Capítulo 17

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 Pedro não sabia o motivo, mas sentia que precisava fazer algo para se remediar pelo o que fizera. Assim que as palavras saíram de sua boca, ele percebeu que havia magoado a garota. Acabada a primeira aula, Luísa veio ao seu encontro, já cheia de carícias.

- Pê, vamos ao meu apê hoje?

- Não.

- Por que? - fez voz melodiosa.

- Não estou a fim! - Falou, rispidamente.

- Nossa. Você tá um mala hoje. Credo! Vê se fica calmo, e depois você me procura. Cê é gatinho, mas não vale o esforço.

 Dito isso, a menina saiu andando, e, em menos de dez minutos, já estava enroscada em outro. "Louca!". Estava tão pensativo em relação ao que tinha acabado de acontecer, que acabou esbarrando acidentalmente em alguém. Ao levantar os olhos, percebeu quem era, o que o fez tirar o sorriso dos lábios, e abaixar a cabeça. Dava para ver no olhar dela, o quanto estava magoada.

 Logo em seguida foi para a aula, e enquanto passava pelo corredor, ouviu Luana conversando com uma garota qualquer.

- Mas ele vai ser meu. Está só aproveitando. Logo logo ele se cansa. A gente tem conversado sobre isso, sabe? Ele me confirmou.

"Será que está falando da Fernanda e o tal Matheus? Não pode ser, as duas são amigas..." com esse pensamento, foi andando, quando ouviu mais uma coisa.

- Ele vai ao apartamento dela hoje. Aposto que vão transar. Aí então ele para com isso e volta pra mim.

 Mesmo não tendo certeza sobre o que a garota disse, decidiu que não esqueceria aquilo. Se Matheus tentaria levar Fernanda para a cama, ele o impediria. Desde o primeiro momento em que os viu juntos, sabia que o garoto não prestava.

 Ao final da aula, foi para casa. Precisava descobrir onde a menina morava, e ir logo atrás dela. Demorou cerca de duas horas apenas para descobrir o endereço, através de uma rede social. Era incrível como as pessoas colocavam tudo na internet, até mesmo coisas tão pessoais. Tentou ir o mais rápido possível, mas, naquela hora da tarde, o transito estava horrível, e, por isso, acabou demorando mais do que o esperado.

 Subiu os andares de escada, correndo, e parou na porta do apartamento. Pensou se deveria mesmo estar ali, e, antes que pensasse mais um pouco, apertou a campainha. Ninguém respondeu. Não havia sons vindos de dentro do local. Apertou duas, três, quatro vezes.

- Não tem ninguém, melhor desistir. Pra que fui ouvir uma maluca no corredor, e que nem estava falando comigo? - Falou para si mesmo.

 Quando estava virando as costas, ouviu o barulho da maçaneta, e depois, os olhos assustados da menina.

- O que você está fazendo aqui?

 Ele abriu um sorriso. Vê-la o fez se sentir diferente, de uma forma que ele não conseguia entender. Mas sabia que aquilo era bom. Ia respondê-la, quando viu que havia mais alguém atrás dela.

- O que ELE está fazendo aqui? - Apontou para o Matheus, com raiva.

- Que eu saiba, eu que estou com ela, e não você. Então acho melhor você começar a se justificar, antes que eu te dê um murro! - Matheus passou a frente de Fernanda, confrontando-o.

- Fernanda. Eu posso falar com você ? - Ignorou-o. - A sós?

- Pode falar o que quiser a frente do Mat.

- É! Eu não vou a lugar algum, moleque.

- Por favor. É sério. Precisamos conversar sobre o que aconteceu. - Pediu.

- Tudo bem.. Mat, querido, nos vemos mais tarde. ok? - Disse, sem esboçar nenhuma reação. Na verdade, estava aliviada por ter sido interrompida dessa forma, assim não precisaria dizer que não queria nada ao Matheus.

 Matheus saiu sem dizer mais nada, e sem se despedir da menina. Estava chateado.

- Entra, Pedro. Pode se sentar no sofá.

 O menino entrou, e se sentou, ainda um pouco constrangido por estar ali com ela, e sem saber como reagir ao fato de ela estar visivelmente desarrumada; ele percebeu naquele instante que ela dormiu com o amigo. Logo fechou a cara.

- Então, o que queria me dizer? - Questionou-o, ao perceber que ele estava aborrecido e, provavelmente, não falaria nada sem que ela forçasse.

- Bem... Eu queria me desculpar mais cedo. Por tudo o que eu disse a você, e por ter te magoado, seja lá o motivo. Eu não entendi porque ficou daquela forma, mas não era a minha intenção, de maneira alguma. Eu estava apenas... Estressado com algumas coisas.

- Espera... Então você não sabe quem é Marcos?

O que será depois de você?Onde histórias criam vida. Descubra agora