Isabella e outros casos

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'Tom Hiddleston'

Aquela garota idiota sabe como mexer com as pessoas.

Agora não consigo tirar Isabella da minha cabeça. Aquela maldita não podia ter feito aquilo comigo. Quando Isabella trabalhava para mim, ela me provocava. De todas as maneiras ela me tirava do sério.

Isabella sabia meus pontos fracos. A irmã não.

Sei que só estou atraído por ela por conta do parentesco entre as duas. Mas s/n trás uma certa "inocência" em sua essência, enquanto Isabella adorava atiçar. Não acredito que eu caí na dela. Diaba.

"Pessoas como você Tom Hiddleston, carregam o desprezo que merecem. Você é nojento. Você usa o abandono do seu pai para dar uma de vítima, e depois passa por cima de todo mundo achando que tem o direito só por ter tido uma vida difícil. Difícil não, por que com tudo o que você tem, achou improvável que algo para você seja difícil. No final das contas você é só mais um idiota. E eu te fiz experimentar o próprio veneno. É bom né? Gritar, humilhar, xingar. É uma delícia né? Agora que você já comeu na minha mão, acho que o meu trabalho por aqui já encerrou. Nos vemos no inferno patrãzinho".

Percebeu a diferença entre uma e outra? Acho que eu prefiro a pureza da caçula.

Levantei e a vi na cozinha, fazendo algo, e cheirava bem.

"O que você está fazendo?"

A burra se assustou e queimou a mão na panela quente. Nunca aprende.

"Para de me assustar! O que o você fez!" – ela disse olhando a queimadura. Ela fez cara de choro.

"Não foi nada demais".

"Não, imagina". – diz irônica.

Por fim ela realmente tinha se machucado.

"Me deixa ver". – disse me aproximando.

"Não precisa".

A garota lavou a queimadura. Segurei dei braço e vi o machucado.

"Espera um minuto".

Procurei na caixa de primeiros socorros, a pomada pra queimaduras. Voltei até a tonta e peguei sua mão.

"O que está fazendo?"

Ignorei. Passei a pomada e depois enfaixei. Percebi que ela estava me olhando com sorriso.

"O que foi?"

"É que o senhor está sendo gentil". – ela disse toda idiota. Apertei o machucado e ela fez barulho de insatisfação. "Grosso!"

"O que você estava fazendo?" – virei para ver a panela.

"Chocolate caseiro".– ela disse sem graça.

"Eu quero um pouco". – disse e peguei um pouco para mim.

"Está maluco?! Ainda não melhorou! Isso pode te fazer mau". – ela tentou me impedir. Levantei a tigela para o alto e a impedi de pegar.

"Eu sou o patrão. Eu falo você obedece".

Ela não quis insistir. Sentei em uma das cadeiras e comi ali mesmo, na mesa. Ela ficou me olhando, como se estivesse assustada.

"Não vai sentar?"

Ela pôs um pouco e depois sentou perto de mim. Parecia tímida.

"Está muito bom". – tentei realmente ser gentil. Mas não sou bom nisso. As bochechas dela ficaram coradas. Até que não é feia. Parece um esquilo. "Por que você tem medo de mim?"

"Ergh... É estranho por que você nunca age dessa forma".

Eu sou tão ruim assim?

"Mas eu estou feliz por estar agindo assim. Você não é ruim, só age por impulso. Sei que tem um coração bom. É questão de prática. É que nem cozinhar, ou andar de bicicleta. A primeira vez é tensa, mas aos poucos você faz e nem percebe que é bom naquilo".

De repente, comecei a imaginar como era viver em um meio social. Sair com amigos, ou encher a cara e voltar para casa bêbado. Eu costumava a ouvir as histórias que ela me contava, e a sua vida de fato era interessante. E eu parei para pensar em mim. Na infância eu ficava em casa. Na adolescência eu trabalhava, na fase adulta eu já não faço nada. Nunca me aventurei. Nunca sai para namorar, para fazer alguma coisa errada, nunca fiz nada de interessante. E quando fiz, o mundo inteiro repercutiu. Estive tão preocupado em agradar o meu pai, que esqueci que eu só tinha que agradar a mim ou quem estava a minha volta. Era a minha obsessão. Depois ouvir da boca dele que eu sempre fui uma vergonha, não parecia fazer sentido.

A minha vida inteira é resumida aqui. Rotineira e limitada. De repente eu pensei em Alice, e de tudo o que aconteceu depois que ela matou o meu filho e foi embora. Depois disso eu me fechei para tudo, e depois é como se eu carregasse todo o peso do mundo nas costas.

"Senhor, senhor!" – A garota estava com a mão em meu ombro. "Por que está chorando?"

"Eu... Eu preciso sair". – me retirei e corri até o lago, no fundo do imenso campo, mergulhei profundamente na agonia do passado, e caí.

Blank Space [Tom Hiddleston × You]Onde histórias criam vida. Descubra agora