Cap.7- Mudança

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-Porque é que dizes isso?

-Ultimamente tens estado cheia de olheiras. E pelo que o Jake me contou, andavas aí a dar voltas e já era super tarde…

-Mas a culpa não é dos pesadelos… Eu simplesmente em vez de dormir, penso. E não tenho sono.

-Tens assim tanto em que pensar?

Sorri para ele.

-De qualquer maneira fica com ele. Vai dar-te sorte.

-Obrigado lobinho.

Olhei para o relógio e ele já marcava as 9h11min. O meu joelho já só tinha pequenos arranhões e já o conseguia mexer perfeitamente.

Levantei-me e disse-lhe:

-Já vou para casa. Vou tentar não acordar o Embry. E tu vais lá ter depois?

-Não sei. Queres que vá?

-Não me respondas com outras perguntas… Sabes bem que eu não gosto que me façam isso.

-Vou lá por volta das 11h. Pode ser?

-Pode! Vês como tudo funciona melhor quando respondes logo?

Ele sorriu.

-Bem Seth, até logo.

-Nem um beijinho?

-Não abuses lobinho…

-Só um? Antes de saberes da marca davas-me!

-Antes de saber, dizes bem.

-Mudou alguma coisa?

-Não.

Para mim tudo tinha mudado com isso, era uma lobisomem e estava a aproximar-me de alguém que não devia. Por outro lado tinha o Seth o único que apesar das nossas minis discussões casuais, nunca me tinha deixado. Ele esteve lá sempre para mim, ele sim era como um verdadeiro irmão… Irmão.

Cheguei-me ao é dele beijei-lhe a pele quente e fui-me embora, deixando-o sozinho no quarto.

Saí devagar para não acordar a Leah e entrei em minha casa da mesma forma, mas desta vez para não ouvir o Embry a reclamar comigo e a chatear-me se o acordasse.

Fui para o meu quarto, pendurei o meu novo espanta-pesadelos e vesti-me. Dirigi-me para a cozinha e comecei a fazer o pequeno-almoço para mim e para o Embry, afinal já não estávamos em “guerra” como antes…

Bati à porta do quarto dele (porque eu fazia sempre isso, não o queria apanhar a fazer cenas que perturbassem a minha mente para o resto da vida) e ouvi-o gritar:

-Quem é?

-Sou eu mano. Posso entrar?

-Sim.

Abri a porta e vi-o deitado, quando reparou no que trazia, arregalou os olhos para mim:

-Ylva, para que é isso?

-Levantei-me cedo e lembrei-me de fazer o pequeno-almoço, trazer-to à cama e comer-mos juntos.

-“Awn”. Obrigado maninha. Curto mais de ti quando somos amigos…

-Eu também!

-Ouvi um barulho há bocadinho… Foste tu?

-Eu disse-te que me tinha levantado cedo…

“Levantei-me cedo”, nem me deitei! Mas não lhe iria dizer nem uma palavra sobre isso.

Olhei ligeiramente para o meu joelho e já não tinha lá nada, respirei de alívio e espreitei as horas no despertador do meu irmão, já eram quase horas do Seth chegar.

-E já preparas-te as coisas para o início da escola?

-Não Embry, porquê? Tu já?

-Também não. Mas eu já estou no último ano.

-E eu estou no 10º.

-Ficaste na turma do Seth?

-Sim, tu ficaste na mesma do ano passado?

-Yah, nem acredito que já é o último ano com eles… A minha turma é um espectáculo, estou com o Quil, com o Paul e com o Jake.

-Eu sei. Estas férias passaram a correr.

-Hmm. Olha e quando é que vais fazer a tatuagem?

-Não sei, o Sam ainda não me disse nada.

-Era melhor faze-la antes de começar a escola, tens tempo hoje?

-Em princípio.

-Queres ir falar com o Sam?

-Agora?

-Sim.

-É melhor à tarde.

-Okay.

Levantei-me da cama e despedi-me dele. Fui para a rua e o Seth já me esperava encostado à porta.

-Chegaste cedo lobinho.

-Sim lobinha, eu sabia que vinhas à minha procura também mais cedo…

-Olha estava a falar com o meu irmão e a escola já começa na segunda…

-Sim, ficamos na mesma turma!

-Já tinha visto. Mas também não nos podemos esquecer que raramente há mais de duas turmas por ano escolares na escola da reserva.

-Sim, mas podia acontecer.

-Eu disse “raramente”.

-Pois.

-Hoje à tarde vou ter com o Sam a ver se faço a tatuagem.

-Posso ir contigo?

-Eu vou com o Embry, mas podes vir se quiseres!

-Então eu vou. Mas sabes que se a fizeres hoje vai estar a alcateia toda a olhar para lá?

-Não, mas agora já sei. Onde vamos?

-Todo o lado onde quiseres ir.

-Eu sei que estou sempre a dizer que estou farta de La Push mas hoje apetece-me ir dar um mergulho.

-Desde que não te magoes outra vez…

-Também não estou a pensar saltar do penhasco outra vez.

-Fazes bem.

Minha alcateiaOnde histórias criam vida. Descubra agora