Chapter Nineteen: Jimin

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Eu voltava para casa, acabrunhado. A chuva, que ainda persistia, sem nenhuma comiseração, serpeava pelo ar e desabava, num baque sobre minha pele, fazendo-a estremecer com o frio.

Quando cheguei em casa, não consegui entrar; voltar para aquele lugar. Meu coração disparava em meu peito, só de imaginar que o Jihoon não morava mais ali. Não iria ouvir sua voz irritante reverberar por entre as paredes.

Pus minha mão na maçaneta da porta e foi como se ela queimasse minha pele. Fitei a palma da minha mão e cerrei-a. Eu não podia entrar lá. Como eu iria encarar minha mãe? Ela deve estar com raiva de mim por não tê-lo impedido de dirigir aquele carro. Com certeza eu sou a última pessoa que ela quer ver a sua frente… Eu não aguentaria seu olhar julgador, culpando-me pelo ocorrido.

Naquele momento, foi como se todo o ar do mundo tivesse extinguido-se e eu não mais pudesse respirar,  minha garganta oscilou, minha boca estava com um gosto amargo e até engolir a saliva tornou-se uma tarefa difícil.

Olhei uma última vez para a casa  à minha frente, dei meia-volta e fui embora. Para onde eu não sabia, não tinha abrigo e muito menos amigos que pudessem acolher-me. De certa forma, acho que tenho o Taehyung, no entanto, porém, não faço ideia de onde ele mora e nem tenho meu celular em mãos. Eu estava sozinho. Sem rumo. Sem ter um sentido para a vida. Apenas um homem caminhando sob a chuva, rezando para um carro passar e me atropelar, porém vizinhança estava silenciosa, nenhum carro passou durante o meu percurso, quem sabe mais pra frente as pistas estejam mais movimentadas…

Eu não conseguia parar de chorar, minha cabeça estava latejando, mas não conseguia parar. Olhei para as minhas mãos, ela tremia severamente e estava excessivamente gelada, talvez decorrente do frio. Quando finalmente parei de andar, para recuperar o fôlego, eu estava na ponte da vida.

Que ironia do destino.

Meus cabelos estavam grudados na testa, pingando em meu rosto. Joguei-os para trás e encostei-me no muro, observando a altura. A chuva havia, finalmente, cessado, pelo menos por ora. Minhas pernas cederam pela caminhada extremamente longa que eu ao menos percebi que estava fazendo. Cai sobre o chão molhado e gélido, ainda apoiando-me no muro, com minhas mãos ainda tremendo. Ergui-me com dificuldade, eu não estava bem. Não devia ter saído do hospital daquele jeito. Apoiei minha cabeça sobre as mãos, sentindo toda a dor enraizar do meu corpo. Abri os olhos — até então não sabia que mantia-os fechados — e tudo à minha volta rodava e distorcia-se.

Ah, meu Deus!

Escorreguei até o chão e encolhi-me, abraçando meus joelhos. Meu corpo tinha explodido em dor, cansaço e angústia. Depois de minutos sentado sob o chão molhado, com dificuldade para respirar e com tamanha dor, tentei erguer-me novamente, quando consegui, meu corpo pendeu para a frente e meu braço deslizou para fora do mundo, fazendo meu corpo pender ainda mais. Eu só quero que a dor pare…

Sentei no muro. Tudo à minha volta continuava a rodar e eu balançava as pernas. Olhei para o lado e o muro de repente virou dois. Minha cabeça pendia para frente, meus olhos fechavam lentamente, o vento selvagem desgrenhava meu cabelo enquanto beijava suavemente minha pele.

Só mais uma inclinada. Mais uma e meu corpo seria recepcionado pelo ar, logo em seguida a água e…

Não consegui terminar o pensamento, pois naquele momento, cai desacordado no rio. Foi como dormir.

SHADOW WAR || Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora