Cap.10- Chamada misteriosa

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-Ylva tu às vezes pareces que fazes de propósito! Ainda hoje de manhã estavamos tão bem, sozinhos. Pensei que hoje À noite iamos repetir a dose e apareces aqui com o Jacob. é normal que eu fique um bocado...tu sabes! Eu estava a contar com uma coisa e aparece-me outra.

-Eu pensei que tu não te importasses Seth. Mas tu reages logo assim...

-Okay, eu posso ter exagerado.

-Pois exageraste. Mas a culpa também foi minha. Desculpa.

-Desculpa eu.

Abraçou-me e deu-me um beijo na testa. Olhei-o nos olhos e por um ato mútuo começamo-nos a aproximar. No momento em que deviamos, supostamente deviamos, ter juntado os lábios, alguma coisa me parou e fez-me virar ligeiramente a cara e encosta-la a dele. Não sei o que foi mas não me pareceu o momento certo para fazer aquilo, apesar de sim, estarmos juntos.

-Adoro-te lobinha, apesar de tudo.

-Eu também Seth.

No meio das carícias lembrei-me da chamada que tinha recebido antes de sair de casa e decidi contar-lhe.

-O Paul ligou-me.

-E então o que é que ele queria?

-Não sei, ele estava estranho. Disse que precisava urgentemente de falar comigo.

-Sobre quê?

Levei a mão à cabeça e ao de leve empurrei os caracóis que me estavam a tapar a cara para trás.

-Não sei. Amanhã passo em casa dele de manhã.

-Mas o que é que ele te disse?

-Nada de mais, simplesmente que precisava de falar comigo urgentemente e tinha de ser cara a cara. Não sei mais nada...

-Hmm. Está bem. Vamos correr?

-Não me está a apetecer nada ir, já estou a ficar com sono.

-Então vai para casa e tenta dormir.

-Tenho uma coisinha que me diz que vou ter uma noite de sono como há muito não tinha.

-Aproveita.

Despedi-me e fui para casa, mal caí na cama adormeci profundamente.

De manhã pouco depois do sol nascer levantei-me, vesti-me e fui a casa do Paul. Bati à porta e ele abriu ensonado:

-Bom dia... Ylva!

-Bom dia Paul, tu ligaste-me e...

-Sim tens razão...-interrompeu-me. Entra.

Estava sem camisola como sempre, o Quil estava deitado no sofá com o cabelo todo desgrenhado. Com um abanão repentino Paul acordou-o.

-Ei...- disse Quil.

-Bom dia.-disse-lhe eu.

Paul deitou-lhe um olhar e ele levantou-se dizendo:

-Sim, está bem. Adeus Ylva.

Desconfiei.

-Adeus Quil.-disse-lhe eu enquanto ele se ia embora.

O Paul fez-me um sinal para me sentar no sofá e disse-me:

-Bem agora estamos sozinhos.

-E então o que me querias dizer?

-É provável que toda a gente te ande a mentir...

-Como assim?

-Supostamente eu, o Jake, o teu irmão, o Quil, vamos à escola certo?

-Sim, acho eu.

-Mas não, agora que entraste na alcateia vais deixar de ir.

-E o Seth? O Seth já era à mais tempo que eu e continuou a ir!

-Pois mas isso foi para despistar as atenções. Tu só soubeste do nosso segredo uns dias antes da conversa da transformação, e foi bastante arriscado contar-te.

-Porquê?

-Porque podias não te transformar. Nós só te contamos por causa do teu irmão se ter transformado e haver probabilidade de tu te transformares também, como aconteceu com a Leah e com o Seth.

-Então agora não posso ir à escola?

-Não. Deves estar aliviada.

-Aliviada!? O meu futuro vai ser o quê? Ser um cão a correr atrás de sugadores de sangue para o resto da minha vida?

-Não subestimes a vida de lobisomem Ylva.

-Eu quero ir embora daqui.

-Ylva, vás para onde fores isto está no teu sangue. Nunca te vais livrar disso, nasceste assim, vais morrer assim.

Quando me levantei, ele agarrou-me no braço e disse:

-Não vás. Eu sei que isto pode parecer mau...

-"Parecer mau"? Isto é o fim de todos os meus sonhos.

-Tu querias isto, toda a gente via nos teus olhos que querias ser lobisomem e agora estás a reagir assim.

-Eu nunca pensei que isto me tirasse tudo.

-"Isto" tira-te algumas coisas, mas dá-te muitas bastantes mais importantes.

-O que será mais importante do que um futuro garantido?

-Tu tens um futuro garantido, nós, a alcateia somos o melhor futuro que podias ter.

Consenti, ele tinha alguma razão.

-O Seth sabia?

-Ainda não. Queres ser tu a contar-lhe?

-Prefiro... E porque foste tu a contar-me e não o Sam?

-Ofereci-me.

-Ofereceste-te?

-Sim, eu gosto sempre de passar um tempo extra contigo.

-Hum? Não percebi.

-Não faz mal.

O Paul cada vez estava mais estranho...

Minha alcateiaOnde histórias criam vida. Descubra agora