Traumas do passado

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Eu não sabia, mas o senhor Hiddleston tinha uma depressão profunda e duradoura. Desde pequeno, ele era uma criança diferente. A mãe morreu no parto, por complicações. Ela sabia que a gravidez seria de risco, mas o sonho de ser mãe era maior que o medo de morrer por conta dos tais riscos.

Ele nasceu duas semanas mais cedo, e já tinha perdido a mãe. O pai pensou em por pra adoção por que não tinha tempo para cuidar de criança e não podia abandonar o trabalho. Mas ele deu um jeito e contratou uma babá profissional no assunto. Uma ex enfermeira que cuidou dele até a adolescência.

Senhor Hiddleston cresceu sem a atenção de ninguém além da e enfermeira, que também morreu anos depois. Logo após ficar viúvo, seu pai casou-se com outra mulher. Para a revolta do filho, o pai do senhor Hiddleston comprou mansão e deu para ele, para que ele pudesse cuidar da própria vida e deixá-lo em paz.

Sozinho e com muitas responsabilidades, ele acabou desenvolvendo transtornos de personalidade, e toc. O pavor de sujeira, bactérias e etc era tão obsessiva, que as vezes dava medo.

Só sei de tudo isso por conta das histórias que ouço. Faziam total sentido.

"Senhor, aqui está o seu café". – disse colocando encima de sua mesa.

Ao contrário de muitos ricos arrogantes, senhor Hiddleston era um amante a moda antiga. Gostava de coisas velhas, filmes de época e ainda escrevia cartas. E coitado daquele que não escresse de volta para ele. Não tinha cor favorita e não acreditava em superstições. Na verdade ele não acreditava em nada.

Como ele passava a maior parte do tempo sozinho, eu costumava a falar com ele mesmo sem ele me dar atenção. Acontece é que ninguém se ouvia ali dentro, até os funcionários não se suportavam. Eu contava das histórias que minha mãe contava. Era a mesma coisa de falar com as paredes, mas eu me sentia menos sozinha. Como o senhor Hiddleston sempre precisava de mim para qualquer serviço, eu não costumava a sair muito. As vezes eu ligava para minha família, as vezes eu lia os livros escondido na biblioteca gigante que fica no fim do corredor. E era assim que eu ia matando o tempo.

Vi ele levantar depois de escrever uma pilha de cartas e depois se dirigir para fora. Ele foi até o celeiro onde ficava os cavalos. Ele ama esse tipo de animal, pelo menos isso. Era o único contado que ele tinha com a natureza. Apesar da vida reclusa, eu até gostava de ficar ali. Contar sobre a vida de alguém que tem diversos problemas era satisfatório.

Enquanto ele estava ocupado, fui passear pela casa, ver se tinha algo fora do comum ou algum serviço que eu pudesse fazer. Andei a mansão inteira e bem escondidinha achei um quarto vazio. Vazio por completo. Sem quadros, sem móveis, tapete ou qualquer outra coisa. As paredes reforçadas e pintadas de branco, parecia o quarto branco de um hospício. Fiquei tão curiosa em saber o que iriam fazer ali, que pensei em chamar alguém para perguntar. Mas pelo visto, ninguém era bem vindo ali.

"Saia daí! Se o senhor Hiddleston ao menos sonhar que alguém entrou sem permissão ele vai nos colocar no olho da rua!!" – berrou uma das empregadas.

"Eu não sabia, ninguém me falou sobre isso". – tentei explicar.

"É justamente por isso que ele não quer que ninguém saiba. Para não ficarem bisbilhotando a torto e a direito. A sua função é servir o patrão, e não se meter nas intimidades dele".

Eu não sabia o por que de tanto ódio. A mulher trancou a porta e me deixou sozinha no corredor.

Blank Space [Tom Hiddleston × You]Onde histórias criam vida. Descubra agora