Chapter Three: Jimin

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O céu estava poente e eu completamente disperso ouvindo música dentro do carro, com minha mente viajando a quilômetros por hora, nem ao menos percebi que o motorista tinha finalmente parado o carro. Minha mãe cutucou o Jihoon que dormia serenamente com a boca roçando o vidro. Saímos e eu fitei a casa com bastante atenção. Não tinha um aspecto grande, era de tamanho médio, assim como as casas ao lado, tinha uma varanda, um jardim, era uma típica casa de filmes. Só não gostei da cor: amarela.

Jihoon puxa um lado do meu fone com brutalidade, então diz:

— Será que o príncipe poderia ajudar?

Coloquei-o novamente, depois caminhei até minha mãe para ajudá-la, juntamente com meu irmão, a tirar as malas de dentro do carro, que, por sua vez, falava algo, sua boca movimentando-se em um ritmo convicto, mas eu não entendia por causa da música exageradamente alta. Apenas balancei a cabeça, fingindo ter entendido algo, pois não iria tirar o fone. Já era irritante demais ter alguém atrapalhando um momento tão sagrado com minhas músicas.

Adentramos, por fim, a casa, que por sinal era maior que do lado de fora, colocando as malas cuidadosamente no chão.

— Uau! — exclamou Jihoon admirado. — É muito mais bonita que nossa casa anterior.

As vozes deles estavam completamente distantes, e logo ficaram inaudíveis, assim que aumentei ainda mais o volume, porque chegou minha parte favorita da música.

"And all the people say

You can't wake up, this is not a dream

You're part of a machine, you are not a human being

With your face all made up, living on a screen

Low on self esteem, so you run on gasoline"

"Você não pode acordar, isso não é um sonho
Você é parte de uma máquina, você não é um ser humano
Com seu rosto todo maquiado, vivendo em uma tela
Com a autoestima baixa, então você funciona com gasolina"

Seus olhares travaram em minha direção. Respirei fundo e com relutância retirei um lado do fone.

— Falaram alguma coisa?

— Você ficou calado... não gostou da casa? — indagou minha mãe.

— É bonita. Gostei. — Forcei um sorriso.

Esperei por mais alguma coisa, como não veio, coloquei o fone novamente em meus ouvidos a tempo de começar a próxima música: Whalien 52

Não tinha nem trinta segundos de música quando ela puxou-o novamente.

Mas que inferno! Não se pode mais ouvir música em paz, não?

— Leva as malas pro quarto. — gritou em meu ouvido com um sorriso dócil estampado em seu rosto cansado. Revirei os olhos, mas não protestei; peguei as malas, subi as escadas e adentrei meu quarto. Estava completamente vazio dando uma imensidão que ao ser preenchida por móveis logo desapareceria.

A casa, também, estava completamente vazia, não tinha onde dormir, nem onde sentar, nem nada para comer, com exceção de umas besteiras que a mãe comprou no aeroporto.

Olhei à minha volta e me senti tão pequeno diante de uma casa tão grande.

****

Passamos a noite tentando nos virar com o que tínhamos. Dormimos no chão gelado, usando algumas sacolas como travesseiro. Enquanto minha mãe e meu irmão roncavam em um sono profundo e calmo, eu não conseguia dormir. Mexia-me naquele chão frígido, com a cabeça doendo por causa da sacola, mas o motivo principal de eu não conseguir dormir estava dentro de uma das malas: meu remédio. Eu não podia simplesmente pegá-lo porque, primeiro: eu não sabia em qual mala estava. E segundo: faria muito barulho se eu procurasse. Não quero acordá-los; eles precisam descansar.

SHADOW WAR || Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora