Utopia ( HIATUS)

Capítulo 12 | Algumas coisas não mudam

( Repostado)
Cause I'm not the same
Porque não sou o mesmo

That I used to be
Que costumava ser

But some things don't change.
Mas algumas coisas não mudam

- Dylan Emmet.

Íris

- Íris? — Ben pergunta, enquanto observo a janela da sala. O flash de luz que antes estava no canteiro do jardim, se apaga. Só tinha apenas duas opções, ou eu estava louca ou eu estava louca. Na verdade, louca eu já sabia que era mas não sabia que ao ponto de ver coisas.

Não quero pensar em outra que opção não seja uma dessas duas, porque a ideia de ter alguém estar me observando é estranhamente assustador.

Volto meu olhar para o seu rosto e sorrio em sequência. Ele me olha confuso mas sorri de volta.

- Muita gente. — Diz ele, olhando pra Anna e Mathias ao seu lado esquerdo. — Não acha?

Ele acena com a cabeça para o jardim e o sigo até o bar, deixando suas mãos me conduzirem. Observo o dorso de sua mão esquerda e seus dedos e vejo algumas tatuagens que antes não estavam lá. Eu acho, pelo menos.

Um pequeno violão que puxava um sol pela sua pestana ia das costas de sua mão até o seu antebraço rígido. Na lateral de seus dedos tinham luas, cada uma com suas fases. Ficava lindo em seus dedos longos.

Chegamos no terraço do bar e me sento em uma das cadeiras de frente para a mesa e as prateleiras com bebidas. As luzes baixas que ficavam na extremidade da estrutura deixavam o ambiente sereno e lindo.

- Tem algo de diferente em você. — Digo, observando Ben pegando dois copos na prateleira escura. Ele sorri, deixando uma covinha do lado de seu lábio inferior.  — E que Resfriado, hein? — Abro um sorriso, dizendo a última palavra com firmeza. Ele se agacha e pega um liquidificador.

Noto seu corpo por completo quando o vento gelado da noite bate contra seu corpo, transparecendo seu abdómen firme e seus ombros resistentes.

Podem ter acontecido muitas coisas mas definitivamente não era um resfriado. Seu braço rígido juntamente com seu antebraço pareciam tensos mas fortes. Ele parece um daqueles homens que modelam em uma daquelas revistas bregas com o título " The sexiest man alive!" mas sem toda a futilidade dessas revistas.

Mas eu olhava para o seu rosto e parecia um anjo, com seus cílios claros e longos que combinavam com seus cabelos ondulados que geralmente ficavam bagunçados mas sempre alinhados como se fossem feitos de cetim.

E o seu sorriso. Era tranquilizador e verdadeiro com um toque de ousadia.

- Eu sei que você dúvida mas resfriados mudam nossa rotina. — Diz ele, com um sorriso torto. —  E você sabe.. nos mudamos todos os dias. — Diz ele, apoiando seus braço esquerdo sobre a superfície de madeira enquanto a outra mão pousava na lateral de meu rosto.

Impulsiono meu corpo pra frente apoiando meus cotovelos perto dos seus e deixando apenas meus pés na base da cadeira. Consigo sentir o seu cheiro suave e fresco de menta.

- Presumo que eu tenha mudado também. — Digo, descansando minhas mãos em meu queixo e sinto suas mãos sairem da minha bochecha pra um pouco abaixo de meu peito. A mesa que separa os ambientes fazem nosso corpo ficar um pouco afastados mas ainda pertos.

Ele abaixa suas pálpebras e dá um leve sorriso. Sua boca estava tão próxima de mim que se eu pudesse afundar um pouco meu rosto conseguiria encostar a ponta do meu nariz nos seus cílios.