No hospital, Cristiano deixou todos intrigados, pois não respondia ninguém, agia como se não ouvisse o que os outros falavam. Sua mãe se levantou após o desmaio e chorava chamando-o.
- Filho, olha pra mim, fala com a mamãe! Ele pode falar, não pode doutor?
- Bom, a válvula que ele está usando na traqueostomia permite vocalização, mas isso depende... - O médico explicava.
- Eu acho que ele está confuso! - Uma enfermeira comentou.
O neurologista correu para ver Cristiano assim que soube que ele havia aberto os olhos.
- Inacreditável! - Ele disse com espanto. - Cristiano, você compreende rapaz?
O médico se aproximou para avaliá-lo, Cristiano ainda não movia os membros e nem a cabeça por completo, apenas os olhos. O neurologista ligou a lanterna para avaliar seus olhos e ele os fechou com aversão à luz. Ele o estimulava e Cristiano demonstrava com expressões que não estava satisfeito.
- Vamos lá rapaz, se você me entende pisque uma vez para sim e duas para não!
Cristiano ficou alguns segundos olhando para o médico como se estivesse processando a informação e piscou uma vez com força.
- Perfeito! - O médico vibrou.
- Filho, olha pra mim, filho! - Anelise o chamou.
- Você sabe quem é essa senhora, Cristiano? - O médico perguntou.
Mais uma vez ele pausou, em seguida analisou a mãe, não havia expressão em seu rosto, ele desviou o olhar.
- Vou repetir, ok? Se sabe quem é ela, pisque uma vez para sim e duas para não!
Cristiano olhou para Anelise por mais um tempo e piscou duas vezes. Nesse momento sua mãe perdeu o chão.
- Ele não sabe quem eu sou, perdeu a memória, é isso? Meu filho não se lembra de nada?
- Isso é absolutamente normal, senhora, acontece até com quem acorda de anestesias, só o tempo dirá se ele vai se lembrar e do que vai se lembrar! Vou levá-lo para realizar alguns exames.
Os médicos levaram Cristiano e Anelise ficou ali, preocupada, ela nem pôde contar que seu filho havia nascido e não adiantaria, afinal ele não deveria se lembrar sequer quem era ele próprio.
Quando os médicos retornaram, Cristiano estava dormindo.
- Ele dormiu de novo? Por que? O que aconteceu? - Anelise se desesperou.
- Tivemos que dopá-lo, ele não se lembra de nada, não se lembra nem mesmo que é. Estava muito agitado, sua pressão e seus batimentos se alteraram.
- Doutor, o senhor acha que isso é definitivo?
- Não! É muito comum pacientes que retornam do coma ou após acidentes traumáticos perderem a memória. A consciência dele não vai voltar assim tão rápido, o cérebro vai retornando as atividades aos poucos, ainda é cedo para prever se ele terá sequelas e quais serão. - O médico explicava. - Um ponto positivo é que ele respondeu nossas perguntas, mesmo que lentamente. Aconselho que toda a família se mobilize em estimular sua memória, sua fala, nós faremos a nossa parte, mas a interação da família nesse momento é de extrema importância!
A equipe médica se retirou e Anelise se aproximou do filho.
- Você vai ficar bem, meu amor!
As horas passaram, Jhenny estava exausta e acabou adormecendo, decidiram não contar para ela que Cristiano não tinha memória, ela precisava se recuperar.
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O destino dita as regras III - Além da vida
RomanceO destino dita as regras III - Além da vida , é o terceiro livro da série, O destino dita as regras. O início de um novo ano traz consigo a esperança de um recomeço, porém nem sempre o destino nos guia pelos caminhos que esperamos trilhar. Grandes...