"Ares, pare de mandar correspondências para um mundo em que nunca viveu e para uma rainha que não é sua. Atenciosamente, e vai se foder você!"
(N.T.: E o carinho permaneceu recíproco. - B &B)
Eu tive um sonho, na verdade, um pesadelo acordado.
Bersek me ajudava a fugir de Cão, que me caçava por ordens de Daryen, o mais velho da masmorra. A cobra me levou até um lago, onde uma mulher de grande cabelos castanho-escuro se banhava. E ela falou comigo, essa mulher do lago, disse que se chama Samira e perguntou quando poderíamos começar, pois eles estão loucos para entrar e ela também. Eu... não respondi. Virei de costas e notei o quão fácil eu me assusto, pois pulei quando vi a minha sombra na parede. "Dance novamente e seja feliz novamente. Não tem explicações dentro do asilo." Foi o que a sombra me disse. Logo lembrei do Tom, a sombra de Rowan, e a sua frase final para mim naquela fatídica noite. Por essas horas o meu coração já está a mil. Apesar de saber que estou acordado, a minha mente não consegue distinguir o que é farsa e o que é real. Encontro-me sem rumo e estou surtando. Quando toquei na sombra, alguém desconhecido me empurrou para a escuridão e fui parar em outro local, como na vez que pelas sombras escapei de Akulla. Eu precisava distinguir a realidade e as ilusões para não sofrer um ataque do coração, mas não era fácil essa tarefa. Um dia quem sabe!
dou risada do que passei, mas naquele momento eu quase infartei.
Eu caí num corredor fino, escuro, repleto de teias de aranha, representando o quanto tempo faz que não é limpo. Andei pelo lugar, e quatro segundos depois já comecei a correr em direção aos feixes de luz vi, mas dei de cara com um espelho imenso, não com a saída, ao chegar no clarão. Não preciso mencionar que é maior que eu, luto para o meu pescoço não se quebrar quando o inclino para trás a fim de ver qual a altura real do espelho. Estou morrendo de medo. A luz desapareceu e o espelho está sujo. Passei o antebraço em grande parte dele, mas não vi o meu reflexo. Eu vi o monstro que me atormenta quando durmo - vi Akulla. Sentada, quieta, com os seus lábios entreabertos, respirando pela boca e fazendo um grotesco barulho que me deixa nervoso. Se algum dia eu disser que acostumei-me com a sua aparência será mentira. Para o meu maior desespero, ela não diz uma única palavra. Eu morro de medo dela e ainda mais agora, que me encara de boca aberta, com água começando a escorrer. Isso é saliva, percebo. Arqueio a sobrancelha, pronto para correr para longe, mas esbarro-me em uma serpente da minha altura levantando-se para ficar do tamanho do espelho...
É uma cobra albina e o símbolo de Rowan está de cabeça para baixo.
"Sorria." Pronunciou-se antes de pular em cima de mim juntamente da outra criatura. Parceria uma versão demoníaca de Brat.
uma junção dela com a outra cobra que vim a conhecer na Universidade.
Ao invés de senti-las rasgando minha pele, experimentei um tapa no rosto. Cambaleio para trás, segurando a minha face ardida com uma das mãos, quase indo ao encontro do chão, atordoado. Voltei à realidade... e foi a mão real de Bersek em sua versão humana que me acordou. Estou grato, entretanto, com um misto de raiva por meu rosto estar doendo. Verdade seja dita, a ilusão foi embora muito rápido depois desse ocorrido. Ao olhar para a cobra, embora não fosse possível vê-la completamente por estar de dia, notei que me encara com uma vontade imensa de extermínio. Em seus olhos quase invisíveis, eu pude ver o desgosto.
Ela balançou a cabeça, respirando fundo.
"Você é fraco demais." Disse, descontente. "Você aceita que ela pise em cima de você?" Perguntou retoricamente, sem dar espaço para uma defesa. Também não tenho tempo para elaborar uma resposta. Empurrou-me para o chão logo em seguida, embora eu não tenha caído como a serpente gostaria. "Não vai durar nenhum dia assim."
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Delírio (I - Coleção Sangue Vil)
Paranormal• Vencedor do Wattys 2022! • "Eu crio vida pelo o meu sangue." Disse, pondo o pulso centralizado com a plataforma, deixando gotas de sangue caírem no meio por três segundos. "E o meu povo foi ensinado a sempre temer o sangue antigo." Depois pegou a...