"Senhor? Trouxe seu café".
"Me deixa em paz".
"São sete da manhã e o senhor só tem meia hora para estar pronto. Está quase atrasado".
"Cancele meus compromissos, diz que eu morri, sei lá, só me deixa".
Tive que ligar para cancelar. Falei que ele amanheceu doente, e que ele teria que fazer em outro dia. Ele tinha fotos para tirar, ele assinou contrato, ele não pode quebrar por conta da multa.
"Senhor, pode ao menos abrir a porta? Preciso que coma, não pode ficar sem se alimentar".
Depois de um tempo, ele abriu a porta. Estava ainda de pijama, e estava estranho. De cabelo desarrumado, e rosto cansado, como se realmente tivesse doente. Ele olhou para o prato de comida e revirou os olhos.
"Eu odeio omelete. É nojento. Joga isso fora e faz uma comida de verdade". – ele diz voltando para dentro sem fechar a porta.
...
Já contei sobre o quão chato era cuidar dele? Eu o via tomar chá de hibisco enquanto lia o livro que parecia infinito. A quanto tempo o senhor Hiddleston lia e nunca acabava aquele material. Depois de um tempo, ele fechou o livro, e encarou o nada como sempre fazia.
"Se não for encômodo, o senhor pode me contar como é esse livro? Parece ser incrível". – disse tentando puxar assunto.
"O cemitério das borboletas". – disse ele sem mais delongas. "Você gosta de livros?"
"Eu amo livros". – sorri lembrando do último que li.
"Então por que eu nunca te vi lendo um?"
"O senhor não presta atenção em mim, eu leio as vezes os que tem nas prateleiras gigantes dentro do outro quarto". – disse mas logo me arrependi.
"Com que direito você acha que tem de mexer nos meus livros?"
"S-senhor, eu só estava limpando e... Eu fico o dia todo trabalhando..."
"Não veio aqui pra isso? Pra trabalhar? Então faça os seus serviços, se quer ler, procure uma biblioteca, mas não toque mais no que é meu. Estamos entendidos?"
"Sim senhor".
"Odeio gente curiosa. Você passa o dia enchendo meu saco, me fazendo perguntas idiotas. Não quero conversar, não gosto de contato com ninguém. Será que você não percebeu?"
Por que ele estava tão bravo?
"Tá bom senhor, eu já entende. Não precisa repetir". – minha voz saiu falha.
"Eu falo a hora que eu quiser, se não quiser ouvir sermões faça as coisas certas!"
Não é toda vida que eu estou com paciência para ouvir esse tipo de grosseria. Nós últimos dias eu estava me sentindo sensível, e ao ouvir meu patrão toda hora pegando no meu pé, por qualquer idiotice que ele achava necessário, era demais para mim. Eu vivia cansada. Comecei a chorar, eu realmente estava abalada.
"Por que está chorando?" – ele me olhou curioso e eu não me importei em desabafar na frente dele. "Eu te fiz uma pergunta!"
"Eu estou cansada. Cansada de fazer tudo para o senhor e ser tratada como se eu fosse um animal de rua. O senhor não percebe o quão exaustivo é passar o dia no seu pé fazendo tudo para te agradar? E sempre o senhor faz isso. Grita comigo, joga coisas no chão,faz tudo proposital para que eu tenha ainda mais trabalho. Como consegue ser tão mau?"
O rosto dele estava tenso. Ainda continuei chorando, tirando muito peso das minha costas.
"Descanse". – é a única coisa que ele diz. "Está dispensada pelo resto do dia".
Saí correndo para o meu quarto onde me tranquei e dormir a tarde inteira.
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Blank Space [Tom Hiddleston × You]
Fanfiction(Essa história contém erros ortográficos constantes, e gatilhos). Tom leva uma vida reclusa em uma mansão distante da cidade. Isabella chama s/n para substituí-la nos trabalhos do patrão, cansada de ser tratada com falta de respeito e ignorância ela...