01 • STORMY EYES

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Voltei pra postar outro porque sou dessas
(levemente descontrolada e sem equilíbrio mental para segurar capítulos prontos, mas enfim...)

Esse capitulo se passa basicamente no episódio 01 dá série, mas eu resolvi prolongar mais a passagem de tempo, então veremos pelos menos alguns capítulos aqui, antes de rolar "aquele" evento do final do episódio.

Boa leitura!


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Ele cortou a rua em passos certeiros, as mãos cobertas com couro dentro dos bolsos da jaqueta daquele mesmo tecido. Era ágil e silencioso, mesmo quando não pretendia, já fizera aquele exato caminho tantas vezes naqueles últimos meses que era quase automático.

Mas isso não significava que seguia para seu destino de bom grado...

Ao redor, o abandono ainda manchava as ruas de Nova York. Cinco anos sem metade da população mundial havia causado danos que meia dúzia de meses eram incapazes de consertar, todos estavam de volta, porém nem tudo estava bem, as dezenas de construções e reformas não escondiam isso. Ainda assim as pessoas iam e vinham, cada uma presa em tentar resolver as próprias merdas. O blip tinha deixado marcas em todos, porém nem todas elas eram físicas.

Todavia o homem de olhos azuis gélidos não se importava com isso, as merdas que tinha para resolver consigo mesmo eram bem piores e mais antigas do que as causadas pelo estralar de dedos de um alienígena roxo megalomaníaco...

Parou em frente ao prédio conhecido, a fachada de vidro bem cuidada destoava do restante da cidade como apenas um prédio financiado pelo governo poderia. Odiava aquele lugar.

Mas era um pequeno mal necessário.

Cumprimentou o porteiro na entrada, já estivera ali tantas vezes que o homenzinho franzino sempre lhe reconhecia, o que poupava identificações. Entrou no elevador e apertou o número do andar correspondente.

Quando a caixa metálica começou a se mover para cima, ele encarou o próprio reflexo no espelho que envolvia todas as paredes. Usou os dedos enluvados para ajeitar o cabelo castanho bem cortado, que mal lembrava os fios desgrenhados de meses antes. Fora instruído a cortar; um passo na direção da cura, uma forma de se encaixar; mas a verdade é que se sentia uma imagem vazia, uma fraude; o rosto de traços viris não denunciava sua idade; o porte ereto e másculo quase não combinava com o peso que ele carregava nos ombros e que sentia oprimir seu peito constantemente. Quem visse aquele rapaz bonito no reflexo jamais imaginaria todo o sangue que ele tinha nas mãos...

Tentou abster desse pensamento mórbido, fechando os olhos por um segundo e respirando fundo, quando as portas finalmente se abriram ele vestiu o sorriso que já estava acostumado a fingir e deu um passo para dentro da recepção daquele andar.

SWEET EPIPHANY | Bucky Barnes ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora