Janaína é uma mulher casada com filho que vê sua vida arruinada quando seu marido decide ir embora. Ela encontra um novo amor mas descobre com o tempo que todo relacionamento tem traição, de diferentes formas. Será que Janaína aguenta mais decepção...
Tenho 35 anos e sou casado com Giselli há 10 anos. Minha esposa é uma pessoa peculiar, admito, mas ainda assim eu gosto dela. Ela sempre quis ser o centro das atenções e eu nunca liguei em dar isso a ela. Porém nos ultimos meses eu ando envolvido em um caso policial que anda me tirando o sono e por isso ando deixando tudo em segundo plano. Tenho trabalhado muito, chegando em casa tarde, sei que isso irrita Giselli, mas eu nunca falhei como marido.
Depois de algumas ameaças pessoais eu achei por bem contratar alguns seguranças para Giselli, mas como ela achou desnecessário e até surtou um pouco quando eu disse resolvi deixar somente dois seguranças cuidando dela discretamente, nem a ela eu contei sobre isso.
Já fazia um mês que os dois a acompanhavam e hoje eu recebi a pior notícia que eu poderia imaginar nos ultimos dias. Acho que a história foi bem assim..
Segurança
Há um mês estamos cuidando da segurança da senhora Giselli, esposa do detetive Ricardo. A mulher é um poço raso, podemos assim dizer, vive em shoppings, academias e outros lugares fúteis e sempre percebemos seus olhares maldosos a quase todos os homens que a vemos conversando, mas como nunca vimos uma indiscrição dela, deixamos de comentar essas bobeiras com o chefe. Mas hoje o bicho pegou. Estávamos acompanhando dona Giselli quando ela estacionou seu carro em uma rua mais deserta e depois entrou em um outro carro, percebemos que um homem o dirigia. Até aí a situação ainda estava sob controle, mas enquanto os seguíamos o negócio foi ficando bem feio.
O carro entrou com eles em um motel. Puta merda, isso mesmo, um motel!! Estamos fudidos.
- Cara, puta merda, vamos contar pro chefe?
- Ele vai querer matar a gente.
- E se não contarmos?
- Ele também vai querer matar a gente.
- Estamos enrolados.
Rumamos para a delegacia tentando decidir o que fazer nesse caso. Quando chegamos fomos direto para a sala do seu melhor amigo e seu braço direito, Gilberto.
- Sr Gilberto, podemos conversar com o senhor?
- Aconteceu algo com Giselli?
- Sim e não.
- Fala logo homens. - Gilberto já ficou irritado.
- Então, o senhor sabe que o senhor Ricardo nos mandou cuidar dela, mas sem que ela soubesse neh!
- Sim, eu sei, ele está preocupado com a segurança dela.
- Pois é, é que hoje ela saiu e nós acompanhamos ela como sempre fazemos e... e.. bem.. é... e..
- Desembucha logo homem.
- Ela entrou em um motel.
- O que?? Puta merda.. - Gilberto cuspiu o gole de café que havia acabado de entornar na sua boca. - Estão de sacanagem comigo?
- Não senhor.
- Tá bem, eu resolvo isso.
Gilberto
Nunca gostei do relacionamento entre Ricardo e Giselli, ainda mais quando ela me cantou, na época no começo do relacionamento deles. Porém depois que a coisa ficou séria entre os dois e ela viu nossa amizade nunca mais tentou nada comigo. Eu e Ricardo estávamos trabalhando bastante nesses últimos dias e eu sabia que sua esposa não aceitava ficar em segundo plano, mas daí a trair ele, isso seria um golpe bem duro. Torço para que ele não cometa nenhuma loucura quando eu for contar pra ele, mas terei que contar, não tem jeito.
Bati na porta da sua sala.
- Pode entrar Gilberto.
- E aí cara, beleza?
- Tudo certo.
- Olha só, você sabe que eu não sou um homem de meias palavras, então vou direto ao assunto. Os seguranças "acompanharam" sua esposa até um motel hoje.
O que eu vi depois era bem o que eu esperava mesmo. Ricardo quebrou quase tudo em sua sala em uma crise de fúria que se eu não fosse seu melhor amigo teria medo de ficar na frente dele, mas eu sabia que ele não iria me atacar, só precisava mesmo extravasar para não arrancar a cabeça de alguém.
- Chame os seguranças - foi a única coisa que ele me disse e eu corri para fazer.
- Ei, vocês dois, venham aqui.
Os dois se puseram na nossa frente.
- Ela ainda está no motel? - Ricardo perguntou seco para eles.
- Pelo sinal do GPS do celular dela ainda está sim senhor.
- Estão dispensados. - Ricardo disse e pegou a chave do carro dele e nessa hora eu tive que intervir.
- Não cara, daqui você não sai.
- Eu vou lá, me deixa Gilberto.
- Ricardo, se você sair daqui agora pode cometer um erro que irá pra sempre manchar sua carreira, e sinto muito por te dizer cara, mas ela não merece. Então não, não vou te deixar sair, vamos resolver isso de outra forma.
Vi quando Ricardo respirou fundo e pensou um pouco antes de pegar seu celular na sua gaveta. Ele deve ter ligado umas 3 vezes e o telefone da vadia só dava caixa postal, então eu o convidei para sairmos de lá.
Fomos para um bar e tentamos colocar a cabeça em ordem.
- Cara, eu sei que tá sofrendo, mas temos que resolver isso sem tentar matar ninguém - Eu comecei falando.
- Descubra quem é ele, vou tentar falar com ela de novo, é melhor ela não estar em casa quando eu chegar. - Tínhamos bebido umas duas cervejas e isso já fazia algum tempo. Umas duas horas que estávamos lá. Os seguranças que contratamos para cuidar de Giselli logo me ligaram passando todas as informações do homem, ele era casado, filho da puta sem vergonha, a esposa deve ser outra maluca. Enfim, passei tudo para Ricardo que resolveu de novo ligar para Giselli.
- Oi meu bem, ela atendeu com a voz mais doce que tinha. - Ricardo colocou no viva voz para que escutar cada parte da conversa.
- Eu meu bem, você está legal? Sabe, eu sou o cara mais idiota da face da terra. - Ricardo não deixou mais a esposa falar.. - Eu estava tão preocupado com sua segurança achando que você merecia algo que contratei alguns seguranças para cuidarem do seu bem estar mesmo sem você saber. Adivinha até onde eles te acompanharam hoje?
Acho que Giselli deve ter ficado branca do outro lado da linha.
- A esposa do Paulo sabe o que vocês dois fazem há meses pelas costas dela ou sou só eu o corno?
- Ricardo, amor olha só. Você está nervoso, vamos conversar.
- Não, olha só você Giselli, eu não vou embora agora porque eu não quero cometer nenhum crime, mas talvez eu possa ir visitar o Paulo, o que você acha?
- Ricardo, por favor, não cometa nenhuma loucura. - Ela chorava.
- Giselli, você tem duas horas para sair de casa, se eu chegar aí e te encontrar os seguranças terão que proteger você de mim, e avisa o mesmo pro seu amantezinho.
Pronto, a merda estava feita.
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