Cap.6- Olhos pequenos, coração grande

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-Jake vai atrás dele. Oh só sei fazer asneiras porra!

-A culpa não é tua, o Seth é que deve ter imaginado outra coisa...

-Não é para menos. Nós os dois, sozinhos, naqueles preparos...

-Eu vou tentar apanha-lo. Não saias daqui.

-Nem que eu quisesse...

Sorri e passado uma meia hora vi o Jacob a aproximar-se e o Seth a sair atrás dele. Quandi o vi senti-me verdadeiramente aliviada.

O Seth olhou para a minha perna e disse:

-Ui, isto está mesmo com muito mau aspeto...

-Se calhar é melhor desinfectar a ferida.- disse o Jacob.

-Vamos para minha casa, eu trato disso.

Olhei para os dois e disse:

-Okay.

Quando o Jacob me ia pegar ao colo, o Seth disse:

-Não precisas de a levar, eu consigo.

-Está bem.

O Seth pegou em mim e olhou-me com aquele ar triste que me cortava o coração, desta vez tinha feito mesmo asneira com ele. O caminho foi feito em silêncio, nenhum de nós os três deu uma palavra.

Quando chegamos a casa dele, ele deitou-me em cima da sua cama e o Jake sentou-se ao pé de mim.

-Vou buscar a mala dos primeiros socorros.- disse o Seth.

Aproveitei a ausência dele para falar com o Jacob:

-Como correu a vossa conversa?

-Ele pensava que nós tinhamos... tu sabes... Mas depois eu pus-lhe os pés na terra e mostrei-lhe que não tinha acontecido nada.

-Ainda bem.

Foi nesse momento que o Seth entrou e quase que ouvi o que ele estava a pensar, da maneira que eu conheço tenho quase a certeza que ele pensou "Calaram-se, estavam a falar de mim".

-Estica a perna.- disse Seth.

-Auch.- queixei-me eu.

-É fundo, ainda está a sangrar. Se não fosses lobisomem de certeza que tinhas de levar pontos.- disse o Jacob mostrando-se preocupado.

-Grande ideia Jacob!- disse o Seth ironico.- Ylva, vai queimar um bocadinho.

-Agarra a minha mão, podes apertar à vontade.- disse o Jake.

O Seth olhou-o de lado e eu repondi:

-Está bem.

Agarrei-lhe na mão e no momento em que o Seth verteu a água oxigenada em cima do rasgão que eu tinha feito, tive de fazer imensa força para não me queixar.

-Queimou?- perguntou Seth.

-Nah, senti apenas uma pequena... comichão!- disse eu.

Ele sorriu.

-Bem, vou andando, já tenho um pouco de sono e sinto que se cair numa cama durmo já.- disse o Jacob.- Ficas? Ou queres que te leve a casa?

Olhei para o Seth e respondi:

-Fico até curar, depois vou para casa antes que o Embry dê pela minha falta.

Ele sorriu e deu-me um beijo na testa. Quando se foi embora o Seth olhou para mim e disse:

-Compreendes a minha atitude certo?

-Sim e desculpa.

Demos um abraço

-Ylva, eu adoro-te.

-Eu também te adoro lobinho.

-Percebes que por mais que eu tente não ter ciúmes, tu não facilitas... A maneira como olhas para o Jake, parece a maneira como eu costumava olhar para ti antes de te marcar.

-Sem dúvida que eu sinto alguma coisa pelo Jake, não o nego. Mas Seth, é uma admiração, eu adorava ser como ele. Não tem nada a ver com amor... Diz-me que compreendes.

Ele não respondeu, ficamos uns minutos a olhar um para o outro e ele desviou o olhor para a minha perna dizendo:

-Está a melhorar, ainda bem!

-Queres ver-te livre de mim é?

-Não. O que eu mais queria era aturar-te para sempre.

-Aturar-me, ou curar-me?

-Aturar-te. És a pessoa mais linda do universo todo, tens o olhar mais lindo que já vi... Esses teus olhos pequeninos que escondem esse verde imenso fazem-me apaixonar por ti a cada segundo que passa.

-Ó Seth és um romantico incurável ahahaha. Obrigado. E também gosto muito dos teus olhinhos pequeninos Seth.

-Ainda bem.

-Ainda bem porque?

-Porque sim, imagina que não gostavas dos meus olhos ias evitar o contacto visual. E depois não podiamos ficar tempos imensos a olhar nos olhos um do outro.

-Mesmo que tivesses os olhos mais feios de sempre eu nunca ia evitar olhar para ti, para os teus olhos. Mesmo que eles fossem horriveis não iam perder essa essência espetacular que têm.

-Não sabes disso...

-Sei sim! Calou.

Olhei para a cama dele e vi um espanta-pesadelos lá pendurado.

-Que espanta-pesadelos tão lindo Seth.

-Gostas?

-Sim.

Pegou nele e deu-mo.

-Não Seth, é teu.

-Tu estás a percisar mais dele que eu...

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