Capítulo 19

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Depois que chegaram ao hospital, foram atrás de um medibruxo que soubesse responder as perguntas que eles tinham e enquanto o medibruxo examinava Scorpius, Hermione ligou para Gina e contou tudo o que tinha acontecido e que estavam agora no St. Mungus esperando notícias.

Assim que a ligação terminou, Gina comunicou a todos sobre o ocorrido, e como da primeira vez, todos os amigos e familiares de Hermione, exceto Ronald, porém ninguém deu por falta dele, estavam lotando o hospital.

Cerca de meia hora depois que todos se encontravam na recepção do hospital, Hermione e Draco vêm andando em passos lentos, abraçados, pelo corredor, ao verem a cara de sofrimento dos dois, Gina e Blásio vão andando em direção aos melhores amigos, que assim que notam a presença deles, dão um sorriso forçado e logo depois os abraçam.

Hermione, assim que recebe o abraça de Gina, não consegue segurar as lágrimas que há horas estavam presas dentro de si, e Gina por não saber como reagir ou o que fazer, somente a abraça o mais forte que consegue, como quem diz que não importa o que aconteça ela vai estar ali para o que precisar e quando precisar.

Depois do abraço, Draco e Blásio vão juntos, caminhando até o pátio central do hospital, para que possam conversar um pouco melhor.

- Draco, para de tentar se fazer de durão, eu sei que você está sofrendo, não tenta esconder isso de mim, você pode esconder de todo mundo, menos de mim. – Blásio fala depois de um tempo em silêncio absoluto.

- Eu não posso, se eu me descontrolar agora, eu não vou conseguir voltar ao “normal” – Fala a última palavra fazendo aspas com as mãos. – Se teve uma coisa que eu aprendo com meu pai, foi a não demonstrar fraqueza em momentos como esse, pelo menos não na frente dos outros.

- Draco, você precisa entender que nem sempre expressar o que está sentindo, é sinônimo de fraqueza, - Coloca a mão no ombro dele.

- E outra coisa, eu não sou “ os outros”, sou seu amigo desde criança, tudo que acontecia com a gente um contava para o outro, te conheço melhor até que você mesmo, então se você não quer demonstrar o que está sentindo, pelo menos fala, se você não colocar alguma coisa para fora, vai explodir em algum momento, que provavelmente vai ser inoportuno.

Depois que Blásio termina de falar, Draco fica olhando para uma árvore frondosa que tinha no meio do pátio, por um tempo.

Alguns minutos de silêncio depois, ele finalmente começa a falar, mas continua olhando para a árvore.

- Você mais do que qualquer outra pessoa sabe o que é perder um filho, então eu imagino que foi dessa mesma maneira que eu estou agora, que você ficou quando soube do que tinha acontecido a Gina. – Ele dá uma pausa na fala e vira o rosto para olhar Blásio, que está de cabeça baixa.

– Eu também, assim como você só soube da existência dele a pouco tempo, com a diferença que eu pude conhecer ele, saber do que ele gosta, do que não gosta, as manias dele. Eu não sei se o que eu vou dizer agora está certo ou não, e eu peço desculpa a você pelo que eu vou dizer, mas eu acho que é muito pior você ter a sensação de que vai perder alguém que você já conhece do que alguém que você sabe que existe, mas não conhece, não sei se você consegue me entender.

- O que eu senti quando Gina perdeu o bebê foi como se uma parte de mim estivesse indo embora, mas eu fique mais preocupado com a maneira que ela reagiria ao saber o que tinha acontecido, então sim, eu concordo com o que você disse.

- Quando você apareceu com Hermione lá no consultório e ela me contou tudo que estava acontecendo, eu, mesmo sem conhecer ele, saber como ele era, se era parecido comigo ou com ela, só queria salvar ele, não pensei duas vezes em ajudar porque eu só queria fazer isso, ajudar a salvar o meu filho e conhecer ele, ter momentos de pai e filho, todos aqueles momentos que eu tive com o meu pai, antes de Voldemort aparecer e estragar tudo e muito mais. – Ele olha mais uma vez para Blásio.

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