Capítulo 11 | As coisas estão normais

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Tuesday I was through with hoping
(Na terça, eu estava cansado de esperar)
Wednesday my empty arms were open
(Na quarta, meus braços vazios estavam abertos)
Thursday, waiting for love, waiting for love
(Na quinta eu estava esperando o amor, esperando o amor)
Thank the stars it's Friday
(Graças às estrelas, é sexta-feira)
- Aviccii.

01 de setembro,
1 mês depois.

Mille

Os dias tem sido agitados... e bem diferentes. Ben acordava sempre confuso e afastado mas com a mesma calma de sempre. Ou pelo menos, tentava demonstrar isso. Ele se recusava em tomar os calmantes e descontava tudo isso na academia, com Mathias.

Mathias e Ben estão se dando muito bem. Até demais. Não que eu esteja reclamando mas sinto Ben tão distante de mim. Não o culpo até porque ter que confiar em uma pessoa sem a conhecer direito deve ser difícil.

- Cami? — Diz Alaya, me tirando dos devaneios. Alaya veio passar algum tempo na casa de Ben até conseguirmos achar o seu irmão em Mumbai, cidade da Índia. O homem o qual a achou e levou até o hospital, foi embora logo depois do procedimento e Ben insistiu em ajudar ela. — Que cara é essa?

- A cara dela é assim mesmo, Alaya. —  Diz Anna, calçando sua bota. — Chega uma hora que você se acostuma.

- Eu amo, se posso dizer. — Diz Mathias, entrando com Ben na sala central. Ai, que visão. Ben e Mathias tinham ganhado músculos na parte superior do tórax , o que deixava seus ombros mais marcados e largos.

- Ben....chegou cedo. — Diz Alaya ironicamente, olhando para seu relógio. Ela não tirava seus braceletes nem acessórios indianos desde que tinha chegado. Por mais que as lembranças de Munbai não fossem tão boas, ela insistia em usar suas roupas originais.

- Lalá, você tá aprendendo ironia muito rápido. — Lala era um apelido que Ben tinha dado a ela desde o primeiro dia em que chegou. — Não sei se gosto disso.

Ela fecha os olhos e sorri gentilmente. Ben abraça ela de lado e logo, abre a geladeira.

- Ben, você tá um gostoso. — Diz Anna, andando até a porta. Ele ri baixinho e se vira, tomando um gole do copo de leite. — Até mais tarde, amores. E Ben, é sua escolha mas ela tem que saber.

Anna planejou um jantar pra chamar Íris. Ben não via ela desde o dia de sua recaída porque era melhor esperar um pouco para sabermos como lidar com isso tudo antes de qualquer coisa. Ele parecia ficar estressado com isso tudo mas só concordava.

Nós demos a desculpa de que Ben estava com resfriado e podia passar pra ela mas não sei se ela tinha realmente acreditado nisso. Até porque o seu celular estava quebrado e não tinha como comprovar nada, muito menos falar com Ben.

- Eu preciso ver ela. — Diz ele, vendo minha expressão preocupada. — E eu vou contar pra ela uma hora mas você não pode ficar preocupada assim. Relaxa.

As coisas tinham mudado. Querendo ou não, Ben não precisava tanto de mim e Anna como antes. E talvez eu não quisesse admitir isso.

Parte do meu medo vem de que não sei muito bem como Íris vai reagir a isso. Eu acho que ela não largaria isso de mão mas também não sei o que esperar.

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