Capítulo 7

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Estamos todos agora, sentados na sala de espera do hospital, aguardando a pediatra vir dizer que está tudo pronto para o procedimento. Enquanto espero, Draco está sentado do meu lado, porém não falou nada até agora, por isso decido puxar conversa:

- Draco, está tudo bem com você? Nunca te vi tão quieto. – Pergunto passando a mão em suas costas como forma de carinho.

- Eu estou pensando em tudo o que meu pai fez, como ele pode fazer algo assim? Eu sempre soube que ele era uma pessoa ruim, manipuladora, mas nunca pensei que ele fosse chegar tão longe, ele passou por cima dos meus sentimentos para conseguir o que queria. E sabe o que é pior? – Fala virando de frente para mim. – Ele já me machucou, fisicamente várias vezes, mas dessa vez o que eu estou sentindo é pior do que se ele tivesse me espancado. A Astória eu nem ligo, o que ela fez, faz ou deixa de fazer não me importa em nada mas ele não, ele é o meu pai e como tal deveria querer o meu bem estar – Fala olhando fixamente para mim.

Vendo a maneira que ele se encontrava eu virei de frente para ele e o abracei, quando fiz isso ele ficou tão surpreso que demorou um tempo para corresponder, mas quando o fez, era como se a gente nunca tivesse se tudo o que eu precisasse para sobreviver estivesse ali, eu me sentia como se estivesse em casa, como se nada pudesse estragar a minha felicidade, mas como nem tudo são flores, a enfermeira veio nos chamar.

- Boa tarde, meu nome é Amanda, o senhor Malfoy já me conhece, fui eu que coletei as amostras dele e essa é a minha auxiliar a Sara, nós vamos fazer o procedimento no filho de vocês. Antes de qualquer coisa eu vou precisar que vocês se controlem, se algum de vocês tiver alguma aversão a agulha ou sangue, sugiro que não fiquem aqui, qualquer expressão de dor desconforto ou algo parecido pode fazer a criança achar que o que vai acontecer com ela é ruim. – A enfermeira que falava conosco explica como vai funcionar tudo.

- Tem certeza que vai ficar aqui para ver como vai acontecer? – Me pergunta Harry.

- Tenho, quero acompanhar cada passo do que está acontecendo. – Enquanto isso, Draco ainda está na porta encarando Scorpius como se fosse uma aberração, cansada de ver ele desse jeito, me aproximo.

- Draco, você vai ficar aí ou vai entrar? – Ele, pela primeira vez tira seus olhos de Scorpius e olha para mim.

- Eu não sei o que fazer, é a primeira vez que eu vejo ele e ele está em uma cama de hospital, eu estou perdido. – Ele olha para mim suplicando por ajuda.

- Eu sei que esse não era o melhor lugar para isso, mas você precisa entrar agora ou vai ficar lá fora, você decidi.

- Eu vou entrar. – Assim que termina de falar, já desencosta do batente da porta e caminha para dentro da sala.

- Eu vou precisar que um de vocês segure o braço dele, caso ele mova o braço pode dar tudo errado. – A enfermeira fala olhando para nós dois.

- Eu seguro de um lado e você segura do outro, pode ser? – Sugiro. Draco fica do lado direito e eu fico do lado esquerdo.

Enquanto a enfermeira passa o algodão com álcool no braço de Scorpius ele fica olhando fixamente para Draco e de uma hora para outra ele abre um sorriso que eu que sou a mãe dele, nunca vi, era um sorriso verdadeiro e com bastante emoção, Draco ao ver o que está acontecendo levanta os olhos para mim e logo depois abaixa a cabeça e sorri para ele, só nesse momento eu percebi que o sorriso deles é igual.

Toda a magia acaba quando Scorpius vê a agulha se aproximando de seu braço, ele começa a gritar, chorar e bater as pernas, mas Draco faz alguma coisa, não sei se foi um feitiço não verbal o algo diferente, que ele simplesmente fica quietinho, apenas resmunga coisas como " mamãe, não deixa", "Tá doiendo".

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