Capítulo 23

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Após a pergunta direta de Lucius, todos ficaram em silêncio por um tempo para assimilar o que ele tinha dito, mas a primeira a perguntar é Hermione:

- Por que o senhor foi ajudar o meu filho?

Lucius fica um tempo em silêncio, como se estivesse pensando no que responder, ele poderia dizer que fez aquilo por desencargo de consciência, que ao saber que o garoto poderia morrer ele ficou com pena e foi ajudar, que quis ajudar Draco a não perder o filho, que o menino mesmo sendo um sangue-ruim, ainda assim era seu neto, mas antes de responder, ele resolve que contará a verdade, eles podem acreditar ou não, mas ele iria falar o que sentiu de verdade, ele dá um sorriso de canto de boca, os outros presentes na sala analisam as expressões faciais dele, porém nenhum deles conseguia decifrar o que ele poderia dizer e no momento que ele sorri, nenhum dos três consegue entender mais nada:

- Porque eu me afeiçoei a ele, no início, quando vocês chegaram aqui e Draco disse que vocês tinham um filho e que ele poderia morrer, eu comecei a pensar que eu tinha estragado a vida de uma criança que era sangue do meu sangue, assim como fiz com Draco, e quando Narcisa disse que ele tinha se recuperado e que ela sairia com ele de vez em quando, eu vi ali a oportunidade de me aproximar dele, e não me arrependo disso, já que devido a isso, pude perceber que ele é incrível e que mesmo sem saber quem eu era, ele foi gentil, parecia que tínhamos uma conexão de anos. Quando Narcisa disse que ele estava no St. Mungus eu fiquei um bom tempo pensando se deveria ajudar ou não, foi então que eu comecei a perceber que eu não só queria como precisava ajudar e fiz o que fiz. - Ele termina de se explicar.

- Você não se importa que ele seja um mestiço? - Draco joga um verde.

- Você acha que se eu me importasse, teria me aproximado dele? Parece até que não me conhece. - Responde com obviedade. - Mas não, não me importo nem um pouco.

Eles continuam conversando tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Porém Lucius estava muito pensativo depois de alguns minutos analisando tudo o que ele já tinha feito, os motivos que o levaram a fazer aquelas coisas horríveis, que hoje ele se arrepende, mas que antigamente parecia ser a coisa certa a ser feita, pensando nessas coisa, ele tenta chegar a uma maneira decente de pedir desculpas para uma das pessoas as quais ele mais fez mal, porém nada seria suficiente para que ela o desculpasse, por isso ele começa a esfregar uma mão na outra, se desencosta do sofá e fica mexendo a perna direito, Draco, como um bom observador que sempre foi, principalmente do pai, que apesar de nunca ter demonstrando muito sentimento, de vez em quando era possível saber o que se passava na cabeça de Lucius Malfoy, e analisando as ações dele, chega à conclusão de que ele está nervoso com alguma coisa e prontamente pergunta ao pai:

- Pai, o senhor está bem?

Quando Draco pergunta a ele, tanto Hermione quanto Narcisa, que estavam conversando sobre outras coisas, percebem que Lucius, realmente está nervoso com alguma coisa, e direcionam suas atenções para pai e filho, Narcisa percebe que Lucius fica meio desnorteado e mais nervoso ainda, por ter sido pego no flagra, e como estava divagando pelos seus pensamentos tão profundamente nem percebeu que estava demonstrando nervosismo, mas quando ele responde o porquê de estar nervoso, ela descobre que o nervosismo dele, vinha acompanhado de outra coisa, que ela, em anos de casamento, nunca tinha visto Lucius demonstrar, medo de rejeição:

- Estou sim, é que eu estou pensando em como começar a falar o que eu preciso falar.

- Pode falar, Sr. Malfoy, a gente vai te escutar, seja o que for. - Hermione o incentiva a falar, principalmente quando percebe que ele precisa de um ponta pé inicial, para começar a falar.

- Antes de qualquer coisa, senhorita Granger, se preferir pode me chamar de Lucius. - Hermione concorda surpresa, porém sorrindo e diz:

- Somente se parar de me chamar de senhorita Granger. - Ele também sorri.

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