Nosso amor foi como uma flor,
assim plantado em ambos corações.
Com cuidado e atenção,
brotou, cresceu, amadureceu
e, por fim, floresceu.
Ganhou cheiro, ganhou beleza,
onde ninguém ousara ter a incerteza
de que foste a mais bela flor
com toda aquela delicadeza.
Aproximou borboletas,
tinha um sutil cor violeta,
servindo de inspiração para poetas,
por conta da sua avidez
demasiada inquieta.
Era graciosa,
irresistível aos olhos,
todos admiravam,
o encanto era inevitável.
Primavera,
outono,
verão,
inverno.
Se equilibrava nas diferentes ondas climáticas
que enfrentava por si.
Permaneceu formosa
ao passo que encarava aqueles dias ensolarados,
onde os mais ardentes raios
esquentavam seus dispares de felicidade.
Assim, nasceram pétalas saudáveis,
e, aos pares,
serviam de lares
para se proteger
das eminentes tempestades.
Estas ocasionalmente chegavam,
ora mais cedo, ora mais tarde,
inundando as pétalas vivazes
deixando apenas os vestígios
do seu estrago:
as cicatrizes.
O equilíbrio era a chave da sua vida longa.
Consolidou firmemente às raízes
para não sofrer os impactos
dos movimentos bruscos
e mal pensados.
A flor recolhia a sua dor,
mas era complicado:
os olhos a regava demais,
impossibilitando a recuperação imediata,
necessitando de reparos e cuidados,
que estes já não mais eram tão frequentes.
A flor recolhia a sua dor,
mas era complicado:
os olhos a regava demais,
impossibilitando a recuperação imediata,
necessitando de reparos e cuidados,
que estes já não mais eram tão frequentes.
Essa falta é tão impactante que,
pouco a pouco,
a flor,
antes tão vivaz,
desmanchava-se.
Tentava manter-se
por acreditar firmemente na recuperação
mas é difícil curar-se sozinha.
Quando se deu conta,
não havia saída:
suas pétalas estavam a murchar,
caindo uma a uma sobre suas raízes.
Estava morrendo.
Tão jovem,
tão pura.
Um dia fostes ávida ao florescer
hoje, silenciada pelo esvaecer.
Por fim,
só restou assistir,
com o peito ferido,
as suas últimas pétalas
a cair