Capítulo 18

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Paulo

Aquele encontro foi no mínimo estranho. Aquele cara que defendeu Janaína não lhe era estranho, ficou com ciúmes, bravo, mas já tinha acabado sua cota de besteiras da semana. Ele sentiu que o cara gostava além da conta da esposa. Não se lembra de ter precisado defender Janaína assim algum dia da sua vida, mas ficou feliz lá no fundo, bem no fundo por Janaína ter encontrado alguém. É claro que esse seria um assunto muito a discutir, caso os dois tivessem um futuro, sem se esquecer que João tem que estar nesse futuro, não vai deixar a mulher cometer o mesmo erro que ele. Ficar com alguém que nem sequer gosta de criança. Quem em são consciência fica com uma mulher que diz não gostar de criança se justamente é uma que ocupa o topo do seu coração? De novo burro, burro, burro!!!!

Paulo entra no carro e liga pra Janaína.

- Encontrei um amigo seu hoje, o mesmo que você passou a noite com ele.

- Por favor Paulo, não começa.

- Não vou, ele veio te defender, aparentemente ele sabe que fui um babaca no telefone. Quero te dizer uma coisa.

- Diga.

- Alguém que enfrenta o ex marido para defender uma simples amiga quer mais que amizade. Alguém que recusa seria uma boba.

- Paulo.. - A voz doce de Janaína surge, como ele amava aquela voz.

- Ainda vou brigar muito com ele, provavelmente, ele quer a minha mulher e não vou entregar assim de mão beijada. Mas por enquanto ele tá aprovado.

- Você é diferente sabia?

- É porque você é especial, não merece os homens iguais. Beijo.

Paulo não sabe se foi o dia passado em função de Janaína ou se sua atual namorada sempre foi assim, mas hoje em especial a futilidade dela o irritou muito.

- Oi gato, sua mulher pula no seu colo assim que ele entra em casa.

- Oi, tudo bem?

- Sim, vamos sair, boate hoje. Uhuhu..

- To um pouco cansado, vamos ficar em casa hoje, por favor? Saímos de quinta a domingo toda semana meu bem, hoje o dia foi horrível.

- Ah não gostoso, eu passei o dia no salão, comprei o melhor vestido, fiz spa, aguentei um monte de mulher mesquinha. Não vou ficar em casa curtindo uma bad não. 

- Com que dinheiro fez tudo isso?

- Com o seu ué, tá pensando que é fácil me manter garanhão.

Paulo esfregou seus dedos em suas têmporas, sua cabeça doía fortemente. Não queria nem pensar na fatura do cartão no final do mês. Todo final de semana era isso, ele estava se desdobrando para sustentar os luxos da mulher, havia até diminuído o valor que dava a Janaína para os cuidados de João. Ela nunca reclamou, mas isso estava indo longe demais.

- Giselli, eu tenho outras responsabilidades além do cartão de crédito, não pode estourar ele todo mês.

- Meu marido nunca reclamou de sustentar meus luxos.

- Pois é, e onde ele está agora mesmo? - Paulo foi irônico e duro com ela, estava vasto dessa situação já.

- Quer saber Paulo, fica aí se lamentando que eu vou sair. Não me espere.

Por mais que possa ser horrível Paulo realmente não a esperou e deu graças por ficar sozinho um momento. Tomou um banho e foi para a sua mãe passar o restante da noite com o filho. E nesse dia Paulo tomou seu primeiro chifre.

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