Cap.1- A minha marca

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Deixar a marca em alguém, tudo o que um lobisomem quer, pelo menos eu. Não que eu o fosse, ainda! Mas iria ser. Sobre deixar a minha marca em alguém não podia falar à frente de Leah, ela tinha deixado a dela no Sam quando eles namoraram e mesmo depois de ele a ter deixado, a Leah continou a marca-lo, não que ela quisesse, o que ela mais queria era tira-la dele e po-la noutra pessoa, mas não conseguia. Tirar a marca que se deixou numa pessoa não é como tirar uma camisola e volta-la a vestir, quando marcamos alguém, é para a vida, supostamente.

Eu admirava-a tanto... A única lobisomem femea no meio da alcateia do Sam, sim, tinha de conviver sempre com ele, nem sequer podia experimentar o longe-da-vista-longe-do-coração, mas mesmo sendo a mais pequena dos lobos é a mais rápida e adorava ouvi-la contar as histórias de quando ela perseguia os vampiros, queria tanto juntar-me à alcateia, apesar de não gostar muito de ouvir as ordens de Sam. Para mim quem devia ser o chefe era o Jacob.

Jacob, o Jacob... Não que tivesse deixado a minha marca nele, mas coisa parecida deixei. Mas ele estava com a Renesmee quase sempre e eu com o Seth quase sempre.

Sim, eu adorava estar com o Seth, outro que também estava na alcateia, ele tinha a mesma idade que eu, mas eu ainda não estava lá, quando o Collin e o Braddy tinham 13 e já lá estavam!!!

Foi num dia em que estava a pensar na vida, na minha pobre vida em que ainda não era lobisomem, em que ouvi alguém a bater à porta do meu quarto, o meu irmão não era (já que o canalha nem se designa a bater).

-Podes entrar.-gritei eu.

-Olá Ylva!

-Seth!

Levantei-me da cama e dei-lhe dois beijinhos.

-Eu estava sozinho e pensei "Será que ela está em casa?" e vim ver.

-Estou. E então?

-Bem, vamos reunir-nos na casa do Sam e ele perguntou se tu gostarias de ir?

-Fazer o quê? Ainda nem sou lobisomem.

-Mas vais ser. O Jacob também vai la estar.

-E??? O que me interessa isso?

-Sei lá, quando digo isso tu normalmente vais sempre.

-Ai vou?

Peguei numa almofada e atirei-lha. Ele riu-se e disse:

-Anda lá, por mim...

-Vou ser rebelde.Não vou!

-Ylva, para de ser assim. Pelo teu Seth?

-Está bem. Mas vou por ti não pelo Jake.

-Eu sei.

Quando estavamos quase a chegar a casa do Sam eu perguntei-lhe:

-Seth mas porque é que se vão reunir todos hoje?

-Amanhã é lua cheia.

-E depois? O que é que eu tenho a ver com isso?

-O Sam quer falar contigo.

Quando chegamos a casa do chefe já me esperavam todos. Cumprimentei-os e sentei-me, o Sam começou:

-Bem, eu quero falar contigo.

-Sim, o Seth já me disse.

-É assim amanhã é Lua Cheia, e nos achamos que vai ser amanhã a tua primeira transformação e...

-Já não era sem tempo.-interrompeu o estupido do meu irmão.

-Cala-te, o Jacob também só se transformou aos 16 por isso...-defendi-me eu.

O Jacob olhou para mim e sorriu:

-É verdade.

-Este amor de irmãos, é lindo. Não é Seth.-disse a Leah sorrindo para o irmão mais novo.

-Claro maninha.-disse o Seth deitando-lhe a língua de fora.

-Ei isto é um assunto sério.-disse o Sam levantando o tom de voz.

Todos os risos pararam, todos obdeciam ao chefe da alcateia, até mesmo o Jacob.

-Ylva, amanhã tu tens de estar preparada para tudo, tudo!

-Sim.

-Vais sentir um imenso calor dentro de ti e é provavel que fiques um pouco raivosa, no momento que te transformares nada te poderá parar, e a partir daí vais começar a ouvir-nos, vais queimar por dentro a cada uivo, o teu sangue irá gritar pela morte de vampiros,...

-Tens-te sentido confusa? Mentalmente esgotada?-perguntou o Seth.

Queria mentir, mas não consegui:

-Sei lá, eu acho que não.

-Achas ou tens a certeza?

-Tenho a certeza Seth.

Os meus pensamentos encheram-se de tristeza.

O Sam olhou para mim e disse:

-Pode não ser amanhã, mas está preparada de qualquer maneira.-olhou para os outros.- Afinal não nos podemos esquecer que não há uma idade fixa para a transformação, a Leah só se transformou ao mesmo tempo que Seth mesmo sendo mais velha.

-Bem, vamos comer?- perguntou o Embry.

Chegou-se ao pé de mim e disse-me ao ouvido:

-Maninha mais tarde precisamos de falar.

Comemos todos juntos, rindo, conversando, quase como se eu fosse já parte da alcateia, só havia uma coisa que ainda não acontecia, a conexão mental. Enquanto não fosse lobisomem não havia maneira ouvir os seus pensamentos e de eles ouvirem os meus.

Minha alcateiaOnde histórias criam vida. Descubra agora