Capítulo 17

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Ricardo 

Ricardo fitou Janaína saindo pela cafeteria e se sentiu muito, muito incomodado mesmo com a forma que viu seu estado emocional.

- Duvido que aquele escroto não a tenha magoado, cara estúpido do caralho.

- Quer saber o que ele lhe disse?

- Como? - Ricardo desviou seu olhar para o amigo tentando entender o que ele queria.

- O telefone dele ainda está bloqueado, lembra?

- Mas é claro, tá certo. Quero saber.

- Beleza Gilberto, deixa seu amigo Ricardo aqui fazer uma ligação - Gilberto fala zombeteiro.

- Merda, me arrependo amargamente de ter dado seu nome pra ela, nem me passou pela cabeça que vocês dois iriam se conhecer, por mim faria minha vingança e deixava os três na sarjeta bem antes.

- Ah é, e como vai esse negócio de vingança, de magoar Janaína principalmente.

- Vai de mau a pior cara. - Ricardo passa as mãos no cabelo demonstrando seu nervosismo diante da situação bagunçada que ele mesmo criou.

- Eu tenho percebido isso mesmo. - Gilberto comentou enquanto digitava algo no celular. Dois minutos se passaram até que Gilberto recebeu o áudio da ligação de Janaína com Paulo. Os dois ouviram juntos tudo o que foi dito e Ricardo deliberadamente esmurrou a mesa da cafeteria fazendo todas as atenção se voltarem para ele. 

- Ele a chamou de vagabunda?

- Pois é, cara de pau ele.

- Esse escroto vai se ver comigo.

- Ei, o que vai fazer?

- Deixa comigo.

Paulo

Eu sou um eterno idiota. Desde o dia em que resolvi trair Janaína que venho fazendo uma cagada atrás da outra.

Ficar com Giselli. Sair de casa. Morar com ela. Minha vida estava um inferno. Minha única alegria era meu filho. Eu sei que nosso casamento tinha realmente tido um fim, mas com certeza eu sabia que meu futuro não seria ao lado de Giselli. Já tinha entrado com os documentos da separação, ia deixar tudo para Janaína, não queria nada e sabia que ela nunca tinha ficado comigo por dinheiro, afinal nós dois construímos tudo juntos, mas agora como ela tinha mais convivência com João, gostaria de deixar os dois em uma situação confortável. Eu sabia que tinha deixado Janaína mal e me senti bem quando percebi que aos poucos ela estava melhorando. Porém o bicho do ciúmes veio me corroer quando ouvi de sua mãe que ela não dormiu em casa. Eu sei que eu estava seguindo em frente e que não poderia exigir nada dela, mas a razão e o coração nem sempre andam juntos. Assim que ela estacionou o carro, tratei de me retratar com ela.

Antes que eu começasse a falar João sai correndo de dentro da casa da avó e abraça sua mãe.

- Mamãe, saudade.

- Eu também meu bebê, Janaína se abaixa erguendo João a sua altura e lhe dando vários beijos pelo rosto. Vai lá pegar seu brinquedo e despedir da vovó pra ir com o papai.

- Tá bom.  - Sai da nossa visão o garotinho que é dono do meu coração.

Finalmente me virei para enfrentar minha mulher.

- Janaína, me desculpa.

- Pelo que exatamente Paulo? Quando eu achei que nada mais pudesse me atingir, quando eu achei que nossa separação era o fundo do poço pra mim você vem com um balde e despeja toda essa lama na minha cabeça. Já não bastava me magoar, me trair descaradamente, sair de casa me deixando sem uma explicação. Ir morar com outra. Pensa que eu sou idiota a ponto de achar que você está morando sozinho? Sei que é com ela. Depois de tudo isso ainda precisava me humilhar, me ofender? Por causa de um carro? - As lágrimas de Janaína me fazem querer me bater até eu não aguentar mais.

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