Minha alcateia

Cap.17- Gravidade

-Mas...

-Mas nada Jacob!

Saí do carro e encostei-me ao capô. Uns minutos depois ele colocou-se ao meu lado:

-Desculpa Ylva, eu sei daquilo do Seth. Fui longe demais.

-Pois foste!- entrei dentro do carro e tirei o meu telemóvel da mala e procurei nos contactos. "Ligo, ou não ligo?" aquela pergunta invadia a minha cabeça.

"Só quero ir para casa"- pensava.-"Ligo!"

"PI...PI...PI...PI...O número para qual ligou não se en." desliguei. "Porra, vou ligar outra vês!"

Esperei, nada. Liguei uma e outra vez, até que finalmente atendeu:

-Diz, Ylva o que queres?

-Nada Embry.- desliguei.

Não era a ele que eu devia ligar, sabia-o bem... "lobinho <3" li no ecrã. Levei a mão à cabeça e pousei o dedo levemente na opção "ligar". Atendeu à primeira:

-Ylva, desculpa.

-Seth, podes-me vir buscar?

-Onde estás?

-Em Forks.

-Mais especificamente.

-Em frente ao "Night's Club".

-Que foste aí fazer?

-Podes vir por favor?!

-Espera um pouco até que eu chegue aí.

O Jacob estava de olhos semi cerrados, sonolento, a olhar para mim.

-O Seth já vem buscar-nos.- disse-lhe.

-Desculpa aquilo, eu estou...-riu-se .- Tu sabes.

-Na boa, Jacob eu sei.

Dez minutos depois o Seth apareceu:

-Ylva.- chamou-me.

Virei-me e deparei-me com ele. Abriu-me os braços e eu corri para ele com uma lágrima a cair-me desmanchando o meu rímel, acho que ele percebeu que era a minha maneira de o desculpar. Senti o coração dele a começar a bater rapidamente, e ele sussurrou-me ao ouvido:

-Só espero que não tenhas feito nada que não te arrependas...

Não tinha forças nem para o chamar à razão dizendo-lhe que eu nunca o faria, pois sabia que ele se referia ao Jake.

Ele levantou-me a cara e com a mão subtil limpou-me o rosto. Olhei-o nos olhos e disse-lhe "Não fiz nada Seth.Não o poderia fazer."

-Eu sei.- disse em voz alta.

"Podemos ir?" "Sim" respondeu-me, desta vez da mesma forma que me dirigi a ele, telepáticamente.

-Jake.-gritei.- Entra.

Ele entrou para o banco do passageiro mesmo ao lado de onde o Seth se sentou, já eu pus-me confortável atrás do banco do condutor.

Chegamos à reserva pouco tempo depois. O Seth deixou o Jake em casa dele, que mais uma vez antes de sair me pediu desculpa pelo quase sucedido.

-Queres ir para casa Ylva?- perguntou-me o Seth.

Abanei a cabeça.

-A Leah não está em casa, se quiseres ir ver um filme... Podemos ir.

-Qual?

-Não sei, ou melhor tenho lá aquele novo do Logan Lerman e do Brad Pitt.

Pensei.

-Logan Lerman!? Claro que sim, e Brad Pitt, ainda melhor! Corrida para quem chega lá primeiro?

-'Bora!

Filmes da segundo guerra mundial eram os meus favoritos, era a minha matéria preferida a história também! "Era"

-Só foi o Logan que te convenceu?- perguntou-me quando o filme acabou.

-E o Brad, e o Shia, e a segunda guerra mundial, e o tanque, e tudo sobre o "Fúria".

-E estares comigo?

Não respondi.

-Desculpa não ter confiado em ti.

-Desculpa ter acabado contigo por teres tido vontade de ir fazer xixi.

-Estamos bem?

-Acho que sim.

-Namoramos.

-Não sei, isto ainda é muito recente Seth. Deixa o pó acentar...

-Eu sei que não me vais marcar, que mesmo que namores comigo corres o perigo de marcar outra pessoa.

-Eu sei mas se pensares bem, quem eu marcar não vai ser da alcateia... Se não já tinha de ter acontecido.

-Isto da marca é mesmo uma estupidez. Sabes quando tu me ligaste eu já tinha o telemóvel na mão, por isso é que atendi logo. Eu sabia que me ias ligar. Se estiveres mal, eu estou mal. Eu senti o teu desconforto com o Jake, eu sabia que estavas com ele. Eu senti o que tu sentiste na praia, naquele dia. Tu és a minha gravidade, se deixares de existir eu vou flutuar sem nada que me agarre à Terra, pois essa é a tua função! Tu agarras-me, mesmo quando eu desejo despegar-me de ti, saltar e não voltar a cair, não dá... Ylva, eu sinto-me como se tu fosses tudo para mim, as pessoas dizem que não sobrevivem sem água, mas eu sobrevivia mais facilmente sem água do que sem ti. Percebes?

Abracei-o:

-Sim.