Chapter Eighteen: Jeongguk

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Caminhávamos pelas ruas demasiadamente movimentadas. Era horário de pico, então tinha pessoas para todos os lados, exaustas e dando vivas por estarem voltando para suas casas, após um longo dia de trabalho. A chuva persistia em cair, o vento forte, uivando em nossos ouvidos, o céu obscurecido, anuviado. Estávamos parecendo cachorros encharcados, a roupa grudando em nossos corpos e o cabelo pingando a frente de nossos rostos. Insisti para que parassemos em algum abrigo, mas Jimin protestou veementemente. Ele queria caminhar na chuva. Acho que, de alguma forma, isso traz conforto. Algumas vezes, durante nosso caminho, tive que impedir o Jimin e trombar com as pessoas, postes, lata de lixo. Ele não parecia prestar muita atenção no que estava diante de si, estava absorto do mudo a sua volta. Considerando, no entanto, o momento em que está vivendo, torna-se compreensível este seu estado.

Por mais que eu optasse por demonstrar ser uma pessoa severa, nada comunicativa, pouco afetuosa, destemida, e desprovida de sentimentos, eu me importava muito com Jimin, gostaria muito de ajudá-lo. Eu sei que não posso curá-lo, não sou nada de extraordinário, capaz de fazer seus problemas desaparecerem, Talvez o Hoseok consiga... não. Pegar atalhos não é a melhor solução, ele tem que fazer isso sozinho, independentemente do quão difícil seja, a vida é assim e ninguém disse que seria fácil, mas ele tem que aprender a lidar com ela, mostrar seu lado mais forte, mesmo que esse lado não pareça existir. De qualquer forma, eu acho que todos precisam de uma âncora, que te puxa para cima quando você está prestes a cair. Gostaria de ser sua âncora que segura-o para que não venha a afundar em seu oceano revolto de escuridão e seja devorada pelo monstro mais perigoso que existe, ele mesmo.

A escuridão transforma-se naquilo que nós permitimos que elas se transformem. Às vezes, a escuridão não é nada além de um quarto escuro onde você pode dormir tranquilamente, nas outras vezes, monstros escondem-se embaixo da sua cama, dentro do seu armário e esperam você apagar a luz para assombrar-lhe. Resquícios de lembranças que se acoplam e torturam, transformando-lhes em pessoas submissas.

Esse medo do que podia acontecer estava começando a assustar-me, corroer-me por dentro. Eu não devia estar aqui; mas também não conseguia ficar longe. Jimin era como uma droga que me estava deixando viciado. Quanto mais eu ficava com ele, a contrição bate e eu sinto o pesar martelando em minha cabeça, porém quando eu fico longe dele, mais eu tenho a certeza de que é ao seu lado que eu devo e quero estar. Eu estava em um labirinto de decisões. Não importava para qual lado eu corresse, seria sempre o lado errado. A verdade é que este labirinto não tem um caminho certo, ou talvez tenha e eu não consiga enxergá-lo.

— Aonde estamos indo? — indagou Jimin e, com um ímpeto, meus pensamentos esvaíram-se.

— Ah… Vamos comer. Imagino que esteja com fome.

— Não estou — diz ele abraçando-se ainda mais, passando a mão por sua bochecha, limpando-a das lágrimas que escorriam. — Você esteve lá? Quero dizer, no… — Jimin faz uma pausa, como se lutasse para proferir aquelas últimas palavras — …enterro do meu irmão.

— Estive. Mas não cheguei muito perto, apenas observei de longe. — Diminui minha velocidade para que o mesmo pudesse me alcançar, não tinha percebido que ele ficara tão para trás, enquanto eu dava longas passadas pela calçada.

— Por quê? — Eis a questão. Eu não faço ideia do porque eu fui. Talvez, lá no fundo eu saiba, porém não consigo admitir.

Franzi o cenho e ignorei aquela pergunta; continuei caminhando, com as mãos no bolso do casaco, olhando para o chão.

SHADOW WAR || Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora