20. O AMOR VIVE

230 41 18
                                    

Cristiano só acordou na manhã seguinte, parecia meio confuso e olhou para Rafael dormindo na cadeira ao lado, pensando em tudo que estava acontecendo e chorou sozinho.

Quando Rafael acordou, percebeu que ele não estava bem, não queria conversar e ainda estava chorando.

- Você está bem, irmão? - Rafael perguntou. - O que houve?

Cristiano apenas olhou para ele e se negou a responder.

- Está passando mal?

Ele negou.

- Chateado com tudo isso né?

Ele concordou.

- A Jhen... - Ele olhou para Rafael. - Es-tava... tris-te...

Rafael abriu um sorriso discreto e se aproximou.

- É, ela estava por que você não lembra dela, mas sabemos que você não tem culpa...

- Eu... que-ro... lem-brar!

- Eu sei, o médico passou aqui ontem, disse que existe uma opção de tratamento, não para a memória exatamente, mas para te ajudar a se recuperar!

- A... Jhen... vem?

- Acabei de falar que você pode se recuperar e você só quer saber se ela vem? - Rafael riu. - Nada mudou pelo visto...

- O que... não... mu-dou? - Ele lançou um olhar apreensivo para Rafael. - Que-ro... sa-ber... quem... ela... é! - Ele se esforçou ao máximo para falar.

Rafael sorriu.

- Você está falando bem melhor hoje. Acho que o choque que seu cérebro te deu ontem fez bem pra você... - Ele zombou. - Ou foi a Jhen?

- Me... con-ta... - Ele insistiu.

Rafael abriu um sorriso cínico.

- Vamos começar o dia primeiro, né? Escovar os dentes, trocar a fraldinha do neném... Depois eu conto!

Cristiano torceu o nariz, ele ficava absolutamente sem graça quando iam trocar sua fralda, principalmente quando eram as enfermeiras.

- É... es-tranho...

- O que? - Rafael o olhou tentando entender.

- Eu... sen-tir...

- Sentir o que?

- Porra! - Cristiano resmungou.

Rafael gargalhou.

- Foi mal cara... Pode falar!

- A-tra-ção...

- Pela Jhen? - Rafael gargalhou tanto que Cristiano ficou confuso, pois ele não respondia exatamente suas perguntas...

- Fa-la! - Ele o encarou sério.

- Se é estranho você sentir atração por ela? É isso?

Ele concordou.

- Imagina, você é homem, ela é mulher... Acho que você ainda é hetero, então é normal! - Ele disse voltando a rir.

Cristiano revirou os olhos e Rafael continuava enrolando, quando a enfermeira chegou para limpar Cristiano.

- Bom dia, Cris, com licença, posso te limpar?

Ele apenas respirou fundo.

- Não... fiz... na-da!

- Como não, Cris? Está segurando ou não consegue?

- Pos-so... ir...no... banhe-iro?

- Sim, pode, mas precisamos pegar os equipamentos. Você não quer fazer agora, eu troco em seguida!

O destino dita as regras III - Além da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora