Uma Nova Chance

Capítulo 20 - Narrado em terceira pessoa

No domingo Janaína e Ricardo acordaram cedo. Saíram para tomar um café pela cidade e ainda deram alguns passeios por lá, Janaína comprou algumas coisas para João. Era por volta de 11h da manhã quando foram embora do seu final de semana mais que maravilhoso e romântico. Apesar do medo Janaína sentia que estava abrindo seu coração para algo muito forte, só torcia para não se arrepender depois.

Janaína passou o restante do dia esperando João chegar da casa da avó que ficou com o pai e Ricardo novamente foi passar o domingo na casa dos pais, estava tudo perfeito.

Era por volta de 8 da noite quando Paulo entregou João em casa. Janaína pediu pra ele ficar que tinham que conversar. Paulo aceitou numa boa. Janaína deu banho em João, o alimentou e o mesmo dormiu por volta de 21:30h da noite. Então ela resolveu falar com seu marido.

- Paulo, eu estou com alguém.

- Sei. - A voz de irritação de Paulo deixou Janaína com mais receio ainda.

- E como eu venho saindo com ele sempre, bem... Eu vou.. Apresentar João pra ele. - Paulo olhou Janaína por algum tempo e ela realmente não sabia o que aquele olhar significava até ele começar a falar.

- Não acha cedo ficar apresentando meu filho pra outro homem? - Seu tom de voz era de irritado.

- Primeiro, "nosso" filho, por favor. Segundo, não é um homem qualquer, é alguém de quem eu estou gostando e quero incluir na minha vida e minha prioridade é nosso filho, então acho justo eles se conhecerem.

- Foi rápida Janaína, não faz 4 meses que terminamos e você já tem outro.

- Pelo menos eu esperei terminar. - O tom de Janaína foi irônico e doloroso trazendo um rancor que nem ela sabia que guardava de Paulo, talvez o fato dele querer ofende-la nesse momento deixou-a irritada também e pela primeira vez ela percebeu que realmente ofendeu algo dentro de Paulo. 

- Você está certa, faça como quiser, estou indo embora.

Paulo saiu e entrou no carro e Janaína chorou. Não era assim que ela queria um relacionamento entre todos os envolvidos nessa história maluca.

(...)

- Cara, to mal pra caramba, não vou pra delegacia hoje não. - A mensagem de Gilberto tocou no celular de Ricardo.

- De boa, precisa de alguma coisa?- Ricardo se prontificou a ajudar.

- Preciso saber o que rolou entre você e a ex esposa do amante da sua mulher. kkkkk

- Não tive coragem de contar pra ela que só estava usando ela pra vingança. Ela quer me apresentar o filho, o que eu vou fazer?

- Tu tá mais que ferrado  brother.

- É, disso eu to sabendo.

- Vou voltar pro banheiro, me liga se precisar.

- Me polpe dos detalhes, descansa.

- Haha, flw.

Ricardo estava tentando decidir como contar pra Janaína tudo que ele precisava mas isso estava ficando mais difícil a cada dia, a vontade dele era tanta de ter ela por perto, que imaginar perder aquela mulher estava fora de cogitação. Como duas pessoas tão machucadas em tão pouco tempo conseguiram se curar? E como sair dessa agora?

Gilberto deitou na cama e após muitos medicamentos dormiu. Enquanto isso Giselli e Susiane conversavam no telefone.

- Susi, sabe o que eu queria saber de verdade? - Giselli fala. - Se Ricardo sente minha falta.

- Porque quer saber isso?

- Porque se ele sentisse eu voltava pra ele.

- E Paulo?

- Era só um caso como todos os outros, você sabe. Meu azar foi meu marido ter descoberto, mas quero voltar pra ele. 

- Mas vai trair de novo amiga.

- Não vou, serei fiel agora.

- Sei, tenho que desligar, Gilberto não está se sentindo bem e tá em casa hoje, to cuidando dele. Tá dormindo agora.

- Amiga, por favor, mexe no celular dele, ve se Ricardo reclama minha falta.

- Ah, não sei não Gi, não gosto de mexer no celular de Gilberto.

- Faz isso por mim por favor?

- Tá bem, eu faço.

Enfim Susiane se rendeu aos apelos da amiga e foi até o celular de Gilberto. Após ler as mensagens acordou o marido de supetão.

- O que foi mulher?

- Me conta agora essa história toda do Ricardo.

- Tava fuçando no meu celular Susi?

- Sim, me conta, vai!!

- Não posso.

- Greve de sexo até você contar.

- Você não faria isso, faria?

- Quer tentar a sorte?

E como Gilberto não queria, resolveu contar toda a merda em que o amigo havia se metido. Susiane fazia caras e bocas e toda hora proferia um palavrão contra Ricardo. No final, ficou sem saber o que dizer. Prometeu ao marido que manteria segredo, mas é claro que não conseguiu cumprir a promessa. Marcou de sair com Giselli. Contou exatamente cada detalhe para a amiga, que claro, já arquitetou tudo para conseguir voltar com Ricardo e de quebra humilhar a vagabunda que estava com seu marido.

(...)

Janaína ligou várias vezes para Paulo na segunda que não a atendeu. Paulo estava chateado com ela apesar de saber que ela falava somente a verdade, mas sim, sinceridade dói muito. Porém ao final do dia a mensagem de Janaína o tocou profundamente.

"Paulo, me desculpe pelo que eu disse, realmente não queria te ofender e deixei que a emoção do momento falasse mais alto. Você é o pai mais maravilhoso que existe e não vou tomar nenhuma decisão até que esteja de acordo. No mais, eu nunca senti raiva de você, ao contrário só consigo ter carinho por tudo que me deu até hoje, isso inclui 100% a João. Espero que entenda e possamos começar de novo aquela conversa como verdadeiros amigos e adultos que somos. Abraço. Jana"

Ela estava certa em tudo, ele ficou chateado, mas isso não mudava o sentimento maior que ele tinha por ela que era realmente amor. E não de casal, mas sim de amigos. Então Paulo a ligou.

- Oi, podemos nos ver hoje a noite?- A voz de Paulo foi mansa e cuidadosa com a esposa.

- Claro, vem aqui em casa por favor?

- Sim, chego aí depois do serviço.

- Obrigada!

- Beijo.

Era final de tarde quando Paulo e Janaína se encontraram.

- Jana, me desculpa, realmente não era minha intenção brigar com você, acho que estou com ciúmes. - Paulo riu desconsertado.

- Você é maravilhoso Paulo, e somos ótimos pais, e vamos resolver tudo da melhor forma.

Os dois se abraçaram e de repente um pigarrear de garganta atrás dos dois fez com que o corpo de Janaína ficasse duro e imóvel. Ela nem precisava se virar para ver de quem se tratava.