Cap 1

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6:00 am

Mais um dia começa na agitada Nova York e Waverly já está de pé tomando um chocolate quente. Fazia frio aquela manhã e ela tentava se aquecer, se preparando psicologicamente pra enfrentar o dia seguinte a uma nevasca na madrugada que deixou a maior parte de Manhattan enfeitada de branco.

 Waverly saiu a passos largos em direção ao metrô. Ela morava num prédio no Brooklin e não tinha um carro, mas mesmo que tivesse seria uma odisseia tentar atravessar a cidade com aquele transito e neve, pensou ela quando se sentou em um dos bancos do trem.

Desembarcou 42 minutos depois no centro de Manhattan, correndo pra chegar ao café onde trabalhava, o Shorty's Coffee que tinha um dono mais que querido pra morena. Julian Earp, ou Senhor Earp como todos os chamavam era um homem idoso perto dos 60 anos que adorava o que fazia. Sua esposa Michele havia falecido num acidente ha alguns anos, eles tinham uma filha, Wynonna que era um doce e havia acabado de se formar médica. 

Wynonna trabalhou no café durante os verões pra economizar pra faculdade, e era muito responsável e estudiosa, embora não quisesse seguir os passos do pai e assumir a cafeteria um dia.
Waverly amava o senhor Earp, ele era como um pai pra morena e era recíproco, e ela sempre seria agradecida por ele ter lhe dado a chance de ter um emprego e continuar os estudos. Graças a ele conseguiu uma bolsa para estudar na mesma escola de sua filha, o que fez as duas ficarem muito próximas.

 Elas se tornaram grandes amigas e ambos confiavam na morena pra tomar conta do café quando precisavam se ausentar. Michele também adorava a menina e ela sempre era convidada para o Natal, Ano novo, e todos os aniversários da familia. Waverly era órfã, perdeu os pais em um tiroteio na escola em que ambos trabalhavam como professores. Vários mortos e muitos feridos no ataque.

 Ela acabou indo morar num orfanato onde anos depois, quando tinha 10 anos, conheceu o senhor Earp num evento promovido pelo orfanato onde pessoas apadrinhavam crianças. Ele poderia apenas contribuir para mantê-la ali no local, mas fez muito mais do que isso. Deu oportunidade, uma chance para que ela tivesse educação, carinho e apoio, e ela nunca se esqueceria disso. 

Waverly era uma mulher solitária, apesar de seu jeito tão doce e espontâneo. Ela se contentava com os sorrisos que recebia dos clientes que atendia, pela capacidade dela de fazer um dia ruim ficar melhor. Ela sempre dizia que se você puder fazer alguém sorrir, então seu dia já terá sido proveitoso.

Chegou ao café e encontrou o Sr Earp já concentrado nas maquinas que estavam a todo vapor, e Jeremy, seu unico e melhor amigo já terminando de limpar as mesas. Ela guardou suas coisas, colocou o avental e se dirigiu até o balcão onde deu um beijo no rosto do homem mais velho que sorriu.

_Bom dia tio Julian!

_Bom dia flor do meu dia - ele disse a fazendo sorrir enquanto pegava um pedido pra atender-

-Como o senhor está? Nonna me ligou ontem a noite pedindo pra ficar de olho no senhor, disse que passou mal a noite, e ela veio até aqui te medicar- ela disse enquanto entregava um café para um cliente-

-Deus como essa menina é exagerada! É apenas uma gripe, o inverno este ano está bem rigoroso em NY, não é pra tanto. Eu estou bem! - ele disse emburrado enquanto terminava de atender uma outra cliente-

-Não é exagero tio - ela disse doce- nós nos preocupamos, o senhor já não é tão jovem, essas coisas são perigosas, só estamos cuidando do senhor- ela completou segurando a mão do senhor, que lhe sorriu-

-Eu sei querida, vocês são as melhores filhas que alguém poderia pedir- ele disse terno fazendo Waverly sorrir- e nem adianta dizer que você não é minha filha porque você é e ponto. E quando eu morrer você e Wynonna vão herdar tudo o que eu tenho!

Not a Bad ThingOnde histórias criam vida. Descubra agora