —Fui até a sacristia, lá vi a menina deitada em um banco, dormindo, tentei pegá-la com cuidado para que não acordasse, mas não teve jeito, ela acordou e começou a chorar. Tapei sua boca com a mão e a levei para o porão às pressas. No caminho, ela tentava inutilmente retirar minha mão de sua boca, ao passar pela porta, fechei-a e desci cuidadosamente os degraus, quando cheguei lá embaixo, fiquei olhando para todos os lados sem saber o que faria com ela. Onde eu iria enfiar aquela menina? Enquanto eu procurava desesperado uma saída para a situação, a garota cravou os dentes em minha mão. — AAAHHHRRRR MAS QUE PORRA!!!! — Xinguei —Ela havia me mordido com força e não parecia disposta a soltar, então a coloquei em cima da mesa e apertei seu pescoço, imediatamente ela começou a sufocar e abriu a boca soltando minha mão. Quando olhei, minha mão estava sangrando, os dentes da garota tinham me perfurado, peguei a menina pela cintura e a arremessei contra a parede. Ela caiu batendo as costas no chão, no instante da queda ela ficou sem ar, mas logo em seguida começou a chorar de novo, dei uma olhada rápida ao redor e vi um pano em cima da mesa, peguei e fui em direção à garota. Ela tentou correr, mas a derrubei com uma rasteira e pisei em sua garganta para silenciá-la, a amordacei e dei alguns chutes em sua cabeça até deixá-la inconsciente. Com a peste devidamente controlada, eu pude pensar com calma no que faria com ela. O tempo estava passando e logo o bispo estaria descendo as escadas até onde eu estava, eu precisava agir! Precisava fazer aquela garota sumir, caso contrário eu estaria ferrado. Eu sempre tive calma em tudo que fazia, mas aquela situação estava me deixando desesperado, por mais que eu pensasse, eu não conseguia achar uma saída. Comecei a andar de um lado para o outro enquanto um suor frio descia pelo meu rosto, então tropecei em um pedaço de madeira. — MIZÉRA! QUEM DEIXOU ESSA PORRA AQUI? — Falei —— ....É ISSO! ESSA É A SAÍDA! — Pensei em voz alta olhando para o forno —"Nós não precisamos retirá-la daqui... apenas precisamos mudar sua composição física."Levantei a menina e a encostei na parede, segurei com ambas as mãos na cabeça dela e torci seu pescoço o mais forte que pude, houve um estalo de algo se rompendo. Arrastei-a até o forno e coloquei ela no local onde fica a lenha. Fui arrumando a lenha sobre o corpo até encher totalmente.De repente, ouvi a porta se abrir, o padre César vinha na frente com uma cara de pavor olhando fixamente para mim com os olhos arregalados. — Bispo, questo è Abel, um dos diáconos que gentilmente se ofereceram para ajudar con la produzione di hóstias! — Disse César —— Parabéns meu jovem, não é todo dia que vemos atitudes tão nobres. — Parabenizou o bispo —— Obrigado, bispo. — Respondi —O bispo caminhou um pouco, olhou as hóstias que estavam em cima da mesa, falou um pouco com o padre César em Italiano e depois os dois saíram do porão. Algum tempo depois, o padre César veio me avisar que o bispo já havia partido, então eu prossegui com o trabalho, rasguei uma caixa de papelão e misturei os pedaços com a madeira, depois derramei cuidadosamente um litro de álcool sobre a lenha, de modo que encharcasse bem, peguei a caixa de fósforos que estava sobre a mesa e vi que só restava 3 palitos "Ainda bem que não tem vento aqui!" Acendi o fósforo e lancei num lugar especialmente humedecido pelo álcool, as chamas se alastraram. Me acomodei numa cadeira e fiquei assistindo aquele espetacular churrasco humano.Mais tarde, à medida que o fogo consumia a madeira, eu ia colocando mais, a temperatura estava tão alta que era difícil me aproximar, então eu ia jogando a lenha de longe. Eu continuei pondo lenha no forno para que daquela menininha não sobrasse nem os ossos.

Diário de um PsicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora