Cap.14- Morfina

517 15 0
                                    

A Leah olhou para ele e disse:

-Se calhar tens razão. Vai a casa do Carlisle... Diz-lhe para vir cá, eu não sei se lhe consigo por o ombro no sítio Jacob... Ele tem mais experiência que eu.

Olhou-a nos olhos, levantou-se e beijou-me a testa.

-Jacob.-disse eu sem largar a sua mão.

-Princesa, eu volto o mais rápido possível okay? Promete-me que ficas quietinha.

Abanei a cabeça:

-S..im.

Desconforto e dor era tudo o que eu sentia no tempo em que esperavamos pelo Jake e pelo Carlisle. Já me tinham falado dele, principalmente quando ele curou o Jacob, mas nunca o tinha visto. Pelo o que me contavam, Carlisle para um sugador de sangue não era assim tão má pessoa, pessoa? vampiro!

O Jacob entrou de rompante e disse:

-Carlisle pode entrar.

A Leah levantou-se e olhou-o de lado, era talvez a que mais odeava os vampiros da alcateia. Sentou-se no lugar dela e pos a mala no meu lado encima da cama. Olhou para mim e perguntou:

-O que se passou?

-Um recém-nascido... atacou-me.

-Recém-nascido?!-disse ele olhando para o Jacob.

-Sim.- respondeu-lhe o Jacob.

Fez cara desconfiada.

-Isto pode doer um bocadinho.- disse ele para mim.

Começou por examinar as minhas costelas e seguiu-se o ombro. Fiz o máximo de esforço para não gritar.

-Quem lhe mexeu nas costelas?

-Eu! Porquê?- disse a Leah agressivamente.

-Saí.- disse o Jacob. Ela obedeceu.

Percebi que a Leah tinha feito asneira, o Jacob mandou-a sair para que ela não se pegasse com o Carlisle.

-Obrigado Jacob. A rapariga pos quase todas as costelas no sítio sem morfina, ou anestesia?-perguntou o Carlisle.

-Sim.-respondeu o Jake.

Olhou para mim.

-Sim. Doeu...-disse-lhe.

Abriu a mala e tirou a morfina.

-Tenta esticar o braço. O que conseguires.

Fiz o que o pálido mandou:

-Uma picadinha e já está, pode ser?- perguntou-me.

-Sim.

Realmente foi tudo que eu senti, depois apaguei. Quando acordei o Jacob continuava de mão dada comigo a  meu lado com a cabeça encostada na parede de olhos fechados. O Jacob tinha ficado sempre a meu lado e o Seth, além de ter sido o culpado da minha situação, só sabia discutir com o meu irmão. Ele devia estar ao meu lado!

Aquilo fazia-me repensar todas as minhas atitudes até ao dia.

Acaraciei a sua mão e ele saltou:

-Ylva!

-Estou aqui.

Sorriu.

Mexi-me um pouco, pondo-me confortável.

-Então, estás melhor?

-Um pouquinho. O que é que se passou? O Carlisle?

-Ele deu-te uma dose elevada de morfina para não sentires nada, mas apagaste logo... Tinhas uma costela parecida em dois sítios... Está tudo no lugar agora.

Olhei para as nossas mãos que continuavam entrelaçadas.

-Jacob?

-Diz.

-Quando melhorar podemos ir juntos agradecer ao Carlisle?

-Claro! 

-Viste a Renesmee?

-Não.-ficou pensativo.

 Um momento de silêncio debateu-se sobre nós.

-O Seth?- perguntei-lhe.

-Esteve aqui depois do Carlisle sair, mas depois eu mandei-o para casa, ele também não descansou nada.

-E então tu? Tu não tinhas obrigação nenhuma de ficar aqui Jake e ficaste! E o Seth... só sabe discutir com o meu irmão!

-O teu irmão está super preocupado contigo... Ele ficou fulo com o Seth!

-Normal...

-Mas o que se passou realmente Ylva?

-O Seth teve uma vontade súbita de urinar... Eu disse-lhe para ele não me deixar sozinha. Ele prometeu que nada aconteceria. E no momento seguinte, já estava com um recém-nascido a sussurar-me aos...

-Ele disse-te alguma coisa?-interrompeu-me.

-Chamou-me "lobinha".-repensei na cena.

-"Lobinha"? Como é que ele sabia dessa alcunha?

-De certeza que me ouviu com o Seth... 

-Andava a seguir-vos então...

Não respondi.

-Quem achas que o mandou?-perguntei-lhe passado uns minutos.

-Não faço a mínima ideia, mas espero que tenha sido o único. Não é nada boa altura para um ataque de recém-nascidos.

Pela milésima vez pousei o meu olhar nas nossas mãos.

"Take all of meI just wanna be the girl you likeGirl you likeThe kind of girl you like, girl you likeTake.."


-É o meu telemóvel.

O meu toque dizia tudo o que eu sentia pelo Jacob naquele momento, a Beyoncé acertou todas as palavrinhas que eu sentia. Peguei no telemóvel, vi quem me ligava e pousei-o logo a seguir.

-Quem era Ylva?

-Sei lá, era desconhecido. Já me ligou imensas vezes.

Minha alcateiaOnde histórias criam vida. Descubra agora