O que será depois de você?

capítulo 14

Fernanda mal acordou, e foi olhar suas notificações no celular. Sabia que tinha tempo, porque acordou com o despertador. 3 mensagens.

Aaaah! Sabia q vcs iam ficar! Boa, amg, ele é um gostoso!!!! + pretende continuar?. -J.

 Ju não tinha jeito mesmo. Mas fez uma boa pergunta. Deveria ou não continuar com tudo aquilo? Resolveu deixar acontecer, ver como seriam as coisas quando fosse para a faculdade e como todos estariam.

Vou deixar rolar, amg... Será bom me distrair. rsrs. Te amo. - F.

 Decidiu olhar as outras mensagens, e a que olhou em seguida era de Luana. Parecia um texto de tão grande.

Eu sei q vc tá confusa, e nem eu sei pq fiquei dquele jeito. Eu n qria estragar a noite, ent, pf, me desculpa! Vc e o Mat tem td o direito de tentarem ser felizes 1 com o outro, e eu n posso impedir isso... + espero que ainda sejamos amgs! Te adoro. - Lu.

 Mesmo sem entender direito nada do que ela disse, resolveu deixar tudo pra lá. Se ela não estava mais chateada com Fernanda, já era um avanço, considerando o fato como saiu do cinema na noite anterior. Estavam apenas no segundo dia de aula do semestre, e causar essa briga toda de cara não fazia sentido algum. Levantou-se, tomou banho, e trocou de roupa; mesmo sem fome, comeu uma maçã e foi para a faculdade.

 Chegando lá, olhou as horas no celular, e reparou que não tinha respondido alguma mensagem. Mas não sabia de quem poderia ser, já que não estava conversando com ninguém mais antes de dormir.

Me desculpe pela maneira como tratei seu namoradinho ontem. Preciso te encontrar antes da aula. Pode ser? -P.

 Como aquele moleque ousa falar com ela dessa maneira? Ficou possessa de raiva, sem nem palavras para respondê-lo. É óbvio que não queria vê-lo, ainda mais porque sabia que ele estaria com aquela azeda. Depois daquilo, sabia que não teria um bom dia.

- Oi, minha linda! - Ouviu Matheus chamá-la.

- Oi, Matheus. Bom dia. - Respondeu, com cara de poucos amigos.

- O que aconteceu tão cedo para você já estar assim, de mau-humor? - questionou, enquanto ia de encontro a ela, tentando beijá-la. Ela virou o rosto. - O que foi? Não gostou de ontem?

- Não é isso. É só que estamos na faculdade, e além disso, é tudo muito recente pra mim... - Respondeu, cabisbaixa. Nem ela sabia o motivo daquilo.

 Estavam conversando, e viu Pedro passar, olhando para ela como se a chamasse. Pensou em se afastar de Matheus e dar uma chance para saber o que ele queria, mas, quando olhou para ele de novo, o viu beijando Luisa. Galinha!

 Sem pensar duas vezes, aproximou-se de Matheus e o beijou; não fechou os olhos, queria ver a cara de Pedro. E viu uma pessoa muito zangado vindo em sua direção. Merda, merda, merda!

 Quem ela estava pensando que é, olhando-o daquela forma, enquanto beijava um merdinha qualquer? Por um momento, quando se olharam, achou que ela não estava mais chateada, e ele poderia ir entregar suas folhas, que havia deixado cair no dia anterior no refeitório, mas Luisa chegou agarrando-o, e, quando olhou novamente, ela já estava nos braços do tal Matheus.

 Foi ao encontro dos dois, irado, sem saber o que falaria. Só queria que aquilo acabasse, que eles parassem de se beijar.

- Que eu saiba, isso aqui não é um motel para ficarem quase trepando aos olhos de todos.

- E que eu saiba, você não manda em mim. E além disso, estava fazendo a mesma coisa com a sua vadiazinha. - rebateu Fernanda.

- Saí daqui, cara. Deixa a gente ficar em paz. - se intrometeu Matheus, que parecia ter sido esquecido, já que os dois estavam se olhando de uma maneira tão intensa.

- Eu vou. Mas antes queria te entregar as drogas das folhas que caíram ontem no refeitório. Da próxima vez, chama ele pra recolher. - disse. - Ou então chama o Marcos!

 Jogou as folhas em cima dela e se virou, andando para a sua sala. Só quando ouviu um barulho, virou-se, e viu que Fernanda estava aos prantos, sentada encostada na parede, com o bloco de folhas no chão. Não sabia porque aquilo estava acontecendo, mas, pelo olhar de Matheus para ele, entendia que havia ferrado tudo.