capítulo 12

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 Ouvir aquilo deixou Fernanda chateada; mesmo não gostando de Luisa, sabia que a garota tinha razão, pelo menos depois de ver o modo que Luana agiu vendo os dois juntos. Não conseguiu esconder sua tristeza tão bem quanto pretendia, e recebeu um olhar compreensivo de Pedro, que repreendeu Luisa.

- Pare de falar desse jeito, Luisa. Matheus e Luana não tem nada. E Fernanda não tem culpa de ser uma garota tão adorável assim. - Assim que acabou de falar, arregalou os olhos. Ele tinha dito que ela era adorável?

- Vai defendê-la, Pê? Não acredito - Revidou, fazendo uma carinha estilo "gatinho do Shrek".

 Sem falarem mais nada, ouviram o sinal de que o filme começara, e viraram-se para a tela. O filme parecia bem parado no início, então Matheus aproveitou para falar com Fernanda.

- Nanda. - Sussurrou. - Me desculpe por tudo isso. Eu não queria que você e a Lu brigassem nem nada do tipo; eu nunca escondi de ninguém o que eu sentia por você, e ela não tinha me dito nada sobre querer algo comigo, se é o que está pensando agora. Não fique brava comigo, eu só queria dar a você uma chance de seguir em frente e tentar ser feliz. Por que não comigo?

- Mat... Eu sei que não fez nada disso por mal, e ninguém sabia que ela gostava de você até agora; pelo menos ela nunca disse nada. Não estou chateada com você... - Suspirou, cansada da situação. - Estou chateada comigo mesma, por ter te beijado por estar com raiva daquele moleque. E o pior é que você achou que fosse por outro motivo.

- Eu não sou mais criança, meu bem. Eu percebi que ele te chateou, e que tem alguma coisa acontecendo entre vocês dois. Acredito que seja por ele te lembrar Marcos. Mas mesmo assim, por que eu não aproveitaria esses pequenos momentos? - terminou rindo. Nesse momento, ela saberia que tudo estava bem entre os dois, e relaxou.

 O resto do filme foi tranquilo, mesmo tendo que ver Pedro e a tal loira oxigenada se agarrando vez ou outra. E o pior eram as olhadas que a garota dava, rindo ao perceber que Fernanda os via. Toda vez que isso acontecia, Matheus a abraçava e dizia que tudo ficaria bem, que ela não deveria sofrer por uma criança como o cara. Isso a reconfortava, mas a fazia se sentir mal, pensando se não estava abusando do amigo.

 Acabada a sessão de cinema, foram em direção ao estacionamento. Como Matheus estava sem carro, ela ofereceu-lhe carona, sem aceitar um não como resposta.

- Tudo bem mandona, vamos logo! - reclamou de brincadeira, entrando no carro.

 Foram conversando até chegarem ao condomínio aonde ele morava, e, ao se despedirem, saíram do carro.

- Obrigada por tudo, e pela noite, foi incrível. - agradeceu ao amigo.

- Obrigado você, meu bem. - sorriu, daquele jeito encantador.

 Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa que a fizesse desistir, o beijou. Não sabia se aquilo era certo ou errado, mas sentia que queria fazer aquilo; precisava, depois de tudo o que ele fez a ela, consolando-a e apoiando-a.

- Boa noite. - disse, sem graça se afastando.

- Boa noite, loirinha!

 Puxou-a de volta ao seu encontro, colando seus lábios, e pedindo passagem com sua língua, fazendo-a ceder rapidamente. Foi um beijo cheio de desejo, desesperado; Colocou-a de encontro à porta do carro, passeando suas mãos por toda a extensão das costas, indo para a cintura. Fernanda o puxava pela nuca, urgente, colando mais e mais seus corpos. Estavam excitados e ofegantes, quando ouviram uma voz.

- Mas que porra é essa?

 No instante seguinte, algo os estava separando.

O que será depois de você?Onde histórias criam vida. Descubra agora