Foi o caminho todo para casa pensando naquilo. Estava tão distraída, que não notou que, ao entrar em seu prédio, estava sendo seguida por uma pessoa: Pedro.
- Oi, Fernanda. - Disse, baixinho, antes de entrarem no elevador, fazendo a menina pular.
- Que susto, Pedro! Oi. - Respondeu, colocando a mão no peito, que batia descompassadamente pelo susto que levara.
- Desculpa, não era a intenção. Eu tava passando por aqui quando recebi sua mensagem. A gente pode conversar?
- Claro que pode. Vem, vamos pro meu apê.
Subiram o elevador em silêncio, e permaneceram assim até adentrarem a casa de Fernanda.
- Senta, por favor. Quer alguma coisa pra beber? Ou pra comer? Tá meio frio agora né? Melhor fechar as janelas. - Foi falando, nervosa, sem parar. O que ele estava fazendo ali, ainda mais àquela hora.
- Calma, Fernanda. Assim vai me deixar mais nervoso. Primeiro, eu queria me desculpar por ter aparecido aqui de surpresa ontem, e estragado seu momento com o seu namorado; segundo, por ter aparecido de novo aqui sem ser chamado. Terceiro, desculpa por ter te agarrado e beijado ontem, não deveria fazer isso, você namora. E por último, desculpa por ter causado confusão com o seu namorado. Bem, é isso.
- Que isso Pedro, nada a ver. Não causou confusão nenhuma, e não precisa desculpar por ter vindo aqui. Aliás, eu não namoro o Matheus. E sobre o beijo.. Bem, vamos deixar pra lá.
- Achei que tivesse feito os dois terminarem...
- Oi?
- É, sei lá, ele ficou com tanta raiva ontem, quando me fez o favor de me dar esse olho roxo...
- Então foi o Matheus que fez isso em você? - Surpreendeu-se - Achei que tinha sido assaltado também... Mas, se você brigou com o Matheus...
- Espera, assalto? Que assalto?
- O Matheus disse que foi assaltado, por isso estava machucado.
- Esse moleque é um bosta mesmo! - Esbravejou - Eu que bati nele, quando ele partiu pra cima de mim. Tava tentando me defender...
Tudo isso só deixava Fernanda ainda mais confusa. Toda essa história não fazia sentido nenhum. "Será que o Matheus viu que eu beijei o Pedro? Mas não seria possível... Só pode ser outra coisa... Mas o que?". Preferiu não pensar nisso com o outro garoto ali em seu apartamento. Não fazia sentido nenhum.
- Olha, Pedro, não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas isso não faz sentido nenhum!
- Não faz mesmo, esse seu namoradinho tá mentindo pra você, e você não tá nem aí!
- E quem me garante que é ele que está mentindo, e não você? - Ficou brava.
Conhecia seu amigo há mais de ano, sabia de sua índole, como ele era correto e sempre honesto. Não fazia sentido nenhum esse menino, que a conhecia há tão pouco tempo, falar esse monte de coisas a respeito dele. A cada momento que pensava nisso tudo, mais ficava irritada.
- Acho melhor você ir embora daqui, antes que eu fique mais irritada. - Reclamou.
- Talvez seja melhor mesmo! Você acha que aquele seu namoradinho de merda é quem sempre está certo! Vai acabar se ferrando, e ganhando um par de chifres! - Respondeu, já se virando para ir embora.
Argh! Esse cara estava sempre tirando seus nervos do sério! Como uma pessoa pode ser tão irritante em tão pouco tempo? Como ele podia ser tão insensível e tão ridículo?
To em casa, tem ctz q ñ qr q eu vá aí?
Não estava no clima para encontrar Matheus, ainda mais depois de encontrar aqueles olhos azuis tão... tão... tão insuportáveis! Nada podia deixá-la calma depois de tudo aquilo, e, no fim das contas, podia acabar discutindo com o amigo sem motivo algum.
Td bem, Mat, a gte se vê amanhã. Bjs
O melhor que ela podia fazer era dormir. Nada pode dar errado quando estamos dormindo.
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O que será depois de você?
RomanceFernanda Capistrano era uma jovem feliz. tinha uma família ótima, boa condição financeira e ia começar a faculdade de direito em algumas semanas, junto com o namorado Marcos Preiss. Tudo isso mudou quando, em um acidente de carro, o homem, que consi...