Blank Space [Tom Hiddleston × You]

Novos caminhos

As coisas estavam começando a se normalizar de vez. Comecei a ficar mais próxima do meu chefe. Ele não estava mais tão arrogante e nem maluco. Eu não sei o que estava acontecendo, mas ele estava estranho.

Para começar a semana, senhor Hiddleston conversou com os produtores da revista e pediu para que suas fotos fossem retiradas. Mas ele não podia quebrar contrato, iria pagar caro e aliás era tarde demais para pedir isso. Então a Hot GUYS começou a refazer as fotos cobrindo as partes íntimas do senhor Hiddleston, ou substituindo-as por algo.

A revista ainda era vendida. E quando mais modificações eram feitas, mais polêmicas eram geradas. As pessoas até estavam esquecendo, mas o senhor Hiddleston não sabe fazer nada discretamente. Então ele mais uma vez mexeu na colméia e mais boatos começaram a se espalhar. Dessa vez a crítica foi negativa. Começaram a odiar por que ele se arrependeu, e segundo as pessoas "nem era para ele se expor daquele jeito". E estavam certíssimas. Só acho que rejeição agora, (justamente por ele está indo tão bem), não faria muito bem para o seu emocional.

Então o senhor Hiddleston passou de O "Pênis da América" para o "Biscoiteiro da América". O que fazia até mais sentido se parasse para analisar.

"Meu Deus senhor, não acredito que fez isso". – disse olhando as novas edições. "Todo mundo já viu as fotos originais. Quem levar isso a sério?"

"Estava tentando concertar". – ele disse tomando a revista da minha mão. "Não vem com papinho para cima de mim".

"Devia ter deixado como estava. Por que tudo o que o senhor fizesse seria ainda mais pior".

"Se você falar mais alguma coisa. Eu juro que eu vou te afogar naquela piscina". – Levantei às mãos me rendendo. "Quero recomeçar. Você tem razão, eu sou rico demais para guardar tudo para mim. Quando eu morrer tudo isso vai para as mãos daqueles urubus".

Os urubus é como ele chama a família dele.

"E o que o senhor pretende fazer agora?"

"Estive pesquisando lugares pobres, e o que eu irei fazer é mandar alguns milhões para alguns países africanos e do oriente médio. Tem muita gente morrendo por aquelas bandas".

"Muito gentil da sua parte". – comentei não contendo o sorriso. "Senhor, agora que estamos falando do senhor, eu sei uma coisa que pode ajudar melhor a sua imagem". – ele me olhou curioso. "O senhor bem que podia permitir uma entrevista na sua casa. Falar tudo o que aconteceu, e explicar sobre as fotos".

"Deus me livre eu permitir que aquela gentinha sebosa ponham os pés na minha casa. Permitir que a impressa venha aqui é a pior coisa que eu poderia fazer".

"Acho que o senhor devia fazer isso". – comentei.

"E eu acho que você devia cuidar mais dos seus afazeres ao invés de ficar aqui me enchendo a paciência e dando palpites na minha vida pessoal".

"Grosso. Só estou tentando ajudar".

"Chata, você só está atrapalhando". – Revirei os olhos e saí. "Se revirar os olhos para mim de novo você pode esquecer seu fim de semana de folga". – berrou.

...

E foram dias. Dias repetitivos e incansáveis. Pude sair para visitar a minha avó, ela estava doente. Além do alzheimer, ela estava com problemas no coração. Teve que fazer uma cirurgia de emergência, e ficou internada no hospital aguardando uma vaga. Ela não podia esperar, não iria dar tempo.

"A vovó vai morrer". – comentou Isabella quando saímos do hospital.

"Vira essa boca pra lá". – a repreendi.

"S/n olha o estado dela. É arriscado fazer a cirurgia".

"Mas não precisa ficar falando isso. Ela vai ficar bem". – estava me segurando para não cair no choro ali mesmo. A vovó me ensinou tanta coisa.

"Você tem que parar de depositar fé em casos perdidos. Os médicos disseram que a uma grande chance de dar errado. A gente não tem grana para pagar a cirurgia, e se ela continuar na fila de espera, vai morrer antes de ter uma vaga. Eu amo muito a vovó, mas todo mundo um dia vai morrer. Talvez seja a hora dela descansar".

Não consegui falar por que estava chorando.

"Ela era tão legal. Sempre gostei mais dela que da mamãe".

Isabella balançou a cabeça e me abraçou.

"Olha pelo lado bom, pelo menos ela não vai mais ficar sofrendo e vivendo a base de remédios".