Capítulo 8

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Scorpius olha para Draco como quem olhava para um E.T. Ele não falava uma palavra sequer, até que pareceu ter saído do transe e falou olhando para mim:

- Ele é meu pai? – Disse apontando para Draco e eu só balancei a cabeça em afirmação.

- Porque você nunca apareceu? – Perguntou a Draco.

- Eu não sabia que você existia. Eu e sua mãe estudamos juntos desde os 11 anos, éramos como gato e rato, cão e gato, ou qualquer outra associação a uma relação conturbada, enfim, nós nos odiávamos, mas como dizem por aí, "O amor e o ódio andam lado a lado", no último ano aconteceram coisas das quais nós queríamos ter participado, mas fomos obrigados e devido a isso o nosso último ano ficou comprometido e tivemos que refazê-lo no ano seguinte, só que depois do ocorrido, muita gente mudou e eu fui uma dessas pessoas. – Falou Draco olhando para ele como se tivesse contando um a história para dormir e Scorpius olhava com atenção para não perder nenhuma informação.

- O ano letivo começou, nós fizemos novos amigos, pessoas que antes não conseguíamos nem olhar passando no corredor passaram a frequentar a nossa mesa em todas as refeições, porém eu e seu pai não conseguíamos nem nos comunicar civilizadamente, qualquer hora que a gente se esbarrava no corredor todos já se preparavam para o início de uma discussão, foi por causa disso que nossos amigos resolveram que não estava dando mais para suportar tanta briga e vieram conversar com a gente. – Continuei falando, me sentando próxima aos dois.

- Nós dois no início relutamos um pouco, ficamos até um tempo sem falar com nossos amigos, achando que a convivência pacífica entre nós era impossível. Você fala que eu sou cabeça dura, mas é porque você nunca conviveu com nós dois juntos, se eu sou, ele é o dobro, era impossível, tínhamos pontos de vistas diferentes em tudo, mas com o tempo fomos percebendo que talvez, presta atenção, eu disse talvez, nós pudéssemos fazer o que nossos amigos tinham sugerido. – Olhei para Draco indicando que ele poderia continuar.

- Em uma noite, nenhum de nós dois conseguia dormir, então decidimos caminhar pela escola, eu fui para o campo e ela para a biblioteca, como sempre fazíamos, mas algo estava diferente naquele dia, algo que até hoje eu não sei explicar, mas eu sentia que deveria ir à biblioteca, e então eu fui caminhando até lá, quando cheguei, ela estava sentada à mesa com um livro na mão, tão concentrada na leitura, só que como eu gostava de irritá-la, interrompi. – Fala Draco abrindo um sorriso zombeteiro no final.

- Eu fiquei furiosa com ele, aquele livro tinha uma linguagem muito rebuscada e eu precisava prestar bastante atenção, quando ele me interrompeu eu perdi todo o meu raciocínio e teria que ler tudo de novo. – Completei.

- Mas como vocês começaram a conversar civilizadamente? – Scorpius perguntou a nós dois.

- Depois que eu a interrompi ela ficou me olhando como se quisesse me matar e eu como gostava de implicar com ela disse algo que a irritaria bastante, coisa que não vem ao caso agora, mais para a frente você vai descobrir, mas enfim, ela partiu para cima de mim com sangue nos olhos. – Ele fala começando a rir.

- Eu falei para ele que ele não tinha o direito de falar uma coisa daquelas para mim e que se ele não parasse de fazer aquilo eu quebraria o nariz dele de novo. – Quando falei isso Draco fechou a cara, Scorpius arregalou os olhos e Narcisa caiu na gargalhada.

- Então foi ela que quebrou o seu nariz no terceiro ano? – Perguntou Narcisa ainda rindo. – Agora está explicado o porquê de você ter ficado com tanta raiva na época- Draco olhou para ela como se dissesse "para mãe", mas ela não parou.

- Mamãe, a senhora deu um soco nele? – Assenti. - Mas a senhora disse que não pode bater nos colegas de escola, lembra quando eu fiz isso e a senhora brigou comigo? – Diz olhando para mim.

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