capítulo 10. feito uma maldita criança

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HARRY

Eu não imaginei encontrar Lindsay aqui. Quando será que ela vai desistir de tentar algo comigo? Desço do palco depois do resto da banda e caminho até ela, que aparentemente discute com um cara. E olhando bem, é o mesmo cara que me questionou sobre ela no colégio há um tempo.

Típico.

— O que tá fazendo aqui? — empurro o moleque pro lado, fazendo Lindsay me olhar surpresa.

O panaca me segura pela camisa, e me olha com fúria.

— Thomas, deixa ele! — Lindsay se intromete, ficando entre nós.

— Eu sabia que você tava mentindo. Eu caí em mais uma armação sua! Vadia! — Thomas sai furioso, empurrando todo mundo.

A garota suspira revirando os olhos, até que me encara novamente e sorri.

— Respondendo sua pergunta, eu vim te dar apoio. Sua bandinha tá começando a fazer bastante sucesso, hein? Não quer comemorar lá em casa? — ela se aproxima, colocando a mão em meu pescoço.

Eu retiro a mesma, sentindo algo estranho. Acho que um pressentimento. Ela fez alguma coisa.

— Veio só com suas amigas e aquele idiota? Cadê a Becky?

— Por que diabos eu deveria saber? — ela segura uma risada, e eu estreito meus olhos.

— O que você fez...? Fala, sua desgraçada! — grito, sentindo a raiva tomar conta de meu corpo.

— Você fica tão lindo assim, irritado. — ela morde o lábio e eu me afasto rapidamente.

Passo pelas pessoas, até que no meio de um grupo de meninas lá está o maldito do capacho da garota mimada. Dou um soco em seu rosto, o que faz uma garota gritar.

— O que você e aquela filha da puta fizeram com a Becky?! — ele me olha assustado, com o nariz sangrando pra caralho, prestes à ficar inconsciente.

— No...No...No banheiro. Ela- Ela ficou no banheiro. — ele gagueja, e eu o jogo no chão, saindo em seguida.

Abro a porta do banheiro com o máximo de força que consigo obter. Encontro ela sentada no canto, chorando e seminua.

— Harry... — quando ela levanta a cabeça e nota minha presença, se levanta rapidamente e corre até mim, me abraçando fortemente.

Retribuo o gesto, me sentindo fodidamente mal por ela. Coloco minha mão sobre seu cabelo loiro e faço o que posso para aconchega-la. Ela chora por longos minutos em meu peito, me apertando cada vez mais.

[...]

Não tive outra escolha à não ser trazê-la pra minha casa. Seus pais na certa ficariam muito preocupados se a vissem assim. E minha mãe, bom, ela tá pouco se fodendo se eu trazer uma garota pra casa ou não.

No caminho de volta pra sala de estar, passo pelo quarto dela e a vejo deitada em sua cama, com seu cigarro na boca, olhando pro teto. Suspiro, olhando novamente pra o copo com água que carrego em mãos.

Chego na sala e vejo Becky da mesma forma que a deixei, minutos atrás. Sentada no sofá, encolhida em um cobertor felpudo que encontrei no meu armário. Entrego o copo pra garota, que o pega com pressa. Ela bebe toda a água em pouquíssimo tempo.

Me sento à sua frente e troco meu olhar entre o chão e seu rosto com hematomas. Sua expressão é de frieza melancólica. Nunca à vi me olhar assim, e também não pensei que sequer chegaria a ver.

— Você pode dormir aqui, se quiser. — é tudo o que eu consigo dizer, pois numa situação dessa, qualquer "a" dito pode causar uma catástrofe.

— Eu quero. — ela sussurra.

— Quer ligar pros seus pais? — engulo seco.

Ela dá de ombros, piscando lentamente.

— Pode me dar algo pra vestir? — suas pupilas dilatam e ela morde o lábio levemente.

— C-Claro. — me levanto, e ela me segue.

Chegamos no meu quarto e eu abro a porta do meu armário onde tem umas roupas velhas da minha mãe. Pego uma blusa verde de mangas curtas e uma calça moletom cinza. Entrego para a pequena e saio do quarto, fechando a porta.

Ouço ela girar a chave, trancando-se, e fico uns segundos parado em frente ao quarto, respirando fundo e pensando em algo confortante e legal pra dizer. Penso tanto que chego a bagunçar meu cabelo, e querer dar um soco em mim mesmo. Acabo por me sentar encostado na porta, à espera de...bom, algo.

Fico minutos assim, num silêncio ensurdecedor.

— Harry? — ouço sua voz doce dizer meu nome, em forma de pergunta.

— Eu to aqui. — digo, batendo a parte de trás da minha cabeça na madeira da porta.

— A Lindsay não tá certa sobre mim. Tá?

— O que te faz pensar que aquela mimada tá certa? Você é a melhor amiga que alguém poderia ter. O problema é ela.

— Se é assim, então por que as vezes parece que você não gosta de mim? — sua voz parece próxima demais, creio que ela tenha se sentado de costas pra porta também.

— Sabe o que é, Beck? Eu não gosto de confiar nas pessoas. Então eu as evito.

— Ah. — ela responde, num ar desanimado.

— Mas não se preocupe com isso.

— Por quê?

— Porque eu já sei que posso confiar em você. — termino a frase com receio da possível reação dela, mas um silêncio se instalou e eu esqueci isso.

Fiquei mais um tempão sentado aqui, refletindo sobre tudo o que tá acontecendo. Quando percebo que tá bem tarde, levanto e giro a maçaneta. Ela destrancou. Abro a porta e vejo ela deitada na minha cama, dormindo profundamente.

Me agacho um pouco pra ficar próximo, e passo minha mão por sua testa, em seguida suas bochechas e seu nariz.

— O que você tá fazendo comigo, garota? — murmuro, sentindo meu coração aquecer ao ver seu rosto machucado tão sereno, dormindo feito uma maldita criança.

back of becky, harry stylesOnde histórias criam vida. Descubra agora