capitulo 8

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 O caminho até a casa teria sido extremamente silencioso, não fosse por Letícia, que cantava músicas aleatórias sem parar, dizia coisas que nenhum dos dois conseguia entender, por mais que se esforçassem.

- O que vai fazer se tiver blitz? - questionou o menino.

- Mostrar os documentos do carro e a habitação. - respondeu, com uma cara de quem não entendeu a pergunta.

- Mas e o bafômetro?

- Eu não bebo.

- Sério? Por que? - ficou curioso.

- Questões pessoais. - Foi seca, fazendo com que ele percebesse que passou dos limites com as perguntas.

- Desculpe-me.

- Tudo bem. Olha, chegamos à sua casa. Boa noite. - Deu-lhe um beijo no rosto, tímida, e esperou que ele saísse do carro.

 Pedro abriu a porta, e, antes de entrar em casa, ouviu seu nome sendo chamado por uma Letícia que tentava sair do carro. Foi até ela e beijou-a no rosto, como fez com Fernanda, e recebeu um papel, discretamente.

- Manda uma mensagem pra ela, ela te curtiu, mesmo que não pareça. A Nan só é um pouco complicada, tem que ter paciência. - disse, baixo, o que o surpreendeu, considerando o estado em que ela se encontrava.

 Quando viu o carro partindo, abriu o papel, e nele estava escrito Fernanda 988687321. Já sabia o que deveria fazer, mesmo que não entendesse. Havia algo naquela menina, e ele precisava descobrir o que o fez se sentir tão fascinado, a ponto de dispensar outra garota por ela.

- O que tem em você, Fernanda? - Questionou, enquanto entrava em casa e ia para o quarto tentar dormir, apesar de já serem 4 horas da manhã.

 Fernanda e Letícia chegaram logo em casa, e após a dificuldade de entrar em silêncio no elevador e no apartamento, estavam as duas em segurança.

- Vai tomar banho Lele. - mandou.

- Não quero, to com sono. - reclamou, ao mesmo tempo que ia em direção ao banheiro.

- É bom que relaxa o corpo, anda logo.

 Ao ouvir o som da água caindo no banheiro, Fernanda se permitiu pensar e tudo aquilo que havia ocorrido durante aquela noite; isso queria dizer, pensar no misterioso menino que se parecia tanto com seu amor. "Ah, Marcos. Será você me dando um sinal?" refletiu, confusa. Não sabia muito bem o que sentira quando o viu, mas, mesmo após ter percebido que não era quem esperava, sentiu uma necessidade de tê-lo por perto, conhecê-lo por completo. Estava curiosa, definitivamente.

 Foi interrompida de seus pensamentos pelo barulho do celular. Correu até ele, imaginando ser algum de seus amigos avisando que tinha chegado em casa, mas, ao abrir a mensagem, não reconheceu quem mandara o texto.

Número desconhecido: N consigo dormir, pensando em seu olhar, tao confuso mas tao lindo.

 Imaginou que fosse algum dos amigos brincando com elas, mas após ver que não era o número de nenhum deles, se pegou pensando se poderia ser Pedro. " Deixe de ser boba, Fernanda. Ele nem ao menos tem o seu número de celular.". Mesmo sem esperanças, resolveu responder para saber quem era essa tal pessoa.

Fernanda: Qm é vc, q esta tao encantado assim?

 Ficou olhando o celular, esperando uma resposta, mas não houve uma. Ouviu Letícia saindo do banheiro, e foi tomar seu banho. Lavou os cabelos, para tirar o cheiro de bebida que estava, e, ao acabar, ouviu o som do celular; saiu correndo, esperando ser o tal admirador.

Mat: Chegamos em casa, tds bem. Te amo,boa noite!

 Respondeu ao amigo, e foi dormir com a dúvida em sua cabeça.

 Pedro mandou a mensagem, sem saber ao certo se deveria ou não. Segundos após mandá-la, se arrependeu; mesmo tendo sido sincero em suas palavras, pensou se não foi muito sem sentido, já que nem a conhecia direito. Deixou o celular de lado, no silencioso, com a certeza de que ela não o responderia. Sabia que aquela seria uma longa madrugada, com tantas coisas passando pela sua cabeça de uma vez.

O que será depois de você?Onde histórias criam vida. Descubra agora