| Prólogo |

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Espero que dê uma chance para essa história e se sinta do mesmo jeito que eu me sinto ao lembrar dela.

Obrigada e Boa leitura!

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"Cause you make me fell
Like i'm alive again."
-Coldplay.

   Meu nome é Íris e essa é história de como eu aprendi a ser uma pessoa melhor com a melhor pessoa.


San Diego,

05/02.

Íris

- Íris? O que foi? — Levanto minha cabeça dos travesseiros e vejo minha mãe, Rosana, me encarando da porta do meu quarto. Logo saio do transe e logo percebo, estou chorando. Porra, de novo.

- Nada.

- Então, se recomponha. Nós somos mulheres fortes. Não choramos, lembra?

Assinto, com olhos ardendo. Passo meu dedo indicador sobre a pequena lágrima que ameaçava cair de meus olhos.

Minha mãe sai do quarto e eu desabo. Eu amo minha mãe mas ela entendesse que mulheres fortes também podem chorar.

***

Acordo e percebo que peguei no sono. Olho para o meu relógio e suspiro de alívio ao perceber que não perdi minha consulta ao psicólogo. Teria que correr porque só faz uma semana que me mudei e não conheço absolutamente nada de San Diego.

Pego a mochila e saio na ponta do pé pra minha mãe não me ouvir. Ela acha que apelar para ajuda externa é drama.

Ben

Ir para a psicóloga é uma coisa meio contraditória, vou para ficar melhor e saio pior. Não sei porquê mas o fato de alguém me fazer refletir ainda mais sobre o meus problemas não faz sentido nenhum.

Mas apesar disso tudo, eu vou pela tia Anna. A felicidade dela depois que eu saio de uma consulta ainda me deixa intrigado.

Consultório Heterks,
18:00.

Entro no consultório e me deparo com um cachorro tentando morder a mochila de uma menina. Aparentemente, ela estava mais tranquila do que o normal.

- Ben... — Diz tia Anna, apontando para a menina.

Corro até ela, empurro a mochila amarelo contra meu corpo até o bulldog soltar. Infelizmente, a esse ponto a mochila já está toda rasgada. Olho para os lados e vejo Tia Anna expulsando o cachorro e cantando uma música estranha, provavelmente algo de sua infância.

  Doida.

- Você tá bem? — Pergunto a ela e fico surpreso ao perceber o quanto ela é linda. Cabelo longo e olhos...violetas? Isso me assustaria se não fosse pela perfeita combinação de sua pele morena com o roxo de seus olhos.

- Tô sim. Obrigada por isso.

- Você tava tão calma que achei nem tava percebendo. — Respondo, rindo.

- Medo de machucar. Melhor minha mochila do que ele. — Diz ela, dando de ombros

- Realm ...— Sou interrompido por duas mulheres.

-Ben!

-Íris!

Rimos ao ouvir nossos nomes sintonizados. Ela sorri e acena, entrando em uma sala azul. Aceno de volta, ainda tentando decifrar seus olhos violetas. 

Um calafrio invade o meu corpo só de pensar que a qualquer momento isso pode virar um nada. Merda de alzheimer. Não queria deixar ela pra trás porque eu sempre deixo tudo pra depois e se dessa vez eu não tive vontade de fazer isso, provavelmente era algo a se correr atrás.

- Ben? Vamos? — Pergunta minha psicóloga, da porta de sua sala.

Respiro fundo e entro no consultório ao lado da sala da tal de "Íris".


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